O que acontece, por que acontece. 24 horas por dia, sete dias por semana

ac0714 O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou neste sábado (12) uma mensagem nas redes sociais em tom de ameaça direta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que está disposto a ir “até as últimas consequências” e convocando seus apoiadores para uma espécie de cruzada contra o que chamou de “regime sanguinário”. A publicação foi feita em sua conta oficial na plataforma X (antigo Twitter).

A mensagem, de teor incendiário, foi creditada à inspiração de frases de autores como William Shakespeare, G.K. Chesterton e Thomas Jefferson, mas tem como centro uma conclamação explícita à ruptura com o Estado Democrático de Direito. “Chegou a hora verdadeira, que separará os homens dos covardes. Só há um acordo possível, a soltura de todos os presos políticos, o fim de toda perseguição e a saída do mais desprezível tirano que já passou por nossa república, Alexandre de Moraes”, escreveu.

O parlamentar, que está atualmente nos Estados Unidos e se recusa a retornar ao Brasil desde o agravamento das investigações sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, adotou o tom messiânico e anunciou que teria feito um “compromisso com Deus” para lutar contra o que considera uma “tirania”. Segundo ele, “sacrifício e dor serão tributos cobrados no altar da liberdade”.

“Eu renunciei a toda uma vida no Brasil para ter os meios de ação que me permitam lutar contra o regime sanguinário que está jogando velhinhas na prisão e matando pais de família nos calabouços de tortura política dos tiranos que tomaram o país”, afirmou, referindo-se ao STF de maneira indireta, mas clara. Eduardo ainda declarou: “Se não salvarmos o Brasil, ao menos o vingaremos! Que Deus nos proteja.”

A postagem foi acompanhada de citações como: “Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez” (Shakespeare), e a frase de Jefferson: “A árvore da liberdade deve ser regada de quando em quando com o sangue dos patriotas e dos tiranos. É o seu adubo natural.”

No decorrer da mensagem, Eduardo repete a retórica bolsonarista de que o Brasil estaria sob um “Estado de Exceção” e afirma que “a atmosfera de medo é característica de um regime totalitário”. Ele convoca seus “irmãos brasileiros” a não sucumbirem ao medo e se unirem à sua luta.

A publicação reacende alertas sobre a atuação de políticos bolsonaristas no exterior e o discurso cada vez mais radicalizado contra o Judiciário brasileiro, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos que investigam os atos golpistas e o uso de redes sociais para minar a democracia. Moraes também é relator das ações no STF contra Jair Bolsonaro e aliados, incluindo Eduardo.

A declaração pública de Eduardo Bolsonaro poderá gerar novos desdobramentos jurídicos. Como parlamentar federal, ele tem foro privilegiado, mas está sujeito a sanções em casos de incitação à violência, apologia ao crime ou ameaça a integrantes das instituições republicanas.

A escalada de hostilidade por parte do filho do presidente Jair Bolsonaro ocorre em um momento em que o Supremo Tribunal Federal avança com processos que envolvem a tentativa de golpe de Estado e crimes contra a democracia.

Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/em-post-ameacador-eduardo-bolsonaro-anuncia-guerra-de-vida-ou-morte-contra-alexandre-de-moraes

Veja a lista de autoridades monitoradas pela "Abin paralela"

ac0702 Pedidos para investigar políticos e autoridades foram realizados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a PF

Uma série de políticos e autoridades foram monitorados pela chamada "Abin paralela", aponta a Polícia Federal (PF).

Entre os nomes estão o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); e o ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido).

Em relatório que veio a público nesta quarta-feira (18), a PF disponibilizou quais foram os alvos, a motivação e a ferramenta utilizada para espioná-los por alguns agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro.

O monitoramento de Cláudio Castro foi feito a partir de um "pedido para buscar 'todos os podres'", afirma o relatório. Para isso, foram utilizados levantamentos e dossiês. Uma captura de tela de uma conversa no WhatsApp mostra o seguinte comando: "Somente em fontes abertas, buscar todos os podres do Gov RJ".

A PF também apurou que Luís Roberto Barroso foi monitorado junto ao seu sobrinho. O objetivo seria achar um vínculo entre o escritório de advocacia da família do magistrado e uma decisão expedida por Fux no Conselho Nacional de Justiça em 2020.

O pedido para o monitoramento de João Doria veio com  objetivo de "achar ligações de trabalho público" e "interesses privados" do ex-governador ou do PSDB, seu antigo partido. Foram usado levantamentos, dossiês e pelo sistema ORBIS.

