Agentes da Abin abasteciam perfis com informações de espionagem ilegal

ac O militar Giancarlo Rodrigues, que tinha um cargo de confiança na Abin, enviava informações da espionagem ilegal para perfis publicarem em redes sociais, segundo as investigações da Polícia Federal sobre o esquema de espionagem na instituição durante o governo de Jair Bolsonaro.

A PF deflagrou nesta quinta-feira (11/7) a quarta fase da Operação Última Milha, que apura a produção de notícias falsas e o monitoramento ilegal de autoridades, servidores públicos e jornalistas considerados pelo governo Bolsonaro como opositores.

Prints obtidos pela Polícia Federal mostram que Rodrigues compartilhava publicações de contas no Twitter que propagavam as informações obtidas de forma ilegal. O agente da Abin também admitia aos seus colegas de Abin que enviava as investigações.

Entre os perfis que recebiam informações de Rodrigues estavam @RichardPozzer, @DallasGinReturn e @VolgdoRui. As três contas foram apagadas da rede social.

A PF aponta que as informações eram “devidamente direcionadas contra aqueles que se opusessem aos interesses do governo ou do governante da ocasião”. A corporação também menciona que os servidores Mateus Sposito e Daniel Lemos, que trabalhavam na Secretaria de Comunicação (Secom) de Jair Bolsonaro, participavam do esquema de propagação das informações ilegais.

 

Um dos elementos citados pela PF para pedir a operação ao STF foi um áudio apreendido em um aparelho de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo Bolsonaro. Na gravação de uma hora e oito minutos, feita em 25 de agosto de 2020, Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno trataram de um plano para derrubar a investigação das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro. O encontro foi revelado pela coluna em outubro de 2020.

A PF prendeu Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército; Marcelo Araújo Bormevet, agente da PF; Mateus de Carvalho Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência; e o empresário Richards Dyer Pozzer. Os ex-assessores José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos foram alvos de mandados de busca.

Entre as autoridades espionadas ilegalmente pela Abin paralela estão os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux; o presidente da Câmara, Arthur Lira; o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia; e os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, que estavam à frente da CPI da Covid no Senado em 2021.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/agentes-da-abin-abasteciam-perfis-com-informacoes-de-espionagem-ilegal

Funcionários do Depen e do Judiciário, investigados por corrupção, entram na mira do Gaeco

4 O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço do Ministério Público, deflagrou nesta quinta-feira (13) uma operação que apura a participação de agentes em esquema criminoso para conceder benefícios indevidos a presos em Londrina. Os alvos, um analista judiciário e um servidor lotado no Patronato Penitenciário, são investigados por corrupção ativa e passiva.

    A Operação Antártida cumpre 19 mandados de busca e apreensão e duas imposições de medidas cautelares diversas da prisão.  Os agentes públicos são investigados por corrupção por conceder benefícios indevidos a presos que cumprem pena em Londrina.

    De acordo com as investigações, o esquema criminoso funcionaria no cartório da Vara de Execuções Penais, no Fórum de Londrina e no Patronato Penitenciário de Londrina, órgão vinculado ao Departamento Penitenciário (Depen). Entre os benefícios indevidos possivelmente concedidos pelos servidores investigados , estão a progressão antecipada de regime, o livramento condicional, a agilização de processos judiciais e a omissão de expedição de mandado de prisão, entre outros.

    Em um dos fatos, o analista judiciário é investigado por receber propina conceder liberdade condicional a um integrante de organização criminosa e também acelerar o trâmitele na Vara de Execuções Penais. 

    As investigações procuram ainda esclarecer se o servidor público à época lotado no Patronato Penitenciário receberia a vantagem indevida para elaborar relatórios que instruíam os pedidos de benefícios na execução penal, passar informações privilegiadas a familiares de presos e intermediar a oferta e o pagamento de vantagens indevidas ao servidor lotado do cartório da Vara de Execuções Penais.

 Há  suspeita de participação de um ex-presidiário que atuaria com um intermediário entre os presos do sistema carcerário e os servidores públicos investigados por corrupção. As negociações e os assuntos relacionados ao trâmite dos processos judiciais eram tratados pessoalmente ou por aplicativo de mensagem.

