PMs descobrem, na Ilha do Governador, drones que monitoravam operação e comunidade rival

oc0830 Policiais militares do 17º BPM (Ilha do Governador) que faziam uma operação na Vila Joaniza, na Ilha, Zona Norte do Rio, na manhã desta terça-feira, descobriram que tinham seus passos monitorados por um drone. As equipes usavam um equipamento igual durante a ação, que quase foi derrubado derrubado por outro.

Os PMs continuaram a ação e chegaram a uma casa onde flagraram um homem com as imagens transmitidas pelo drone e operando um dos equipamentos. Foram apreendidos dois drones, computadores e artefatos explosivos. O suspeito é José Carlos de Souza dos Santos, de 36 anos, conhecido como Zé Carlinhos, apontado como um líder comunitário na Vila Joaniza e foi levado para a 37ª DP (Ilha).

PM descobre, na Vila Joaniza, filmagens feitas por drone monitorando agentes durante operação

De acordo com os policiais, além de monitorar a Vila Joaniza, que é controlada pela facção Comando Vermelho (CV), um outro drone era usado para sobrevoar o Complexo do Dendê, região dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP).

"Ele se apresentava como um líder comunitário mas o que ficou configurado é que ele é um integrante dessa associação para o tráfico. Ele era o responsável técnico pelo monitoramento dos policiais militares que faziam uma operação e também era responsável pelo monitoramento de traficantes rivais, como os da comunidade do Dendê", disse o delegado Felipe Santoro, titular da delegacia da Ilha, ao RJ1.

Santoro afirmou que Zé Carlinhos disse que, além dele, um outro homem operava mais dois drones na Vila Joaniza

Segundo ele, a polícia apura também se os traficantes ali teve alguma ligação com a explosão de um artefato que matou dois traficantes do Dendê, há duas semanas. No local da apreensão de hoje, foram encontrados diversos artefatos explosivos e materiais para fabricação dos mesmos.

A operação do 17º BPM na Vila Joaniza era para, segundo a PM, coibir a expansão territorial do CV, retirar barricadas e recuperar veículos roubados e clonados que são usados pelos criminosos.

Monitoramento de cabines

Além de monitorar operações e o Complexo do Dendê, a polícia tem informações de que drones que saem da Vila Joaniza — também conhecida como Morro do Barbante — monitora também cabines da PM. A comunidade, de acordo com o Disque Denúncia (21 2253-1177) é controlada por Wagner Barreto de Alencar, o Cachulé.

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Ele é foragido do sistema penitenciário desde abril de 2016 — ele conseguiu a progressão de pena para o regime semiaberto e, ao deixar o Instituto Penal Edgard Costa, em Niterói, na Região Metropolitana, não retornou.

Cachulé é suspeito de chefiar, em novembro de 2017, o ataque contra um posto policial da Vila Joaniza. O local foi fuzilado por um grupo composto por cerca de 40 bandidos. A ação criminosa teria sido uma reação dos bandidos, já que a PM havia impedido a realização de um baile funk onde seria comemorado o aniversário do traficante.

Na ocasião, a Polícia Militar informou que o posto já estava em fase de desativação quando foi atacado.

Drones usados na guerra do tráfico

O sobrevoo de drones em comunidades do Rio já viraram cena corriqueira. Nas comunidades do Quitungo e do Guaporé, em Brás de Pina, também na Zona Norte, é comum ver os equipamentos, relatam moradores. Segundo eles, os equipamentos são enviados por bandidos rivais.

A região vem sendo alvo de uma disputa. O traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, do Complexo de Israel e ligado ao TCP, quer expandir seus domínios para as duas comunidades e monitora a movimentação dos rivais.

De acordo com os moradores, é comum que os drones sejam alvos de tiros disparados pelos traficantes do Quitungo e do Guaporé.

Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2024/08/27/pms-descobrem-na-ilha-do-governador-drones-que-monitoravam-operacao-e-comunidade-rival.ghtml

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