Investigador Bombom era elo entre bandidos e “banda podre” da polícia

oc1230 São Paulo — O investigador classe especial da Polícia Civil de São Paulo Marcelo Marques de Souza, o Bombom, preso após inquérito da Polícia Federal (PF) ligá-lo ao crime organizado, é apontado como um dos responsáveis por fazer a “ponte” entre bandidos e a chamada “banda podre” da polícia.

Bombom era chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), da 5ª Delegacia Seccional da capital paulista. Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), o corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, assassinado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, descreve como Bombom atuava nos bastidores corruptos da instituição.

No depoimento, Gritzbach afirma que o empresário Reinaldo Muhammad Mahmud Ayesh, o Vida, investigado por lavagem de dinheiro, seria padrinho de batismo de Bombom. Por intermédio do policial civil, Reinaldo teria sido apresentado para fazer “o trampo”, tanto no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) quanto no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

O “trampo”, como é explicado pelos investigadores da PF, em relatório obtido pelo Metrópoles, seria a introdução de criminosos, de preferência responsáveis pela movimentação de altos valores, “nas estruturas corruptas subjacentes às estruturas oficiais da Polícia Civil“.

“Possibilitando”, com isso, “o desenvolvimento das atividades criminosas de diversos grupos criminosos sob a égide da corrupção policial, numa espécie de simbiose”, aponta o relatório.

Bombom, segue a PF, moraria no mesmo prédio que Reinaldo Muhammad, apontado como empresário, sócio em diversas empresas e inclusive com participação “substancial” — em 2016 — dos direitos do jogador de futebol Gabriel Jesus, na ocasião do Palmeiras.

A defesa de Reinaldo Muhammad não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

Mesmo endereço que Gritzbach

A investigação da PF levantou ainda que a esposa de Reinaldo Muhammad declarou um endereço no Jardim Anália Franco, bairro nobre da zona leste paulistana, quando solicitou seu passaporte, em 2015. O “mesmo exato” endereço também foi indicado pela mulher de Bombom para solicitar um passaporte, já em 2023.

Bombom comprou o apartamento de alto padrão em junho de 2018 por R$ 700 mil, “[valor] dificilmente compatível com os rendimentos de um investigador de polícia classe especial”, pontuam investigadores federais. Imóveis similares, no mesmo condomínio, conforme apurado, custam R$ 2,7 milhões. Na mesma rua do imóvel, Gritzbach também possuía um apartamento de luxo.

“Tamo rico”

Foi para Bombom que o delegado Fábio Baena e o investigador-chefe Eduardo Monteiro, ambos do DHPP na ocasião, telefonaram e, no viva voz, comemoraram a prisão de Vinícius Gritzbach — que testemunhou a conversa e a relatou ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP. Gritzbach era investigado pelo suposto envolvimento no assassinato de dois membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Gritzbach disse, ainda, que em um áudio Bombom lamentou que ele tenha sido preso por Baena e Monteiro. O policial civil teria insinuado que, se fosse ele a fazer a prisão do delator do PCC, eles teriam “feito um acerto” e ele não teria sido detido.

Isso, conforme o relatório da PF, indica que Bombom era umas “das pessoas que faziam os acertos”, ou seja, “a corrupção dentro das estruturas da Polícia Civil”.

Levantamento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que, entre janeiro de 2017 e julho de 2022, o investigador movimentou quase R$ 34,5 milhões em transações bancárias.

Com centenas de depósitos fragmentados, em uma tática de lavagem de dinheiro conhecida como smurfing, o policial civil realizou transações com cidades do interior paulista, Paraná, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Entre julho de 2022 e fevereiro do ano seguinte, ele ainda movimentou mais R$ 1,7 milhão.

O Metrópoles busca a defesa do investigador Bombom. O espaço está aberto para manifestação.

Presos

Como resultado da delação premiada de Vinícius Gritzbach, aliada à investigação da PF, foram presos no último dia 17 o investigador chefe Eduardo Monteiro, o delegado Fábio Baena, os investigadores Marcelo Marques de Souza, o Bombom, e Marcelo Roberto Ruggieri, o Xará, o advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mude, além dos empresários Ademir Pereira Andrade e Robinson Granger de Moura, o Molly.

