Advogada pagou R$ 475 mil a desembargador e juiz em golpe de R$ 5 mi em aposentado, diz PF

oc A advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva pagou R$ 475 mil para um juiz e um desembargador para dar o golpe judicial de R$ 5,3 milhões em um aposentado do Rio de Janeiro. Conforme investigação da Polícia Federal, no âmbito da Operação Ultima Ratio, os advogados Fábio Castro Leandro e Rodrigo Gonçalves Pimentel, filhos de desembargadores, teriam intermediado a negociação.

O caso foi um dos maiores escândalos no Poder Judiciário e Emmanuelle, mulher do juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, chegou a ser presa pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e condenada a três anos. Ela foi absolvida pelo Superior Tribunal de Justiça porque o crime “golpe judicial” não consta do Código Penal.

Agora, a investigação da PF aponta indícios de que o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível, autorizou o saque da fortuna do engenheiro aposentado mesmo sendo alertado pela defesa de que os documentos usados no negócio eram falsos. E pior, o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, do Tribunal de Justiça, também foi alertado e não impediu o golpe.

 No despacho do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, há detalhes do “balcão de negócios” envolvendo esse golpe milionário. Filho do ex-presidente do TJMS, desembargador Paschoal Carmello Leandro, Fábio Leandro e Rodrigo, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, intermediaram a venda da sentença.

Logo após o saque dos R$ 5,3 milhões do banco, Emmanuelle Silva teria repassado dinheiro aos dois advogados. Oficialmente, houve a venda de um terreno de R$ 425 mil, sendo que ela pagou R$ 300 mil para Pimentel e R$ 125 mil (30% do valor) para Leandro a título de corretagem.

“Por qual motivo FABIO LEANDRO estava trabalhando como corretor se possui um grande escritório de advocacia? 4) Por qual motivo RODRIGO PIMENTEL faz aditivo de um negócio fechado, dando desconto de R$ 25 mil para antecipar em 90 dias o recebimento de R$ 125 mil? 5) Por qual motivo, embora tivesse pago a maior parte do preço, segundo o primeiro contrato, EMMANUELLE SILVA não poderia tomar posse do terreno? 6) Por qual motivo o contrato, que envolve um alto valor, não tem testemunhas nem reconhecimento de firma?”, questionou a PF, conforme trecho destacado pelo ministro do STJ.

“Portanto, diante da alta inverossimilhança de tal contrato ‘de gaveta’ e seu aditivo, entendemos que tal explicação aumenta as suspeitas de que RODRIGO PIMENTEL e FABIO LEANDRO possam ter intermediado a venda de decisões judiciais de JULIO CARDOSO e PAULO AFONSO que, cientes da alegação de falsificação, determinaram o pagamento de notas promissórias que totalizaram mais de R$ 5 milhões”, ponderou.

Outro ponto destacado é que Emmanuelle pagou e ainda enviou cópias para decisões judiciais envolvendo o golpe. “Portanto se dois dias após enviar R$ 105 mil para FABIO LEANDRO e R$ 275 mil para a empresa de RODRIGO PIMENTEL, EMMANUELLE enviou, ao primeiro, cópias relacionadas à ação na qual foram expedidas as decisões judiciais sob investigação, conclui[1]se que FABIO LEANDRO tinha algum tipo de envolvimento com tal ação, até porque ele repassou tais cópias para uma funcionária do Banco Santander (talvez para justificar o recebimento do dinheiro), o que, a nosso ver, reforça os indícios de que as explicações apresentadas no sentido de que tais pagamentos estariam relacionados à venda de imóvel são falsas e que, na verdade, ocorreram para intermediação da venda das decisões judiciais que permitiram o recebimento indevido por EMMANUELLE”, relatou oministro.

“Assim, tudo indica que FABIO LEANDRO e RODRIGO PIMENTEL intermediaram e receberam os pagamentos para a venda das decisões de PAULO AFONSO e JULIO CARDOSO. Agravando tais indícios, os dados em nuvem de JULIO CARDOSO demonstram, a nosso ver, que ele possui intimidade com RODRIGO PIMENTEL e que eles trocam mensagens a respeito de pelo menos uma ação judicial em que atua o escritório de advocacia deste e o citado desembargador profere decisões, conforme segue”, destacou.

O golpe fracassou, mas juiz saiu impune

Com a descoberta do golpe pelo Gaeco, Emmanuelle foi presa e devolveu o dinheiro para o aposentado. No entanto, o juiz Paulo Afonso de Oliveira foi salvo de ser alvo de procedimento administrativo pelo Tribunal de Justiça por um voto.

O juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior foi afastado do cargo pelo CNJ em outro processo e acabou aposentado pelo TJMS por corrupção e venda de sentença. Ele ainda responde a três nações na Justiça, que tramitam morosamente na 4ª Vara Criminal de Campo Grande, comandada pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna.

Fonte: https://ojacare.com.br/sobre-o-que-falamos/

Facção Povo de Israel: criminosos estão divididos em 13 presídios no Estado do Rio, que chamam de 'aldeias'; veja quais são

oc Uma facção que surgiu há duas décadas dentro dos presídios do Rio já conta com uma legião de 18 mil detentos, 42% dos presos no Estado do Rio. Especializados em aplicar os golpes do falso sequestro, eles dizem fazer parte da facção Povo de Israel (PVI) e já superam, em número de integrantes, o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro, de acordo com relatórios de inteligência da Secretaria estadual de Administração Penitenciária.

1

 

Um relatório de inteligência da Seap afirma que a organização criminosa tem intensificado o processo de cooptação de presos, inclusive de outros estados, além de estar ampliando seus negócios. Eles começaram a investir o dinheiro das extorsões na compra e no envio de grandes remessas de drogas para vários presídios do Rio. Hoje eles tem “representantes” em 13 unidades do sistema, denominadas “aldeias”.

Segundo o relatório, as "13 aldeias", como são chamadas, estão em franca expansão. Até o fim de 2022, o tráfico feito pelo Povo de Israel era restrito a pequenas quantidades dentro do sistema carcerário. Porém, desde o ano passado, grupo firmou acordos com grandes fornecedores e deu uma dimensão maior ao negócio. Em setembro de 2023, por exemplo, a Seap apreendeu uma carga avaliada em R$ 1,5 milhão no Presídio Nelson Hungria, no Complexo de Gericinó, controlado pelo PVI.

Em nota, a Seap disse que, nos últimos anos, intensificou as ações para combater as atividades ilícitas promovidas pelo grupo criminoso - presente em unidades de presos de perfil tido como neutro. O , trabalho resultou no levantamento encaminhado para a DAS, que deu origem à investigação em curso.

A Secretaria acrescentou ainda que, entre os servidores citados, dois deles já respondem a processos administrativos disciplinares (PAD), e um deles se encontra preso. Sobre o episódio envolvendo uma tentativa de ingressar no Presidio Nelson Hungria com celulares dentro de uma quentinha, foi verificado que a ação partiu exclusivamente dos servidores envolvidos, tendo sido descartada a participação da empresa fornecedora de alimentação para a unidade prisional

Veja a lista dos presídios onde atuam:

A droga estava escondida em embalagens de quentinhas. Além dos entorpecentes, foram encontrados 71 celulares, além de carregadores e fones de ouvido. Esses aparelhos são fundamentais para a aplicação dos golpes. Entre 2023 e 2024, agentes penitenciários apreenderam 5.832 celulares nas unidades sob influência do PVI, uma média de oito por dia.

  1. Presídio Nelson Hungria
  2. Cadeia Pública Inspetor José Antônio da Costa Barros
  3. Instituto Penal Benjamim Moraes Filho
  4. Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho
  5. Presídio Evaristo de Moraes
  6. Penitenciária Milton Dias Moreira
  7. Cadeia Pública Cotrim Neto
  8. Presídio Romeiro Neto
  9. Cadeia Pública Juíza de Direito Patrícia Lourival Acioli
  10. Penitenciária Luiz Fernandes Bandeira Duarte
  11. Penitenciária Luiz Fernandes Bandeira Duarte
  12. Presídio Tiago Teles de Castro Domingues
  13. Instituto Penal Edgard Costa

Fonte:https://extra.globo.com/rio/casos-de-policia/noticia/2024/10/faccao-povo-de-israel-criminosos-estao-divididos-em-13-presidios-no-estado-do-rio-que-chamam-de-aldeias-veja-quais-sao.ghtml

Mulher esconde maconha em marmita de frango que iria para marido preso

oc São Paulo — Uma mulher foi detida em flagrante ao tentar entrar com maconha na Penitenciária de Junqueirópolis, no interior de São Paulo, nesse domingo (13/10).

 Ela escondeu a droga dentro de uma marmita que seria entregue a um preso, que seria o marido dela.

De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), servidores da unidade revistavam os objetos portados pela visitante quando encontraram porções de uma substância esverdeada com características da droga no meio dos alimentos.

