Na manhã deste sábado, detidos que esperam vagas quebraram veículo onde estavam sendo mantidos e ameaçaram incendiar carceragem
Presos que estavam sendo mantidos em um micro-ônibus da Brigada Militar no Palácio da Polícia, à espera de vagas em cadeias, destruíram parte do veículo na manhã deste sábado. Dentro da carceragem, outros detidos atearam fogo a roupas e protestaram contra as condições do local.
Segundo o delegado de plantão da 2ª Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) Francisco Antoniuk, a ação começou por volta das 10h, quando seis detidos quebraram janelas e estragaram bancos do micro-ônibus, que ficou completamente depredado em seu interior.
Os presos, que pediam transferência para outro local, haviam passado a noite no veículo. Mesmo após a ação, eles seguiram algemados dentro do micro-ônibus por algumas horas e foram autuados por depredação.
— A Susepe afirmou que vai disponibilizar vagas para os detidos. Assim que controlarmos a situação, vamos verificar isso — disse Antoniuk .
A tensão no local aumentou por volta das 11h, quando outros dez presos, mantidos na carceragem do Palácio da Polícia, começaram a se revoltar e atearam fogo ao local. Um caminhão dos Bombeiros foi deslocado para controlar as chamas.
— O que está acontecendo aqui preocupa, porque é uma situação totalmente adaptada — afirmou o delegado Marco Antonio de Souza, responsável pela carceragem do Palácio da Polícia.
Com a confusão, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) foi chamado para realizar a retirada dos detidos de dentro do veículo. Durante a tarde, eles foram encaminhados para a Penitenciária Modulada de Charqueadas.
Durante a manhã, enquanto a depredação ocorria no interior do Palácio da Polícia, novos detidos chegavam ao local. Segundo o delegado Antoniuk, eles devem permanecer nos veículos da BM até que novas vagas sejam disponibilizadas.
Desde outubro, o número recorde de presos e a falta de vagas em presídios e celas de delegacias faz com que a polícia recorra aos veículos de patrulha para manter os detidos.
Há mais de 34 mil pessoas presas no Estado — 10 mil a mais do que a capacidade carcerária. Depois que a situação chegou a um flagrante constrangedor, com dois presos algemados a uma lixeira na Avenida Ipiranga, o comando da Brigada Militar determinou que outros lugares sejam utilizados para manter os detidos.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br