O agente de telecomunicações da Polícia Civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, também foi alvo de um dos mandados de prisão. Ele ficou foragido da Justiça por quase uma semana e se entregou na segunda-feira (23/12), após sua defesa negociar a rendição dele com a Delegacia Geral.

Além deles, foram presos em setembro os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo, e Valmir Pinheiro, o Bolsonaro, ambos suspeitos de receber propina ou de subornar criminosos para interromper investigações sobre ações do PCC.

Os policiais presos vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de prisão

Fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/investigador-bombom-era-elo-entre-bandidos-e-banda-podre-da-policia

Policial que ficava com dinheiro de traficantes é demitido pela 3ª vez

oc1227 O policial civil Fernando Contreras Siqueira, que responde a 30 processos pelo crime de peculato na Justiça de São Paulo, foi demitido do cargo pela terceira vez pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (foto em destaque). Exercendo a função de escrivão no 8º Distrito Policial, no Brás, Contreras é acusado de desviar dinheiro apreendido de traficantes presos pela Polícia Militar e levados à delegacia.

Em 2023, o policial foi condenado a dois anos de prisão. Ele possui outras seis sentenças que resultaram em prestação de serviço comunitário e três para pagamento de multas, as quais não foram pagas devido às decisões judiciais que concederam indulto ao agente.

Contreras foi demitido por Derrite pela primeira vez em setembro do ano passado, em decorrência de um dos processos administrativos disciplinares abertos contra ele. Em abril deste ano, o secretário demitiu o agente pela segunda vez. A sequência de punições visa garantir que, caso uma delas seja revertida judicialmente, a segunda entre em vigor, impedindo que o policial retorne às funções.

Processos administrativos

Como escrivão, Contreras tinha a responsabilidade de registrar os boletins de ocorrência e recolher o material apreendido para dar a devida destinação, que, no caso do dinheiro, seria um depósito judicial. No entanto, o agente frequentemente ficava com a quantia, como descreve a Corregedoria da Polícia Civil em um PAD aberto em outubro de 2023.

“No dia 20 de setembro de 2018, o escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira registrou, junto ao 8º DP/Brás, o Boletim de Ocorrência nº 6.052/18, referente a associação para o tráfico, ocasião em que houve a apreensão da quantia de R$ 137,00. O referido valor permaneceu sob responsabilidade do escrivão para fins de depósito judicial. Por intermédio de correio eletrônico datado de 29 de março de 2023, o juiz de Direito da 2ª Vara Criminal, Foro Central Criminal Barra Funda, deliberou pela requisição da guia de depósito respectiva, que, no entanto, não foi encaminhada. Consta nos autos uma informação do Banco do Brasil, indicando a não localização de conta judicial vinculada ao processo”, afirmou a Corregedoria.

O processo administrativo também mencionou outros casos em que Contreras foi apontado pela mesma prática. “Conforme consta nas anotações funcionais do escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira, existem diversos procedimentos administrativos instaurados em seu desfavor, que versam sobre fatos da mesma natureza”, informou o órgão.

No total, Contreras teve duas ações penais por peculato abertas em 2020, 13 em 2021, nove em 2022, duas em 2023 e quatro em 2024.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/policial-que-ficava-com-dinheiro-de-traficantes-e-demitido-pela-3a-vez

 

Policial que ficava com dinheiro de traficantes é demitido pela 3ª vez

oc1227 O policial civil Fernando Contreras Siqueira, que responde a 30 processos pelo crime de peculato na Justiça de São Paulo, foi demitido do cargo pela terceira vez pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (foto em destaque). Exercendo a função de escrivão no 8º Distrito Policial, no Brás, Contreras é acusado de desviar dinheiro apreendido de traficantes presos pela Polícia Militar e levados à delegacia.

Em 2023, o policial foi condenado a dois anos de prisão. Ele possui outras seis sentenças que resultaram em prestação de serviço comunitário e três para pagamento de multas, as quais não foram pagas devido às decisões judiciais que concederam indulto ao agente.

