A troca do homem à frente da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais é motivo de mais apreensão do que alento para amigas e familiares de pessoas em privação de liberdade no estado. Rogério Greco, ex-promotor de justiça, disse em entrevista que é 100% favorável à política de segurança pública do governo Bolsonaro, lembrando que essa política consiste basicamente na intensificação das violações de direitos e no aparato de tortura e morte do estado, com investimentos milionários na compra de fuzis, pistolas, caveirões e outros armamentos para uso dentro e fora do sistema. Em suas redes sociais, o ex-MP mais parece uma espécie militar “pop”, exibindo fotos e vídeos seus segurando e usando armamentos, exaltando o BOPE e a PM, e propagandeando seus manuais de direito penal. Em entrevista, o novo secretário fez menção a projetos demagogos e populistas, como “colocar os presos para trabalhar” (atualmente, não há vagas de trabalho suficientes para atender nem a ¼ da população presa no estado) e a conceder isenções fiscais a PMs no comércio. O fato é que Zema trocou o homem, mas não trocou a lógica perversa e cruel de tortura e violações que estrutura o sistema prisional mineiro.