Movimento Nacional da População de Rua não pôde opinar sobre plano de revitalização do centro de Curitiba

n0322 A prefeitura de Curitiba criou uma Comissão de Redesenvolvimento da Região Central de Curitiba em fevereiro deste ano. A meta é “dar vida nova do centro de Curitiba”, conforme o Poder Executivo.

À época da assinatura do decreto, que aconteceu na praça Generoso Marques, o prefeito Eduardo Pimentel (PSD) disse que o processo de mudança era de todo curitibano. “A Prefeitura lidera esse processo, mas ele é de toda a sociedade. Vamos trabalhar com ações de segurança, fortalecimento do comércio, gastronomia, no turismo, para que o Centro tenha vida de dia e à noite”, declarou.

Contudo, lideranças do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) afirmam que não foram convidadas para a discussão e que, embora tenham solicitado participar do comitê, não tiveram a presença aceita.

A Comissão é formada por diversas entidades como Defensoria Pública, Ministério Público, universidades, além de representantes da própria prefeitura.

De acordo com Leonildo Monteiro Filho é o coordenador do MNPR, durante a reunião para criação do comitê ele mesmo questionou o porquê de o Movimento não poder participar. Ao Plural, ele disse que é preciso ouvir os representantes de quem está em situação de rua para encontrar soluções para o centro de Curitiba.

“Em primeiro lugar está errado é não convidar as organizações e movimentos sociais que atuam com pessoas em situação de rua, porque esse público sempre é relegado, principalmente pelos lojistas, que têm representação no comitê, e até pela comunidade em geral, que tem esse preconceito contra as pessoas em situação de rua”, critica.

Para o MNPR a prefeitura dificulta o diálogo. “Eles não querem [nos aceitar] porque sabem que vamos defender o direito da população em situação de rua ir e vir e cobrar políticas que fato possam retirar eles da rua e não só jogar em outro lugar”, diz.

O que diz a prefeitura

Conforme informações da prefeitura, estão planejadas para este ano melhorias de calçamento, de ruas e da iluminação pública, o aumento nas abordagens de atendimento a pessoas em situação de rua e a intensificação das forças de segurança do Estado, junto da Guarda Municipal, para repressão de crimes, roubos, furtos e tráfico de drogas.

A proposta também tem ações previstas como a reocupação da região central com a instituição do Aluguel Social e incentivos para empreendedores investirem no retrofit de prédios que estão abandonados no Centro da cidade.

 

No primeiro dia do “Domingo no Centro”, no qual a prefeitura de Curitiba fecha trechos centrais para realização de feiras e circulação de pedestres, o prefeito Eduardo Pimentel mencionou que o programa de revitalização está sendo bem-recebido pela população.

“[Está indo] muito bem! As pessoas estão animadas, estão percebendo não só a questão do trabalho do morador em situação de rua (sic) e da segurança. E lembrando do trabalho de segurança no centro: nós não queremos que os bandidos vão para os bairros, obviamente. Nós queremos ele preso ou fora da cidade”.

Veja as organizações que fazem parte da Comissão:

  • Prefeitura: representantes do gabinete do prefeito, das secretarias municipais (Governo Municipal; Desenvolvimento Social e Inovação; Defesa Social e Trânsito; Direitos Humanos; Comunicação Social; Obras Públicas; Planejamento, Finanças e Orçamento; Meio Ambiente; Urbanismo; Mulher e Igualdade Étnico-Racial; Segurança Alimentar e Nutricional; Esporte, Lazer e Juventude; Administração e Tecnologia da Informação), e autoridades municipais (Ippuc, FAS, FCC, Urbs, Curitiba Turismo, Cohab);
  • Câmara Municipal de Curitiba (CMC);
  • Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública e das polícias Militar e Civil;
  • Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep);
  • Ministério Público do Estado do Paraná;
  • Universidade Federal do Paraná (UFPR);
  • Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci);
  • Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR);
  • Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH);
  • Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seccional Paraná (Abrasel/PR);
  • Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (Asbea/PR);
  • Associação Comercial do Paraná (ACP);
  • Associação dos Permissionários do Mercado Municipal de Curitiba;
  • Associação dos Proprietários de Imóveis Históricos e de Interesse de Preservação (APIHIP);
  • Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR);
  • Associação dos Proprietários de Imobiliárias de Curitiba (ADPI);
  • Companhia Paranaense de Energia (Copel);
  • Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep/PR);
  • Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio);
  • Instituto de Engenharia do Paraná (IEP);
  • Rede Empresarial Centro Histórico de Curitiba;
  • Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PR);
  • Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi);
  • Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon/PR);
  • Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (Seha);
  • Conselhos Comunitário de Segurança (Consegs) do Centro e do São Francisco; 
  • Comissão da Feira do Largo da Ordem.

Fonte: https://www.plural.jor.br/noticias/vizinhanca/movimento-nacional-da-populacao-de-rua-nao-pode-opinar-sobre-plano-de-revitalizacao-do-centro-de-curitiba/ 

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