Um policial penal foi suspenso por 10 dias por falhas na segurança de presos da unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2), o que contribuiu para a fuga do detento Nelson Bárbara, condenado a mais de 122 anos por vários crimes, como homicídios e roubos cometidos na zona rural da cidade.
No dia 13 de fevereiro de 2022, Bárbara pulou o muro da penitenciária e fugiu para uma região de mata. Desde então, nunca mais foi visto.
De acordo com o Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), a punição imposta ao servidor é resultado de um processo disciplinar aberto contra ele.
Segundo o Deppen, ele foi punido por “não ter observado os cuidados de segurança para movimentação de custodiados”. O g1 entrou em contato com a defesa e aguarda retorno.
O caso foi julgado em abril pelo Conselho da Polícia Penal. A suspensão começa a ser cumprida nesta sexta-feira (14), e o funcionário público não receberá o salário neste período.
O resultado do processo disciplinar foi publicado na edição da última terça-feira (11) do Diário Oficial do Paraná.
A investigação interna não identificou nenhum outro servidor envolvido na fuga de Nelson Bárbara.
Detento foi retirado de área de trabalho da unidade
Um ofício assinado pelo diretor da penitenciária na época diz que Bárbara trabalhava no setor de artesanato, mas foi retirado do lugar pelo policial penal investigado para servir a alimentação de outros presos.
A retirada, no entanto, não teria sido autorizada pela direção, como consta no ofício, que foi obtido pelo g1.
Conforme o documento, o diretor afirma que “não houve o devido acompanhamento por parte do policial penal escalado, pois o apenado (Nelson Bárbara) empreendeu fuga através da guarita de sol, que tem seu acesso por um portão do corredor”.
Câmeras flagraram fuga
No mesmo ofício, foram incluídas fotos de Bárbara andando pelo telhado, quebrando uma telha e caindo em uma sala, e, por último, pulando o muro para acessar a região de mata.
A direção da penitenciária analisou as imagens do circuito interno, e concluiu que “o momento da fuga passou despercebido pelos servidores que estavam na central de monitoramento”.
O g1 questionou se a situação foi investigada, mas a Polícia Penal não enviou resposta.
O caso também foi investigado pela Polícia Civil, que não encontrou nenhum crime doloso, ou seja, com intenção. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público, que, segundo a assessoria da polícia, determinou o arquivamento.