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Em áudio, Marcos do Val detalha ordem direta de Bolsonaro

https://congressoemfoco.uol.com.br/wp-content/uploads/2022/11/52516190472_39fd4a5185_k.jpg Em seu depoimento à Polícia Federal sobre o suposto plano orquestrado por aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro para espionar o ministro Alexandre de Moraes e elaborar um golpe de Estado, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) trouxe Bolsonaro de volta à liderança no crime, desta vez auxiliado por seu ex-ministro Augusto Heleno. Esta é a terceira versão relatada por ele sobre o plano, desta vez não mais envolvendo o ex-deputado Daniel Silveira.

Em menos de 12 horas desde a primeira denúncia, o senador Marcos do Val  já havia mudado sua versão a respeito da tentativa de golpe de Estado e, em vez de ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atribuiu dois crimes a ele. Na primeira versão, contada por Marcos do Val à revista Veja, Bolsonaro era parte ativa da tentativa de golpe. Na segunda versão sustentada agora por ele, Bolsonaro ouviu a tentativa de golpe e nada fez para contê-la ou denunciá-la. A primeira versão enquadra Bolsonaro no crime de golpe de Estado, previsto no artigo 359-L do Código Penal. A segunda versão coloca o ex-presidente como autor do crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do mesmo Código Penal.

Em uma entrevista nervosa no início da tarde no Senado, Marcos do Val foi confrontado com o fato de que sua mudança de versão apenas joga Bolsonaro do cometimento de um crime para o cometimento de outro. “Se Bolsonaro soube da proposta e nada fez, é preciso perguntar a ele”, respondeu o senador.

Na primeira versão, que Marcos do Val anunciou ao participar de uma live do Movimento Brasil Livre (MBL), ele afirmou, em entrevista à Veja que Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira (sem partido-RJ) lhe propuseram participar de uma tentativa de golpe. A ideia consistia em fazê-lo gravar ilegalmente uma conversa com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na qual o ministro se incriminasse. A gravação seria usada, então, contra Moraes dando início ao golpe. Marcos do Val não apenas não aceitou a proposta como a denunciou a Moraes.

Na segunda versão, Marcos do Val afirma que a ideia teria partido inteiramente de Daniel Silveira. E que Bolsonaro apenas a ouviu balançando a cabeça. A segunda versão segue sendo um problema para Bolsonaro: um servidor público que tem conhecimento da tentativa de cometimento de um crime e nada faz, comete também um crime, chamado de prevaricação.

Extremamente nervoso, Marcos do Val foi abordado pelos jornalistas no corredor que liga o plenário do Senado às comissões, conhecido como Túnel do Tempo. Ele tentou por várias vezes livrar-se dos jornalistas sem conseguir, caminhando e dando voltas. Tentou primeiro entrar no plenário pela porta lateral que leva á bancada de onde a imprensa assiste às sessões. Desistiu. Tentou, então, entrar pela porta principal do plenário. Desistiu também. Finalmente, tentou pela porta que fica ao lado do cafezinho dos senadores. Outra vez, desistiu.  E deixou o Senado pelo elevador que liga o andar do plenário à Chapelaria.

Além de tentar agora assegurar que Bolsonaro nada disse sobre a proposta de golpe feita por Daniel Silveira, Marcos do Val tentou também evitar afirmar que o encontro entre ele, Bolsonaro e Daniel Silveira se dera dentro do Palácio da Alvorada. O Palácio da Alvorada é um aparelho de Estado, um endereço público, o que agravaria o cometimento do crime de prevaricação.

“Eu não sei onde foi o encontro”, disse o senador. “O senhor não conhece o Palácio da Alvorada?”, perguntou um jornalista. “Eu nunca estive lá”, respondeu. “Mas o Palácio é conhecido”, insistiram os repórteres. “Eu não estava no meu carro, e entramos por uma entrada lateral”, insistiu ele. As amplas linhas do palácio desenhado por Oscar Niemeyer são internacionalmente conhecidas.

Daniel Silveira foi preso na manhã desta quinta-feira no Rio de Janeiro por descumprimento de medida judicial. Ele se encontra no presídio de Benfica, e deverá prestar depoimento.

Depoimento na PF

Em um áudio vazado pela Veja do depoimento de Marcos do Val à Polícia Federal, o senador novamente puxou Bolsonaro para perto de si na narrativa, afirmando que os dois se comunicaram pessoalmente sobre o plano de espionar o ministro Alexandre de Moraes. Questionado sobre o tom da conversa, respondeu que o ex-presidente falava “naturalmente, igual tava falando comigo”, e que ele “é sem noção das consequências”.

O parlamentar ainda incluiu um novo elemento na narrativa: ao delegado, disse que o presidente havia acionado do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pelo aparato de inteligência da presidência da república e até então sob chefia de Augusto Heleno, para auxiliar o senador em sua missão. O gabinete ficaria encarregado de equipar do Val com escutas eletrônicas, bem como com material de comunicação para que o senador pudesse ser orientado sobre como conduzir a conversa até incriminar o ministro.

Ele ainda diz que, na conversa com Bolsonaro, o ex-presidente teria dito “eu derrubo, eu anulo a eleição, o Lula não toma posse, eu continuo na Presidência e prendo o Alexandre de Moraes por conta da fala dele”.

Fonte: https://congressoemfoco.uol.com.br/area/pais/marcos-do-val-se-bolsonaro-soube-da-proposta-golpista-e-nada-fez-e-preciso-perguntar-a-ele/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification

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