A mulher foi encaminhada por policiais militares até a Central de Flagrantes, na Delegacia da Polícia Civil, em Dracena, também no interior paulista, para o registro do boletim de ocorrência. Ela foi liberada para responder em liberdade.

A Penitenciária de Junqueirópolis também instaurou um procedimento interno para apurar a possível cumplicidade do detento nos fatos.

Fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/mulher-esconde-maconha-em-marmita-de-frango-que-iria-para-marido-preso

A vida bandida de dois delegados da polícia do Rio

oc A piauí obteve acesso exclusivo à íntegra dos diálogos trocados via WhatsApp por dois poderosos ex-delegados da Polícia Civil, que mostra o tamanho da infiltração do crime nas estruturas do Estado, no Rio de Janeiro. O dossiê de 7 360 páginas, com as transcrições das mensagens trocadas por Allan Turnowski e Maurício Demétrio Alves, entre fevereiro de 2018 e junho de 2021, traz em detalhes como os dois homens montaram uma extensa teia de corrupção e de relações com o crime organizado, informa Allan de Abreu.

O caso toma proporção ainda mais escandalosa devido ao fato de Turnowski ter sido diretor da Polícia Civil na cidade do Rio de Janeiro, além de secretário da Polícia Civil, o cargo mais alto da instituição no estado. Contando com a proteção do amigo poderoso, Alves conseguiu acessar ilegalmente o inquérito sobre a morte da vereadora Marielle Franco e até criou operações policiais com provas forjadas para prender delegados da própria Polícia Civil que ousavam investigar as suas tramoias.

As trocas de mensagens entre Alves e Turnowski não se limitam aos planos criminais. Mostram que os dois também gostavam de falar sobre despesas caras. Quando Alves viajou para Miami, em primeira classe, com a mulher e os filhos em junho de 2018, o amigo lhe deu um conselho: “Não seja maldoso com a tua família, cara. Só malinha de mão, eles compram tudo lá, pô. Vestido, camisa, sapatos novos… sem miserê, guru!” Em janeiro do ano seguinte, Alves retornou a Miami, hospedou-se no W South Beach, hotel cinco estrelas, alugou um automóvel de luxo da Bentley e provocou o amigo: “Tá fogo de voltar.”

Alves foi preso em 2021 e Turnowski, em 2022, depois de atuarem em parceria durante quase quatro anos. Alves é réu em nove ações penais. Em uma delas, já foi condenado a quase dez anos de prisão por obstrução da Justiça, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Até o fim de setembro, ele seguia preso preventivamente no presídio de Bangu 8, em uma cela de 6 m².

Turnowski é réu em duas ações penais, acusado de associação criminosa. Em uma das denúncias, os promotores do Gaeco, o grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público, escreveram: “Allan Turnowski manchou de forma indelével a própria imagem e a credibilidade da instituição que liderou.” Apesar da mancha, Turnowski preserva seu poder político na corporação policial. A ponto de, em setembro passado, ter atuado nas articulações que culminaram na nomeação de um aliado para a Secretaria da Polícia Civil: o delegado Felipe Curi.

Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br/a-vida-bandida-de-dois-delegados-da-policia-do-rio/

Carta interceptada em presídio revela plano do PCC para matar agentes

oc São Paulo – Um “salve geral” determinando que agentes penitenciários sejam identificados por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi apreendido, nesta semana, com presos da Penitenciária de Parelheiros, na zona sul de São Paulo.

O Metrópoles apurou que o mesmo tipo de documento, escrito à mão, também teria sido interceptado em outras unidades prisionais, ainda não especificadas. Os “salves” já são monitorados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MPSP).

No manuscrito obtido pela reportagem, assinado pela Sintonia Final da maior facção do Brasil e datado em 17 de setembro, é dado o prazo de 30 dias para que os criminosos responsáveis pelos presos de pavilhões ou raios, chamados de “jets”, levantem os nomes e endereços de dois agentes penitenciários por unidade.

“Tomaremos nossas providências […] deixando um papo para que dentro desses 30 dias determinamos os irmão faça acontecer [sic] e chegar em nossas mãos, aguardando esse levantamento como caráter de urgência.”

A Sintonia Final é composta por líderes do alto escalão do PCC, que usam a instância máxima do crime para tomar decisões e ordená-las.

Ainda no documento apreendido na penitenciária da zona sul paulistana, há outra determinação. Os “jets”, também com “caráter de urgência”, devem informar se as unidades onde estão presos há bloqueadores de sinal de celular, além de condições de não deixar rastros ou provas da articulação feita para os eventuais ataques. O “salve” também solicita que seja especificada “a dificuldade dos irmão” para cumprir a missão.

