Segundo investigadores, policiais, servidores e funcionários da Abin formaram uma organização criminosa para monitorar pessoas e autoridades públicas, invadindo celulares e computadores. O esquema teria funcionado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado desde 2023.
De acordo com a PF, os investigados por atuar no esquema de espionagem ilegal se dividiam em quatro núcleos: alta gestão, subordinados, evento portaria 157 e tratamento de logs.
Quinalia supostamente integraria o grupo "evento portaria 157". Eles seriam os responsáveis pelas ações que tinham como objetivo vincular, sem fundamento, parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Depoimentos sigilosos
Em setembro, investigadores interrogaram agentes da Abin que teriam sido responsáveis por acessar o software First Mile ilegalmente para monitorar autoridades.
A polícia quer identificar quem fez os acessos ilegais – e quem deu o comando para esses acessos. Os delegados também buscam concluir a linha de investigação que apura tentativa de obstrução de Justiça.
No fim das investigações, os responsáveis podem responder por organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.