Já o ex-deputado federal Jean Wyllys (PT), opositor ao antigo governo, foi investigado junto aos seus familiares pelo caso "Pavão Misterioso" — relativo a um perfil de rede social criado em 2019 que teria atacado membros da esquerda brasileira, incluindo Wyllys.

Políticos monitorados pela "Abin paralela"

  • Jean Wyllys (jornalista, ex-deputado Federal)
  • Cláudio Castro (governador do Rio de Janeiro)
  • João Doria (ex-governador de São Paulo)
  • Gustavo Gayer (deputado federal)
  • Rodrigo Maia (ex-presidente da Câmara)
  • Joice Hasselmann (ex-deputada federal)
  • João Campos (deputado federal)
  • Kim Kataguiri (deputado federal)
  • Paulo Pimenta (deputado federal)
  • Leonardo Brito (deputado federal)
  • Orlando Silva (deputado federal)
  • Alessandro Vieira (senador)
  • Evair de Melo (deputado federal)
  • Renan Calheiros (senador)
  • Omar Aziz (senador)
  • Randolfe Rodrigues (senador)
  • Luís Miranda (ex-deputado federal)
  • Marcelo Ramos Rodrigues (ex-vice-presidente da Câmara)
  • Ricardo Barros (deputado federal)
  • Jair Renan Bolsonaro (vereador e filho de Jair Bolsonaro)
  • Anna Cristina Siqueira Valle (ex-esposa de Jair Bolsonaro)

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/veja-a-lista-de-autoridades-monitoradas-pela-abin-paralela/

Venezuelano tira tornozeleira eletrônica, foge do Brasil e deixa sósia com equipamento

 

Como a Rússia transformou o Brasil em 'fábrica de espiões' e como agentes federais atuaram para seu desmantelamento

ac0522 A Rússia teria transformado o Brasil em uma "fábrica de espiões", enviando agentes para países como Estados Unidos, Europa e Oriente Médio, conforme uma investigação do jornal americano The New York Times. O objetivo era que esses espiões obtivessem identidades brasileiras e passassem anos no país antes de atuarem no exterior.

A escolha do Brasil como base se deu por diversos fatores:

  • O passaporte brasileiro é amplamente aceito e permite entrada sem visto em muitos países.
  • A diversidade da população brasileira facilita que pessoas com traços europeus passem despercebidas.
  • Em áreas rurais, é possível registrar certidões de nascimento com o testemunho de duas pessoas, sem comprovação hospitalar.
  • A postura historicamente neutra do Brasil em relações internacionais e o bom relacionamento com Moscou também contribuíram para a escolha.

A operação foi desmantelada por agentes de contrainteligência da Polícia Federal brasileira, em uma ação chamada Operação Leste, com a colaboração de pelo menos oito países, incluindo Estados Unidos, Israel, Holanda e Uruguai. Os agentes russos usavam documentos falsos e construíam laços sociais, abrindo negócios como joalherias ou se passando por modelos e estudantes, para dar credibilidade aos seus disfarces.

Muitos desses espiões foram identificados e expostos, com alguns sendo presos, como Sergey Cherkasov, que se passava pelo brasileiro Victor Müller Ferreira e está detido em Brasília. As autoridades brasileiras emitiram alertas pela Interpol com base no uso de documentação falsa, já que a espionagem em si não é considerada um crime internacional.

Este desmantelamento representou um golpe significativo no programa de imigração ilegal de Moscou, tornando improvável que esses agentes possam atuar novamente fora da Rússia com suas identidades expostas.

Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/05/21/como-a-russia-transformou-o-brasil-em-fabrica-de-espioes-e-como-agentes-secretos-atuam-para-seu-desmantelamento.ghtml

Juiz acusado de usar nome falso tem pagamento suspenso pelo Tribunal de Justiça de SP

O presidente do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Fernando Antonio Torres Garcia, anunciou nesta sexta-feira (4) a suspensão de quaisquer pagamentos a que o juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis teria direito de receber após ele ter se tornado réu pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso.

Reis é acusado de usar um nome falso ao longo da carreira como juiz. O Ministério Público de São Paulo afirma que José Eduardo Reis é a verdadeira identidade de Edward Albert Lancelot Dodd-Canterbury Caterham Wickfield, que se apresentava como descendente de nobres ingleses e usou esse nome durante 23 anos de magistratura.