“Daremos todo o suporte para que colocaremos [sic] a unidade do ar [fique com comunicação] onde com caráter de urgência nos manda [sic] esse requisitos citados acima. Ass: Sintonia Final.”

Agentes de prontidão

Após as apreensões dos bilhetes, os agentes penitenciários de São Paulo ficaram alertas e estão de prontidão.

Fábio Jabá, presidente do sindicato que representa a categoria, afirmou ao Metrópoles, nesta sexta-feira (11/10), que a dinâmica do trabalho dos agentes os deixa expostos e sem segurança quando estão nas ruas.

“Nós trabalhamos 12 horas [por turno] com pessoas presas e perigosas, ainda mais em São Paulo onde tem o PCC. Nós reivindicamos do governo um maior cuidado com a categoria, para que tenha no mínimo o direito de se defender”, disse, acrescentando que os agentes não contam com porte de arma institucional.

Sobre os recados encontrados com presos, para o eventual ataque a agentes, ele afirmou que, neste caso, é possível se preparar, diferentemente de 2006 e 2012, quando o PCC promoveu a carnificina de profissionais da segurança pública e da administração penitenciária paulista.

Em 2006, segundo o presidente do sindicato, foram 19 agentes mortos. Em 2012, mais 12. De lá até o momento, ao menos 30 profissionais do sistema carcerário morreram nas mãos de criminosos.

Administração Penitenciária e Segurança Pública

Em nota encaminhada ao Metrópoles, no fim da tarde desta sexta-feira, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não comenta sobre os salves do PCC interceptados nas unidades e quais medidas teriam sido tomadas com os presos flagrados com as mensagens.

A pasta comenta somente que, com a criação da Polícia Penal, a qual começa a atuar em 2025, agentes que atualmente trabalham desarmados nos presídios “serão capacitados”. “Não terá o porte quem não manifestou interesse e não cumpriu os requisitos legais”.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo também foi questionada sobre como as polícias Civil e Militar irão, ou já atuam, com relação aos eventuais ataques sugeridos nos salves. Nenhum posicionamento foi encaminhado. O espaço segue aberto.

Fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/carta-interceptada-em-presidio-revela-plano-do-pcc-para-matar-agentes

Saiba quem são os detentos da Academia Brasileira de Letras do Cárcere

oc1012 Em cerimônia realizada nesta quinta-feira, 18, no Rio de Janeiro, foi criada a Academia Brasileira de Letras do Cárcere, formada por detentos do sistema prisional brasileiro. Ao todo, seis detentos foram escolhidos para se tornarem “imortais” e um dos critérios para assumir o posto era ter pelo menos um livro publicado, embora a qualidade da obra não tenha sido avaliada para a escolha. A academia terá 20 cadeiras, mas nem todas foram preenchidas ainda.

O detento escolhido para ocupar a simbólica cadeira número 1 “Graciliano Ramos”, foi Marcio Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes de uma facção criminosa do Rio de Janeiro. Marcinho está preso desde 1996.

Segundo um texto publicado para apresentar a entidade, o objetivo da ABLC surge como uma “iniciativa pioneira destinada a reconhecer e valorizar as obras de escritores que produzem literatura mesmo estando privados de liberdade. Seu principal propósito é oferecer uma plataforma para que esses autores expressem suas vozes e compartilhem suas histórias, contribuindo assim para a diversidade e a riqueza da literatura nacional”.

A criação da ABLC é uma ideia do desembargador aposentado Siro Darlan, que justificou a criação a partir da constatação que a leitura é um hábito que os presos têm nas celas. O hábito também ajuda a reduzir a pena. Presos que leem nas celas, segundo a Lei de Execuções Penais permite que a pena seja reduzida em quatro dias se o detento ler e resenhar uma obra da biblioteca. Pela legislação, o preso pode reduzir até 48 dias da pena por ano, já que existe um limite de livros a serem resenhados de 12 por ano.

Continua após a publicidade

Conheça os escolhidos para a ABLC

  • Marcinho VP
  • Fábio da Hora Serra, o Sagat
  • André Borges
  • Edilberto José Soares
  • Emerson Franco
  • Paulo Henrique Milhan

Fonte:https://veja.abril.com.br/cultura/saiba-quem-sao-os-detentos-da-academia-brasileira-de-letras-do-carcere

Copyright © Impakto Penitenciário / Design by MPC info