Já ouviu falar do ‘Holocausto Brasileiro’? Conheça a história do manicômio de Barbacena (MG)

n O hospital para pacientes psiquiátricos em Barbacena, Minas Gerais, tinha como maioria dos internos alcoólatras, homossexuais, pobres e mães solteiras

Pacientes psiquiátricos foram tratados como anomalias durante anos no Brasil e no mundo, entretanto, após décadas de tortura, como a ocorrida dentro do Hospital Colônia Barbacena, em Minas Gerais, mudanças nas políticas de tratamento foram criadas, garantindo que a humanidade fosse devolvida para os ambientes hospitalares.

O que foi o Holocausto Brasileiro?

O Holocausto Brasileiro foi responsável pela morte de 60 mil pessoas na cidade de Barbacena, Minas Gerais. O caso, que ocorreu no maior hospital psiquiátrico da época, o Hospital Colônia, recebeu esse nome após a visita do psiquiatra italiano Franco Basaglia, em 1979. Entre suas declarações, o médico disse estar em um local semelhante à um campo de concentração nazista e nunca ter visto uma tragédia como aquela. As vítimas eram forçadas a ir para o Hospital Colônia sem mesmo constar que possuíam algum tipo de transtorno mental. Segundo Daniela Arbex, em seu livro reportagem sobre o Holocausto Brasileiro, cerca de 70% dos pacientes não tinham diagnóstico prévio.

“Eram epiléticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas, violentadas por seus patrões, eram esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, eram filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento. Eram homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos trinta e três eram crianças.”

O hospital mineiro, fundado em 1903, era destinado a pacientes psiquiátricos e muitos vinham a óbito, devido à ausência de assistência médica e à falta de saneamento básico, além dos tratamentos de tortura, como fome, frio e maus tratos físicos e psicológicos. Depois de mortos, os corpos eram vendidos ilegalmente, sem a autorização da família, para faculdades de medicina da época. Entre os anos de 1969 e 1980, foram registradas cerca de 1.853 vendas para 17 faculdades de medicina no Brasil.

Antônio Gomes da Silva, um dos sobreviventes do hospital, conta no livro de Daniela Arbex que não soube o motivo de ser preso. “Cada um fala uma coisa. Mas, depois que perdi meu emprego, tudo se descontrolou. Da cadeia, me mandaram para o hospital, onde eu ficava pelado, embora houvesse muita roupa na lavanderia. Vinha tudo num caminhão, mas acho que eles queriam economizar. No começo, incomodava ficar nu, mas com o tempo a gente se acostumava. Se existe inferno, Colônia era esse lugar.”

Em 1961 os horrores que os pacientes enfrentavam foram divulgados pela primeira vez, através das lentes do fotógrafo Luiz Alfredo da revista O Cruzeiro. Dezoito anos depois, em 1979, o jornal Estado de Minas publicou uma reportagem sobre o caso, “Os porões da loucura”, e o cineasta Helvécio Ratton produziu um documentário chamado “Em nome da razão”.

Hospital Colônia de Barbacena – Pavilhão “Antônio Carlos” – de Indigentes

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Reforma Psiquiátrica: Mudanças Hospitalares

Atualmente, a assistência para pacientes psiquiátricos no modelo público de saúde do país é realizada através da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A rede, integrada ao SUS, atua como uma base comunitária, composta por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura, Unidade de Acolhimento (UAs), e leitos de atenção integral, que podem ser em Hospitais Gerais ou nos chamados CAPS III. Os diferentes centros oferecem serviços para os variados níveis de complexidade do caso de cada paciente.

Desde o caso do Holocausto Brasileiro, o país luta por melhorias no atendimento de pacientes psiquiátricos. Segundo Roque Jr., membro do Fórum Gaúcho de Saúde Mental (FGSM), a luta pela dignidade em tratamentos na área da saúde mental acontece desde a década de 1970.

A partir das práticas do italiano Franco Basaglia, a Organização Mundial da Saúde declarou, em 1973, apoio às mudanças nos tratamentos psiquiátricos e profissionais brasileiros começaram a denunciar as condições de pacientes e hospitais. Seguindo a luta por mudanças, em 1979, foi criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) no país, que buscava o fim de manicômios e uma psiquiatria humanizada. Na época “houveram muitas lutas”, relata Roque. Já em 1992, foi sancionada a primeira Lei da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial do Brasil e a segunda da América Latina, no Rio Grande do Sul. A medida foi um marco nos avanços, porque “muitos outros estados não conseguiram implantar, como ‘proibir a construção de novos manicômios e de ampliar os existentes”, diz o membro do FGSM.