Ele teria criado uma carteira de identidade falsa em 1980, que só foi descoberta no ano passado, quando ele tentou obter a segunda via do documento numa unidade do Poupatempo na Sé, no centro da capital.

0
Sala do júri do Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, na capital - Eduardo Knapp - 11.out.2019/Folhapress

Até esta sexta-feira, Reis ainda não havia constituído defesa no processo. A reportagem entrou em contato por e-mail e telefone com um advogado que representa o juiz aposentado em outro processo, sem relação com a denúncia, mas não recebeu resposta.

Aposentado em abril de 2018, o magistrado recebe vencimentos do Tribunal de Justiça pagos com o erário. Em fevereiro, o tribunal pagou a ele o valor bruto de R$ 166.413,94. Em dezembro e janeiro, ele recebeu R$ 187.427 e R$ 155.621, respectivamente.

Reis fez uma viagem ao Reino Unido após o início do inquérito que resultou na denúncia contra ele, segundo uma autoridade a par das investigações. Ele já teria retornado ao Brasil, segundo essa autoridade, mas não foi encontrado na última vez em que foi procurado no endereço que forneceu à Polícia Civil.

De acordo com a nota do tribunal, a decisão de Torres Garcia é administrativa, até nova ordem. "O TJSP reitera que há questão pendente de apreciação no âmbito jurisdicional e que o Poder Judiciário não pode se pronunciar a respeito de efeitos de eventual condenação (artigo 36, inciso III, da Lei Orgânica da Magistratura – Lei n. 35/79, que veda aos magistrados se manifestarem, por qualquer meio de comunicação, a respeito de processos pendentes de julgamento). Observe-se, por fim, que o processo tramita em segredo de Justiça", finaliza o comunicado.

Reis prestou depoimento sobre o caso no dia 2 de dezembro na Delegacia de Combate a Crimes de Fraude Documental e Biometria, no centro. Ele foi denunciado em fevereiro deste ano.

Ao prestar depoimento, ele informou à polícia um endereço de residência na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. Após ser indiciado pela Polícia Civil, oficiais de Justiça voltaram ao local para intimá-lo a ir até a delegacia para um interrogatório, mas ele não foi encontrado. Apesar disso, Reis não está foragido, uma vez que não há mandado de prisão contra ele.

FolhaJus

A newsletter sobre o mundo jurídico exclusiva para assinantes da Folha

No depoimento que prestou em dezembro, ele declarou que Edward Wickfield é seu irmão gêmeo, que teria sido dado a outra família durante a infância. Disse também que só conheceu o irmão na década de 1980, após a morte de seu pai. Segundo ele, Wickfield era professor e retornou à Inglaterra após a aposentadoria.

Reis forneceu à polícia um endereço no bairro de West Kensington, em Londres, e um número de telefone para contato. Apresentando-se à autoridade como artesão, alegou que foi ao Poupatempo da Sé para renovar o RG a pedido do suposto irmão gêmeo.

A investigação acredita que a viagem foi uma tentativa de validar a versão de que Wickfield mora na Inglaterra, mas a Polícia Civil e a Promotoria já estão convencidas do contrário. O delegado responsável pelo caso chegou a enviar um ofício eletrônico a autoridades do Reino Unido, questionando se o juiz tinha passaporte inglês. A resposta, segundo a investigação, foi que não havia nenhum cidadão com aquele nome no país.

Evidências diferentes serviram para convencer os policiais e a Promotoria de que Reis e Wickfield são a mesma pessoa, a começar pela coincidência de impressões digitais —gêmeos univitelinos não têm a mesma biometria nas pontas dos dedos. Além disso, ele apresentava certidões de nascimento com o mesmo número de registro em cartório para sustentar as duas identidades. Uma delas, com os cinco sobrenomes em inglês, era a falsa.

Reis e Wickfield também compartilhavam o mesmo registro de endereço em São Paulo, apesar da alegação de que o magistrado morava no exterior. E embora a investigação tenha identificado que ele tem duas irmãs, ele afirmou que as desconhecia quando os nomes foram apresentados durante o depoimento. Quando Polícia Civil chamou um familiar de Reis para depor, ouviu uma versão diferente, que não incluía a história dos gêmeos.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/04/juiz-acusado-de-usar-nome-falso-tem-pagamento-suspenso-pelo-tribunal-de-justica-de-sp.shtml

Copyright © Impakto Penitenciário / Design by MPC info