          As investigações também buscam esclarecer possível ato de corrupção na omissão de expedição de mandado de prisão contra um traficante que atuava na região de Londrina. Ele foi condenado a mais de 12 anos de reclusão pelo crime de tráfico ilícito de entorpecentes, com sentença condenatória transitado em julgado. Nesse caso, o Juízo da Vara de Execuções Penais teria determinado a expedição de mandado de prisão, mas o servidor público investigado teria ficado por mais de dois anos sem cumprir a ordem judicial.     

           Além dos mandados de busca e apreensão, o Gaeco solicitou a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático dos envolvidos – pedido deferido pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Londrina. Aos dois servidores públicos alvos da operação foram aplicadas as seguintes medidas cautelares: proibição de acesso e frequência a qualquer unidade judiciária e/ou vinculadas ao Sistema Penitenciário do Estado do Paraná, exceto quando forem intimados a comparecer; proibição de manterem contato entre si e com outros investigados.

Fonte:https://cbnlondrina.com.br/materias/funcionarios-do-depen-e-do-judiciario-investigados-por-corrupcao-entram-na-mira-do-gaeco

Domingos Brazão teve acesso a delações sigilosas em que foi citado, diz jornal

Domingos Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro apontado como mandante da morte de Marielle Franco, teve acesso a registros sigilosos de delações premiadas que o implicavam em diferentes investigações. A conclusão consta em um relatório da Polícia Federal citado pelo jornal O Globo neste sábado 24.

Segundo a publicação, agentes da PF encontraram as delações de de um ex-conselheiro do TCE e de seu filho em um HD externo mantido por Brazão em sua residência. Nos documentos, Jonas Lopes Filho e o filho, Jonas Lopes Neto, relatavam ameaças de mortes feitas por Brazão em um esquema de corrupção na corte de Contas do estado.

Os conselheiros, segundo os delatores, recebiam propina durante a gestão de Sérgio Cabral no estado. Neste contexto, Brazão teria ameaçado de morte colegas que eventualmente firmassem acordos de delação premiada. A ameaça foi feita na presença de pelo menos três conselheiros, entre eles Lopes Filho, na sede do TCE, em data não especificada.

Na conversa, Brazão teria dito que mataria o conselheiro José Maurício Nolasco caso ele seguisse adiante com a ideia de se tornar um delator.

“Se ele [Nolasco] fizer isso, ele morre. Eu começo por um neto, depois um filho, faço ele sofrer muito, e por último ele morre”, ameaçou Brazão, segundo o delator.

Esse relato, em sua íntegra, estava salvo no HD mantido por Brazão e apreendido pela PF.

Não está claro como ele teve acesso ao documento, mas, segundo indica a PF no relatório, a existência dos arquivos indica que Brazão tinha “atos tendentes à criação de obstáculos à investigação ou à incolumidade de investigadores e terceiros”. O apontamento está no relatório entregue pela corporação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na última quinta-feira 23.

Brazão mantinha também, segundo a publicação, documentos sigilosos relacionados ao caso Marielle. Mais especificamente, trechos assinados por envolvidos da delação do ex-policial militar Élcio Queiroz. Foi o agente que dirigiu o carro usado no assassinato de Marielle Franco. Essa delação foi uma das provas que permitiram fechar o cerco contra os mandantes do crime.

Os documentos, neste caso, estavam em arquivos obtidos pela PF em conversas de WhatsApp mantidos por Brazão.

“O relatório complementar afirma que não foi possível determinar como a informação foi obtida — se por foto do próprio Brazão, se foi enviada por alguém ou se copiaram o documento. Também não consegue concluir que uso foi feito dele, apesar da suspeita de obstrução à investigação ou à ‘incolumidade de investigadores e terceiros'”, destaca o jornal O Globo sobre este item.

Brazão, vale lembrar, segue preso, assim como seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. Os dois são apontados como mandantes do crime. Rivaldo Barbosa, ex-chefe de polícia do Rio, também está detido por participação no caso. Ele teria planejado o assassinato após a encomenda do conselheiro e do parlamentar.