 

Contreras foi demitido por Derrite pela primeira vez em setembro do ano passado, em decorrência de um dos processos administrativos disciplinares abertos contra ele. Em abril deste ano, o secretário demitiu o agente pela segunda vez. A sequência de punições visa garantir que, caso uma delas seja revertida judicialmente, a segunda entre em vigor, impedindo que o policial retorne às funções.

Processos administrativos

Como escrivão, Contreras tinha a responsabilidade de registrar os boletins de ocorrência e recolher o material apreendido para dar a devida destinação, que, no caso do dinheiro, seria um depósito judicial. No entanto, o agente frequentemente ficava com a quantia, como descreve a Corregedoria da Polícia Civil em um PAD aberto em outubro de 2023.

“No dia 20 de setembro de 2018, o escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira registrou, junto ao 8º DP/Brás, o Boletim de Ocorrência nº 6.052/18, referente a associação para o tráfico, ocasião em que houve a apreensão da quantia de R$ 137,00. O referido valor permaneceu sob responsabilidade do escrivão para fins de depósito judicial. Por intermédio de correio eletrônico datado de 29 de março de 2023, o juiz de Direito da 2ª Vara Criminal, Foro Central Criminal Barra Funda, deliberou pela requisição da guia de depósito respectiva, que, no entanto, não foi encaminhada. Consta nos autos uma informação do Banco do Brasil, indicando a não localização de conta judicial vinculada ao processo”, afirmou a Corregedoria.

O processo administrativo também mencionou outros casos em que Contreras foi apontado pela mesma prática. “Conforme consta nas anotações funcionais do escrivão de polícia Fernando Contreras Siqueira, existem diversos procedimentos administrativos instaurados em seu desfavor, que versam sobre fatos da mesma natureza”, informou o órgão.

No total, Contreras teve duas ações penais por peculato abertas em 2020, 13 em 2021, nove em 2022, duas em 2023 e quatro em 2024.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/policial-que-ficava-com-dinheiro-de-traficantes-e-demitido-pela-3a-vez

 

Polícia Federal faz operação para prender policial civil suspeito de integrar quadrilha que roubava mercadorias dos Correios

oc12231 A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (18), uma operação contra um grupo suspeito de roubar mercadorias que estavam sendo transportadas pelos Correios. Um dos alvos é um policial civil de Pernambuco. Segundo a PF, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e está foragido.

Os crimes foram registrados em Pernambuco e na Bahia, onde o inquérito da Operação Ímprobo 2 começou. Em PE, foram cumpridos, segundo a PF, cinco mandados de busca e apreensão no Recife e nas cidades de Carpina, na Zona da Mata Norte, e Salgueiro, no Sertão, além do mandado de prisão preventiva.

As ordens foram decretadas pela 17ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária da Bahia. De acordo com a PF, a suspeita é que a quadrilha desviava aparelhos eletrônicos para o comércio clandestino. A maioria dos itens roubados, segundo a investigação, são celulares.

O nome do policial envolvido no caso não foi divulgado. A PF disse, ainda, que ele está na ativa, mas que não vai divulgar informações sobre a função do servidor na corporação. Outro alvo do inquérito é uma loja de smartphones localizada em Salgueiro.

Os suspeitos são investigados pelos crimes de associação criminosa e receptação qualificada, que, juntos, podem resultar em mais de 11 anos de prisão.

Procurada, a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) disse que acompanhou as equipes da Polícia Federal no cumprimento do mandado de prisão contra o policial, que não foi localizado durante a ação. A instituição informou, ainda, que abriu um procedimento administrativo para apurar a conduta do servidor.

Comandante-geral da PM no MA investigado por receber benefício após se passar por taxista é afastado do cargo

oc1220 Segundo o governador, o afastamento acontece "para que as apurações se concluam com a maior brevidade e total isenção". Em seu lugar, ficará o coronel Pitágoras Mendes Nunes.

O coronel Paulo Fernando foi citado, em uma reportagem do Fantástico, como um dos beneficiados de um esquema ilegal para obtenção de placas para taxista para compras de veículos novos com isenção de impostos.

Pessoas fingem ser taxistas para comprar carros com desconto de até R$ 20 mil no Maranhão, diz MP

Além do coronel Paulo Fernando, a Secretaria de Segurança Pública informou que os demais policiais que teriam sido beneficiados no esquema também foram afastados.

