O pastor Ângelo Ventura Siqueira, que foi preso por estupro de vulnerável no Rio de Janeiro na última sexta-feira (19/1), é sub-secretário da Família de Belford Roxo, município na Baixada Fluminense chefiado pelo prefeito Waguinho, marido da ex-ministra de Turismo de Lula.
Pastor da igreja Ministério Terra do Deus Vivo, em Belford Roxo, Siqueira foi nomeado por Waguinho em setembro de 2021. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, os crimes de estupro ocorreram entre 2010 e 2021.
Três vítimas, que eram fiéis da igreja, procuraram a polícia e contaram como eram violentadas pelo homem, que usava da fé para atrair e manter as mulheres em silêncio. A prisão foi feita pela Delegacia da Mulher de São Gonçalo, que investiga o caso.
O pastor, segundo o MP do Rio, se passava como figura paterna de mulheres jovens, entre 20 e 40 anos, que cresceram em lares sem presença paterna ou que têm relação ruim com a família. Siqueira se chamava de “paistor”, mistura de pai com pastor, para as suas vítimas, a quem prometia ajudá-las a se estruturar emocionalmente e espiritualmente.
As vítimas contaram à Polícia Civil que o pastor as convidava para encontros de aconselhamento, conhecidos como “gabinete pastoral”, e abusava sexualmente delas afirmando ser “ensinamentos paternos” e “orientações para a vida conjugal”.
Procurada, a prefeitura de Belford Roxo alegou que o pastor seria exonerado ainda nesta segunda-feira (22/1). A prisão ocorreu há três dias, em um dia útil, quando a exoneração poderia ter sido realizada e publicada no Diário Oficial do município.