Esquema multimilionário de venda de armas ilegais por PMs, CACs e empresários para facções envolvia laranjas; entenda

PF prende 18 pessoas em operação contra PMs suspeitos de venda de armas para facções A PF da Bahia deflagrou a "Operação Fogo Amigo" nesta terça-feira (21), e prendeu 19 pessoas, entre elas, 10 policiais militares. Entenda abaixo como funcionava o esquema milionário:

Os policiais suspeitos apreendiam os armamentos durante abordagens e não os apresentavam nas delegacias.

"Armas, que teoricamente eram para serem apreendidas e levadas para alguma delegacia, não eram apresentadas. Essas armas eram vendidas para facções criminosas", explicou o delegado regional da Polícia Judiciária da PF-BA, Rodrigo Motta.

Já as armas novas vinham de laranjas. O esquema funcionava da seguinte forma:

  • Os investigados pegavam uma pessoa sem instrução, geralmente da zona rural, sem antecedentes criminais, para tirar o Certificado de Registro do Exército (CR) ou posse rural na Polícia Federal;
  • Pagavam todo o trâmite para o laranja tirar o CR;
  • Após os trâmites, o laranja registrava um BO de furto e dava a arma como extraviada, para que não fosse conectado ao comprador final;
  • Caso não fosse feito esse procedimento, o número de série era raspado ou refeito.

Ainda de acordo com a polícia, após um dos investigados participar de uma delação premiada, ele foi preso suspeito de participar do esquema.

Sargento movimentou R$ 2,1 milhões

Operação da Polícia Federal mira quadrilha especializada na venda ilegal de armas no Nordeste. — Foto: Divulgação/PF

Um dos investigados pela Polícia Federal foi um sargento da PM de Petrolina (PE), que movimentou, segundo o Coaf, aproximadamente R$ 2,1 milhões em um período de pouco mais de seis meses entre os anos de 2021 e 2023.

O valor foi considerado pelas investigações como totalmente incompatível com os seus rendimentos de sargento da Polícia Militar.

Ainda de acordo com um dos investigados, que firmou acordo de delação premiada, o grupo comandado por este sargento da PM chegava a vender cerca de 20 armas de fogo por mês.

O sargento é apontado como o principal fornecedor de armas e munições do esquema. Para um dos compradores, ele enviou 36 caixas com mil munições, o que daria uma média de 2.250 munições por mês.

Operação 'Fogo Amigo'

Durante a operação, também foi determinado o sequestro de bens e bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados, além da suspensão da atividade econômica de três lojas de venda de material bélico.

Até a última atualização desta reportagem foram cumpridos:

  • Juazeiro (BA) - quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão;
  • Santo Antônio de Jesus(BA) - um mandado de prisão e outro de busca e apreensão;
  • Porto Seguro(BA) - um mandado de prisão e outro de busca e apreensão;
  • Lauro de Freitas (BA) - dois mandados de prisão e dois de busca e apreensão;
  • Salvador (BA) - sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão;
  • Petrolina (PE) - três mandados de prisão e nove de busca e apreensão;
  • Sanharó(PE) - um mandado de busca e apreensão;
  • Arapiraca(AL) - um mandado de prisão e dois de busca e apreensão.

Um dos sete presos em Salvador foi o capitão da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) Mauro das Neves Grunfeld. O investigado foi subcomandante da 41ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), unidade responsável pela região do Garcia e Federação.

As investigações apontaram que ele vendia 10 mil munições ilegais por mês. A reportagem tentou contato com a defesa de Mauro das Neves Grunfeld, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem.

Um dos sete presos em Salvador foi o capitão da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) Mauro das Neves Grunfeld. — Foto: Arquivo Pessoal

Na operação desta terça, foram apreendidas ao menos 20 armas de fogo (a maioria pistolas 9 mm) e milhares de munições, de todos os tipos, incluindo de fuzil.

Em uma casa em Salvador, a força tarefa encontrou mais de 400 munições de fuzil. O dono do arsenal ilegal foi preso agora em Petrolina.

Segundo fontes da força tarefa, também foram apreendidos dezenas de celulares e computadores. O material vai passar por perícia, para permitir identificar mais suspeitos de integrar o esquema criminoso de desvio de armas para facções criminosas.

Participam da operação mais de 300 Policiais Federais, grupos táticos da Polícia Militar da Bahia, Polícia Militar de Pernambuco, além de promotores do Gaeco da Bahia, Gaeco de Pernambuco e integrantes do Exército.