Coronel Paulo Fernando teve dois carros comprados com isenção

Segundo as investigações, o coronel Paulo Fernando tem o registro de taxista em Bacabal, que fica a 250 quilômetros de São Luís, e já teve dois carros comprados com isenção de impostos.

O último é de 2021, que custou R$ 14 mil mais barato, como comprova a nota fiscal. Este ano, o comandante admitiu – em documento encaminhado à Secretaria de Fazenda – que é dono de uma vaga de taxista na cidade do interior.

Paulo Fernando reconheceu que "não exerce atividade remunerada em transporte de táxi", e solicitou oficialmente o cálculo dos impostos que não foram cobrados para fazer o pagamento. Apesar disso, o MP afirma que a dívida ainda não foi quitada.

Outro ponto que chamou a atenção é que o carro do comandante não tem placa com números vermelhos, obrigatória em veículos comprados com isenção na categoria táxi.

Por nota o Detran do Maranhão informou que "não pode fornecer informações sobre terceiros. Também reforça que a investigação é sigilosa para não comprometer os trabalhos das autoridades", mas, não esclareceu como o carro do comandante geral da PM foi emplacado como um veículo de passeio.

Como funcionava o esquema

O esquema de corrupção e sonegação de impostos no Maranhão foi descoberto em investigação do Ministério Público do estado. Nele, pessoas se passam por taxistas e usam até alvarás da profissão para comprar carros com descontos que chegam a R$ 20 mil.

São automóveis novos, sofisticados e nada baratos, que circulam com placas com números vermelhos, que indicam veículo de transporte comercial. Nesse caso, táxis. Mas os donos desses carros não levam passageiros em São Luís (MA).

Os investigadores fizeram um levantamento sobre quase 10 mil carros comprados com isenção de impostos de 2020 até 2024 e encontraram indícios de fraudes no emplacamento de 35% deles.

No papel, são táxis, mas, na rua, são carros de empresários e servidores públicos (como policiais militares), que nunca fizeram uma corrida.

No caso apenas de servidores públicos, o MP afirma que 1.038 carros estão rodando com alvarás (documento que permite o trabalho como taxista) irregulares.

"Não há permissível legal que diga que um servidor público possa ter um alvará de taxista", diz o promotor Giovanni Cavalcanti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate à Fraude Fiscal Estruturada (Gaesp).
"Nós temos também a regulamentação estadual que proíbe essas pessoas de usarem o benefício fiscal para atividades que eles não estão autorizados", completa.

Elisângela e Mário Sérgio são irmãos e teriam comprado carros com categoria de 'taxista', mas não exercem a função — Foto: Reprodução/TV Globo

Elisângela Cutrim Santos é uma das pessoas que comprou um carro com a placa de táxi. Ao Fantástico, ela disse não ser taxista, mas foi como taxista que ela comprou o carro zero com desconto de quase R$ 16 mil.

A nota fiscal mostra que ela teve isenção de ICMS e IPI. O alvará que permite Elisângela trabalhar como taxista é da cidade de Bacabal. Só vale para aquele município, mas ela vive e trabalha na capital.

Elisângela é irmã de Mário Sérgio Cutrim dos Santos, coronel do Batalhão de Polícia Ambiental, em São Luís, que também tem um carro com placa vermelha, segundo o MP. A nota fiscal revela que ele comprou o carro como taxista e com a isenção de impostos teve um desconto de R$ 20 mil. De R$ 151 mil saiu por R$ 131 mil.

Para se apresentar como taxista, o coronel usou uma declaração da Prefeitura de Colinas, a 440 quilômetros da capital. Se ele realmente fosse taxista, só poderia rodar naquela cidade.

Depois que o Fantástico abordou sua irmã, o coronel Cutrim procurou as autoridades de trânsito e mudou a categoria do veículo para particular. Ele foi procurado, mas não respondeu até a publicação da reportagem.

Além do coronel Cutrim, o coronel Rômulo Henrique Araújo da Costa também comprou o carro como taxista na mesma época do colega de farda e no mesmo valor com a isenção de impostos. Quase R$ 20 mil de desconto.

