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Agente da PRF ensina em aula método de tortura em viatura: 'Fica mansinho'

22 Circula pelas redes sociais um vídeo em que um agente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) descreve aos alunos a prática de uma tortura durante uma aula para concurseiros de carreiras policiais. Nas imagens, o agente Ronaldo Bandeira conta como teria colocado um preso em uma viatura e o deixado "mansinho" com uma rajada de spray de pimenta, fechando o compartimento em seguida.

O método se assemelha ao utilizado na última quarta-feira, em Umbaúba (SE), pelos agentes da PRF que mataram Genivaldo Santos, de 38 anos. Genivaldo foi trancado na viatura com gás lacrimogêneo e os agentes não abriram a porta apesar dos gritos da vítima. Ao UOL, Bandeira disse que a cena descrita foi um "exemplo fictício", que ele nunca praticou, e classificou a fala como "uma brincadeira infeliz de sala de aula".

Antes da morte de Genivaldo, PRF tirou direitos humanos do curso de formação

Ronaldo Bandeira, de 35 anos, passou em um concurso da PRF em 2008 e foi nomeado para a corporação três anos depois. Tempos mais tarde, abriu um cursinho preparatório para concurseiros interessados em ingressar nas forças de segurança pública. No vídeo, ele conta aos alunos sobre uma ocorrência com um preso.

"Nesse ínterim, que a gente ficou lavrando o procedimento e ele estava na parte de trás da viatura, ele ainda tentou quebrar o vidro da viatura, com chutes. Ficou batendo o tempo todo. O que que o polícia faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca", narrou Ronaldo, gesticulando como se estivesse usando o spray, para riso dos alunos.

E continuou: "Foda-se, caralho. É bom pra caralho! A pessoa fica mansinha! Aí daqui a pouco eu só escutei assim: eu vou morrer! Eu vou morrer! Aí eu fiquei com pena, cara. Eu abri assim [e falei]: tor-tu-ra! Enfim: sacanagem, fiz isso não", completou, sem deixar claro que partes do relato seriam falsas.

Ao UOL, Bandeira diz que toda a cena foi fictícia, e que sua citação foi "uma brincadeira infeliz de sala de aula" que ele fez quando falava sobre a lei 9455/97, que trata dos crimes de tortura. O vídeo, segundo ele, é de 2016, e o trecho integral mostra que ele diz, claramente, que não se tratava de um relato real.

"É um vídeo que está recortado, pinçado, e veio à tona agora por causa dessa situação infeliz [a morte de Genivaldo]. Em nenhum momento eu coaduno com a prática narrada no vídeo, jamais pratiquei essa conduta", afirmou. A reportagem também pediu esclarecimentos à PRF e, se houver resposta, ela será incluída no texto.

Curso

Agente da PRF desde 2011, Ronaldo Bandeira tem um curso preparatório para carreiras policiais. A empresa foi registrada em 2008, em Balenário Camboriú (SC), e oferece aulas de mais de 30 professores, segundo o site.

No mês passado, Ronaldo foi homenageado com uma "moção de congratulações e aplausos" por Leandro Hungria (Solidariedade), um vereador de Nilópolis (RJ).

"Hoje, Ronaldo Bandeira, além de ser um Policial Rodoviário Federal apaixonado por sua profissão, possui uma outra paixão: ser professor", diz um trecho do documento, exibido por Ronaldo em seu perfil no Instagram.

Cursos como o ministrado por Bandeira já chamaram atenção pela exaltação à brutalidade policial e até ao extermínio. Em 2019, o site Ponte Jornalismo revelou o teor de aulas de um curso em que se fazia a defesa aberta de chacinas. Um professor, ex-policial militar, contou que "matava todo mundo" quando "entrava chacinando" em uma ocorrência.

"Uma vagabunda criminosa só vai gerar o quê? Um vagabundinho criminoso, só isso que vai gerar. Por isso quando eu entrava chacinando, eu matava todo mundo: Mãe, filho, bebê, foda-se. Eu já elimino o mal na fonte. Vou deixar o diabo crescer? Não", disse o instrutor no vídeo que veio à tona.

Fonte: https://noticias.uol.com.br

 

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