O advogado é conhecido pela qualidade técnica. O perfil contrasta com outros advogados que cercam Bolsonaro. Fabio Wajngarten não tem experiência na área e coordena a comunicação do ex-presidente. Frederick Wassef é estridente e apegado aos holofotes. Ambos já trocaram farpas.
O escritório D. B. Tesser Sociedade de Advogados é o outro beneficiário de R$ 3,38 milhões. Daniel Tesser assessora Bolsonaro no caso das joias. O defensor já afirmou que o cliente está sendo tratado de forma política e diferente de outros ex-presidentes.
Firma fala em 'contrato que prevê confidencialidade' e 'atuação técnica'. Em nota, o escritório ressaltou que não analisou "a integralidade dos autos, sendo, portanto, temerário tecermos qualquer comentário acerca de informações e documentos ali contidos". Mas disse que "a relação entre nosso escritório e o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro trata de relação cliente-advogado que está pautada em premissas do código de ética e disciplina da OAB, bem como em contrato que prevê confidencialidade de todos os parâmetros que permeiam tal relação e, especialmente, a defesa do cliente".
Independentemente da questão formulada, informo que todo e qualquer valor recebido por nosso escritório, sem exceções e de quem quer que seja, está lastreado em contrato de prestação de serviços jurídicos e nota fiscal correspondente, devidamente registrados na contabilidade e submetidos aos órgãos fiscais. Destacamos que nossa atuação é estritamente técnica, sem adentrar em questões políticas, razão pela qual, inclusive, pouco aparecemos na mídia.
Escritório D. B. Tesser, sobre os pagamentos feitos por Bolsonaro
Os dois advogados têm atuado juntos. Quando foi revelado que Bolsonaro havia se hospedado por dois dias na embaixada da Hungria, ambos usaram a mesma estratégia de declarar como motivo um convite para debater o cenário político daquele país e do Brasil. O caso foi arquivado por Alexandre de Moraes, que não viu indícios de pedido de asilo diplomático nem risco de fuga.