O alvará de taxista do coronel Rômulo também é da cidade de Bacabal. Ele diz que fez o requerimento "e a prefeitura concedeu", mas nunca trabalhou como taxista, e que as isenções fiscais são importantes para sua decisão de rodar com uma placa com números vermelhos.

"Eu ainda mantenho o meu alvará funcionando e eu posso, a hora que eu quiser, ir lá em Bacabal e exercer. Eu posso a hora que eu quiser, entendeu?", falou ele ao "Fantástico".

A Secretaria de Segurança Pública informou que a investigação instaurada para apurar o envolvimento de policiais militares, incluindo os três coronéis, ainda não foi concluída. O comandante Queiroz não quis se manifestar.

Servidores também envolvidos

Em um dos casos levantados pelo MP, uma servidora do próprio Ministério Público também usa um carro com placas vermelhas. Mariana Lucena Sousa Santos comprou um carro em março de 2023 com cerca de R$ 13 mil de descontos.

Ao "Fantástico", ela disse que não trabalha como taxista, mas que herdou o alvará do pai. Mariana usou o documento para comprar o veículo e disse que nunca precisou dizer ser taxista durante a isenção dos impostos.

"Eu sou servidora pública. Então, assim, nunca foi necessário. Nenhuma situação em que eu precisei afirmar que eu era taxista", afirma.

Depois da entrevista, Mariana pagou os impostos que não foram cobrados na época da compra. Ela quitou o ICMS e o IPVA. Mesmo assim, o Ministério Público do Maranhão informou que Mariana foi exonerada do cargo.

No prédio não muito longe de onde Mariana trabalha, um auditor do Tribunal de Contas do estado também usa um carro com placa vermelha. O veículo está no nome da mãe de Hunaldo Francisco de Oliveira Castanheiras. A nota fiscal mostra que com as isenções o valor baixou de R$ 126 mil para R$ 107 mil.

Ele explicou que a família toda já foi taxista em Salvador (BA), inclusive ele, e mostrou que o carro tem taxímetro. O atual alvará de São Luís era do pai, que ficou doente e passou para sua mãe. Mesmo assim, ele admite que está usando o veículo sem ter um alvará em seu nome.

Punição

"O policial militar, o auditor, ele é proibido de exercer outra função. Ele não pode exercer outra função, muito menos a função de taxista, que exige quase que dedicação exclusiva", explicou Danilo José de Castro Ferreira, procurador Geral de Justiça do Maranhão.

"A primeira concepção que a gente tem é de cunho moral. Não há necessidade desses servidores terem um benefício, já que a grande maioria são muito bem remunerados", completa.

Pelas contas do MP, os motoristas deixaram de pagar R$ 40 milhões em impostos com as isenções e reduções concedidas ilegalmente.

"Uma pessoa que comparece a uma prefeitura, a um órgão público e obtém o alvará se passando por taxista, fraudulentamente, ele sonega", afirma o procurador.

"Além do crime tributário, propriamente, nós temos crimes contra a administração pública, nós temos possivelmente crimes de lavagem de dinheiro, nós temos também a questão da corrupção passiva", explica.

As autoridades querem saber como foi feita a emissão de alvarás para pessoas que não trabalham como taxistas. Em Bacabal, o MP já abriu uma investigação.

"As investigações vão apontar justamente em que momento se deu isso. Como é que elas conseguiram em vários municípios do estado do Maranhão, o alvará, dentro de uma prefeitura municipal, para fazer compra de carros com isenção", finaliza.
Fonte: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2024/12/16/comandante-geral-da-policia-militar-no-maranhao-beneficiado-como-falso-taxista-e-afastado-pelo-governador.ghtml

Trio roubou celulares para apagar provas de envolvimento sexual do deputado federal professor Alcides com adolescente, denuncia mãe

oc1216 Em nota, o deputado federal diz que as acusações não são verdadeiras e alega que foi estabelecida uma narrativa desonesta “baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente” o nome dele (leia a nota completa ao fim da reportagem).

O policial, o segurança e o instrutor de tiros ligados a Alcides foram presos pela Polícia Civil na quinta-feira (12). Os nomes dos detidos não foram divulgados pela Polícia Civil. O advogado Clécio Teles, que representa o policial militar preso, negou o envolvimento do cliente no roubo dos celulares do adolescente.

