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Policial preso por matar lutador Leandro Lo foi idealizador de projeto contra violência doméstica e ensinava defesa pessoal

 Oficial da PM Henrique Velozo era conhecido por ter desenvolvido o curso 'Segunda Força' em parceria com a Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo. Ele foi preso por dar um tiro na cabeça do campeão de jiu-jítsu.

O tenente da Polícia Militar Henrique Velozo, de 30 anos, que foi preso temporariamente por suspeita de matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, é conhecido por ter idealizado um projeto voltado à prevenção de crimes contra as mulheres em 2019 chamado "Segunda Força".

O projeto foi feito em parceria com a Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo (Defenda PM), que divulgou a iniciativa em seu site em dezembro de 2019.

Conforme a publicação feita à época, Henrique não só ensinava técnicas de defesa pessoal, mas também noções jurídicas para ajudar no fortalecimento da autoestima e autoconfiança das mulheres.

“O objetivo é dar instrumentos eficazes de defesa pessoal e inteligência emocional. Acredito que a prevenção do crime e fortalecimento da autoconfiança passam pelo necessário acesso à informação”, afirmou Velozo para o canal de imprensa do Defenda PM na divulgação do projeto.

“A ideia é que as participantes conheçam técnicas capazes de evitar o crime. O foco é a prevenção primária, não queremos motivar o enfrentamento, mas preparar a neutralização de um possível ataque”, afirmou em entrevista à associação.

Velozo atirou em Lo depois de ter sido imobilizado durante uma discussão (leia mais abaixo).

O g1 tentou falar com a associação para saber se o policial ainda atuava como instrutor, e se o projeto ainda continua, mas não obteve retorno. A página do curso nas redes sociais foi excluída.

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Tenente da PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução/Instagram

Ainda na entrevista, Henrique se apresentou como especialista em proteção de gênero e violência doméstica contra a Mulher pela Escola Paulista da Magistratura do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) e alegou que desde criança é envolvido com artes marciais.

O TJ afirmou, no entanto, que ele não fez uma especialização, mas sim um curso de extensão.

"Não foi um curso de especialização. O policial foi aluno de um curso de extensão universitária: foi o “Curso de Extensão Universitária em Proteção de Gênero e Violência Doméstica contra a Mulher", ministrado em 2013 (de 15/05 a 11/09)", afirmou em nota o tribunal.

Nas redes sociais, o policial também afirmava que era juiz e árbitro de boxe pela Federação de Boxe do Estado de São Paulo (FEBESP).

Em nota ao g1, a Federação confirmou que Velozo concluiu curso de arbitragem em 2019, porém não chegou a atuar em campeonatos e também não se filiou.

Tenente Henrique Velozo era conhecido por idealizar projeto voltado para prevenção de crimes contra mulheres — Foto: Reprodução/Facebook Defenda PM

Crime

Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução

O campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo Pereira do Nascimento, de 33 anos, foi baleado numa festa dentro do Clube Sírio, no bairro de Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada deste domingo (7). Segundo o advogado do lutador, ele teve morte cerebral.

Saiba quem é o lutador Leandro Lo, baleado na cabeça após discussão em SP

Saiba quem é o lutador Leandro Lo, baleado na cabeça após discussão em SP

Leandro Lo levou um tiro na cabeça após uma discussão durante o show de pagode do grupo Pixote dentro do clube. O suspeito teve a prisão decretada no fim da tarde deste domingo. Ele se entregou à Corregedoria no início da noite, foi preso e foi encaminhado ao Presídio Romão Gomes.

Segundo o advogado da família, Ivan Siqueira Junior, o lutador teve uma discussão com o rapaz e, para acalmar a situação, imobilizou o homem. Após se afastar, o agressor sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador.

O advogado conta que, após o tiro, o agressor ainda deu dois chutes em Leandro Lo no chão e fugiu em seguida.

Veja imagens da festa onde PM baleou lutador e momento do resgate do Leandro Lo

Veja imagens da festa onde PM baleou lutador e momento do resgate do Leandro Lo

O motivo: os PMs tinham sido chamados para atender uma ocorrência de confusão dentro da The Week. De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente estava com um primo no local e ambos acabaram se desentendendo com outros frequentadores.

De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente estava com um primo no local e ambos acabaram se desentendendo com outros frequentadores.

O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que é acusado de atirar e matar o lutador Leandro Lo em SP. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ainda segundo o Ministério Público, um vídeo gravado no local e testemunhas confirmaram a versão dos agentes que encontraram Henrique "embriagado", "nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares".

Em 13 de maio de 2021, o tenente foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto. A condenação de 2021 foi relevada pelo UOL nesta segunda-feira (8) e confirmada pelo g1 com fontes do Tribunal de Justiça Militar (TJM).

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do tenente para comentar as duas acusações. Em suas redes sociais, Henrique chegou a postar antes do crime uma foto segurando uma arma.

Sobre o a morte de Leandro Lo, o Ministério Público informou que o promotor Romeu Zanelli acompanha as investigações da Polícia Civil. O caso é investigado como assassinato.

Henrique Velozo apagou suas contas nas redes sociais após atirar em Leandro Lo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Mãe fala do filho

Mãe de Leandro Lo diz que PM que o matou também praticava jiu-jítsu

Mãe de Leandro Lo diz que PM que o matou também praticava jiu-jítsu

Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, disse nesta segunda que o policial militar que atirou e matou seu filho também era praticante da arte marcial, conhecia o atleta e provocou a confusão num show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, neste final de semana (veja vídeo acima).

"Ele era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele... E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê."

"Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão gente, justamente para o Leandro reagir e nessa ele tirou a vida do meu filho", disse Fátima em entrevista à TV Globo.

A declaração foi dada na frente do Cemitério do Morumby, na Zona Sul da capital, onde acontecia o velório de Leandro.

Mais cedo, a mãe de Leandro postou uma homenagem ao filho nas redes sociais.

"Meu herói, lindo da mãe! Você foi um presente de Deus na minha vida. Vou sentir tanta sua falta, tá faltando um pedaço de mim. Te amo eternamente filho amado. Guardarei as lembranças boas que foram muitas. Vc fazia eu me sentir a mãe mais amada do mundo. Muito obrigada pelo seu amor , seu cuidado. Te amo muito, saudade eterna", escreveu Fátima Lo.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/08/09/policial-preso-por-matar-lutador-leandro-lo-foi-idealizador-de-projeto-contra-violencia-domestica-e-ensinava-defesa-pessoal.ghtml

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