A decisão judicial que autorizou a operação diz que a quebra de sigilo telefônico e telemático dos investigados apontou de forma clara uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de armas de fogo, munições e itens balísticos, constando que armas de fogo de uso restrito, como fuzis e espingardas calibre 12 semiautomáticas, também são negociadas pelo grupo criminoso.

Ainda segundo as investigações, esses armamentos são utilizados frequentemente em assalto a carros fortes e instituições financeiras, além de serem empregados em ações denominadas domínio de cidades, modalidade conhecida como "novo cangaço".

Práticas criminosas

A decisão judicial aponta uma operação de compra e venda de munições que utiliza diversos agentes, incluindo policiais, donos de lojas de armas, vendedores e responsáveis pelo envio do material ilegal.

Segundo a investigação, uma das práticas comuns envolve a falsificação de Certificado de Registro de Arma de Fogo (Crafs) para obtenção de armamento em lojas regulares. Veja, abaixo, algumas das funções dos investigados na organização criminosa:

  • um dos investigados, segundo a PF, agia ao lado da companheira e era responsável pelo envio de armas de fogo para as cidades de Eunápolis (BA), Porto Seguro (BA) e Juazeiro (BA). Ele fez 25 transações via pix, que somaram R$ 77.150,00 e sua companheira transferiu R$ 108.910,00 em apenas 65 dias para o comerciante de armas;
  • relatório do Coaf aponta que um policial militar investigado movimentou R$ 2,1 milhões. Quebra de sigilo de dados telemáticos apontam que ele comprou armas e munições em Salvador;
  • outro alvo aparece como fornecedor de munições de fuzil 556 e fuzil 762;
  • um proprietário de loja bélica Comercial Taurus de Arapiraca (AL) recebeu cerca de R$ 700 mil em um ano de um dos investigados pelo tráfico de armas. Segundo a investigação, a compra de munição ilegal do empresário ocorre há, pelo menos, três anos;
  • já os proprietários da loja Universo Militar de Juazeiro (BA) foram apontados também como comerciantes ilegais de armas e munições. Segundo o colaborador relatou, um vendedor da loja - também alvo da operação - incluía os dados de diversos Crafs informados pelo contrabandista e dava baixa no sistema como se a compra fosse feita pelo possuidor do registro, quando na verdade era adquirido pela organização criminosa. Os proprietários, segundo a PF, orientavam sobre como driblar a fiscalização do Exército.
A decisão judicial explica ainda que o colaborador da PF informou que "desejava adquirir armamento ilegal para distribuição em facção criminosa, se dirigia aos estabelecimentos e adquiria, livremente, o artefato que era inserido pelo funcionário na loja em nome de comprador fictício, alguns deles, conforme comprovado, sequer possuíam armas registradas em seu nome".

Suspensão de lojas

Foi definida a suspensão das atividades econômicas das lojas Sport Tiro e Comecial Taurus. Segundo a decisão, os estabelecimentos "por meio de prepostos e sócios, facilitaram sobremaneira a circulação de armas e munições ilegais com inserção de dados fictícios referentes aos respectivos compradores".

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, com penas somadas que podem chegar a 35 anos de reclusão.

A operação foi denominada "Fogo Amigo". De acordo com a PF, o nome faz alusão ao fato de que os policiais integrantes da organização criminosa vendem armas e munições de forma ilegal para criminosos faccionados e que acabam sendo utilizadas contra os próprios órgãos de segurança pública.

JÁ ASSISTIU? Está no ar o último episódio da 1ª temporada do Podcast "Fita Amarela

001 JÁ ASSISTIU? Está no ar o último episódio da 1ª temporada do Podcast "Fita Amarela: Bastidores do Crime", que traz detalhes sobre o Caso Clodimar Pedrosa Lô.

Em 1967, aos 15 anos de idade, Clodimar Pedrosa Lô foi terrivelmente torturado até a morte por dois policiais para confessar um crime que não cometeu. Sobre o assunto, o jornalista Jota Júnior conversa com Miguel Fernando, que é pesquisador, responsável pelo projeto Maringá Histórica e autor do livro “Sala dos suplícios: o dossiê do caso Clodimar Pedrosa Lô”.

Fonte: https://www.instagram.com/p/C6mXNVIskaE/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D

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