Já a Polícia Militar informou em nota que foi acionada para prestar apoio à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia no cumprimento de um mandado de prisão do PM e que acompanhou todas as etapas do procedimento, “incluindo a condução e transferência do detido ao Presídio Militar, respeitando rigorosamente os trâmites legais estabelecidos”.

g1 entrou em contato com o Partido Liberal (PL) para um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos demais detidos até a última atualização desta reportagem.

Boletim de ocorrência registrado por mãe que denuncia envolvimento sexual de Professor Alcides (PL) com o filho adolescente dela, em Aparecida de Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Denúncia

Ao denunciar o caso, a mãe do adolescente contou que o filho teria sido convidado para participar de uma seleção de jogadores de futebol Sub-16 em outubro de 2021. Essa seleção seria para ingressar em um time de futebol goiano e teria sido realizada na casa do deputado federal Alcides Ribeiro Filho. Na ocasião, de acordo com o relato, outros adolescentes e o segurança preso estavam no local.

A mãe do adolescente ainda revelou que, segundo o filho, Alcides teria pedido para que todos, menos ele, saíssem da casa e fossem ao campo de futebol que fica dentro do condomínio. A denúncia narra que, naquele momento, o deputado "tocou no corpo do menor dentro da roupa e ainda beijou a boca do menor". Diz ainda que o parlamentar "chamou o menor para o quarto para tentar manter relação sexual", mas que o adolescente teria se negado e saído do local.

O boletim de ocorrência ainda diz, em seguida, que após aproximadamente duas semanas, "o adolescente retornou ao local e teve conjunção carnal" com o deputado, sem dar mais detalhes sobre o motivo do retorno do adolescente ao local.

O documento não informa se o adolescente foi aprovado na seleção de jogadores. O g1 entrou em contato com o time goiano para o qual supostamente a seleção de adolescentes estava sendo feita, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Roubo de celulares

Homem preso em operação que investiga roubo contra adolescente e arma apreendida, em Aparecida de Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

O boletim de ocorrência não detalha se houve novos encontros entre o adolescente e o deputado. Após narrar a suposta seleção de futebol em 2021, a mãe relata que, em 12 de novembro deste ano, houve o roubo dos celulares do adolescente.

Segundo a delegada Sayonara Lemgruber, que investiga o caso, na ocasião, os três investigados foram em um carro até a casa do adolescente, que atualmente tem 16 anos. A mãe detalha no boletim de ocorrência que o segurança preso teria buscado o filho dela para supostamente levar o menino ao dentista.

No entanto, de acordo com a Polícia Civil, quando o menino entrou dentro do carro, os três suspeitos teriam roubado os celulares, ameaçado e exigido que o garoto informasse a senha da nuvem de armazenamento para que o conteúdo dos aparelhos do adolescente fossem apagados.

“Supostamente para a finalidade de apagar mensagens, vídeos dessa suposta relação pessoal entre o adolescente e o indivíduo politicamente exposto”, completou a delegada.

No registro policial, a mãe detalhou que, dentro do carro, o segurança teria colocado "a arma de fogo contra a perna esquerda do adolescente, ameaçando atirar, enquanto outro homem apontou outra arma de fogo para o pescoço" do menor. Para o roubo, a polícia explicou que foi usado um Volkswagen Fox prata. Segundo o boletim de ocorrência, esse carro pertence ao policial militar.

Além dos três mandados de prisão temporária, que têm duração de 30 dias, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra os investigados. A delegada informou que investiga o envolvimento do adolescente com o político. Segundo ela, a apuração corre em sigilo.

Nota do professor Alcides na íntegra:

“Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome. Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado. Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada. Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”. Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás. Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.

Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia. Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime. Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual - à qual exijo respeito - para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal. Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia. Agradeço comovido as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação".

Nota do professor Alcides na íntegra:

“Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome. Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado. Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada. Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”. Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás. Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.

Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia. Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime. Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual - à qual exijo respeito - para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal. Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia. Agradeço comovido as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação.

Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/12/13/trio-roubou-celulares-para-apagar-provas-de-envolvimento-sexual-de-professor-alcides-com-adolescente-denuncia-mae.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar-mobile&utm_campaign=materias

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