Internos do manicômio Colônia em uma fotografia de 1959 – Luis Alfredo (Ayuntamiento de Barbacena)

Assim, impulsionado por esses avanços, o Congresso Nacional sancionou, em 2001, a lei federal (Lei 10.216), que instituiu a Reforma Psiquiátrica. As novas medidas nacionais permitiram o fim de manicômios, a criação dos cuidados humanizados e os serviços de assistência da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Apesar dos anos de espera para a reforma, Roque Jr. avalia que, “a lei brasileira deu um novo rumo, possibilitou avanços nos serviços, elaborou possibilidades em ‘cuidado em liberdade’, com atividades que evoluem constantemente. Mesmo com alguns retrocessos, ela faz com que os usuários da ‘Saúde Mental’ possam ser pessoas de fato, com suas histórias, de direito, não números ou estatísticas.”

O próprio membro do FGSM experienciou as mudanças. “Antes disto, muitas políticas da ‘Saúde Mental’, na prática, eram diferenciais na vida dos usuários. Muitos se recuperaram de suas crises, outros transformaram-se em grandes protagonistas, inclusive com reconhecimento nacional”, conta. “No meu caso, somados, foram 365 dias, no total de oito internações em hospícios (entre 1990-2007). Mas dei a volta por cima, participei em vários momentos de CAPS, aprendi muito e tive um tratamento exemplar. Desde 2018 estou no Fórum Gaúcho de Saúde Mental e fui escolhido por unanimidade para representá-lo no ano seguinte, na RENILA – Rede Nacional Internúcleos de Luta Antimanicomial, que estou até hoje”

Além disso, o “Relátório da Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental de 15 anos depois de Caracas” relata com detalhes a mudança ocorrida dentro dos hospitais psiquiátricos do país. O documento afirma que houve diminuição de leitos e maior organização entre os hospitais, graças ao Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), que monitora hospitais todos os anos, garantindo que haja funcionamento higiênico e humanitário.

As políticas públicas atuais funcionam?

O tratamento de pacientes dentro do Hospital Colônia de Barbacena apagava totalmente sua humanidade, transformando corpos em objetos. Porém, após a Reforma Psiquiátrica de 2001, esses métodos se tornaram abomináveis, transformando a realidade desse tipo de internação. Graças ao acontecimento, os tratamentos foram levados cada vez mais a sério, formando equipes com suportes abrangentes para casos diversos dentro de hospitais e clínicas.

Hospital Colônia de Barbacena – Sala de Cirurgia Geral

Mas como essas políticas públicas estão atualmente?

Segundo um levantamento de 2023 do jornal O Globo, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, existem 198 hospitais psiquiátricos em atividade no país, que somam 13 mil leitos em situações precárias. Em 2018, a inspeção do Conselho Federal de Psicologia e o Ministério Público identificaram violações em todas as 40 instituições visitadas. Além disso, há a falta de investimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que não recebem aumento de recursos financeiros desde 2011.

Segundo Roque Jr., os centros têm como ideia principal devolver o indivíduo em tratamento à sociedade e à família, “onde durante alguns dias fica com o tratamento nos CAPS, e, em todas as noites retorna para suas casas”. Além dos tratamentos, as instituições oferecem oficinas junto a equipes multidisciplinares.

Paulo Amarante, psiquiatra, pesquisador da Fiocruz e um dos pioneiros do movimento brasileiro da reforma psiquiátrica, diz que o atendimento digno é garantido por lei, “ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades é lei”, como escrito na Lei 10.216. Apesar de Paulo considerar a importância da Estratégia Saúde da Família (ESF), que oferece atendimentos de diversos profissionais, suporte técnico e instrução, ele reconhece a necessidade de melhorias no tratamento psiquiátrico no país.

“A rede de CAPS é insuficiente, ela é uma rede boa, poderia ser melhor qualitativamente e também quantitativamente”, afirma.

Ainda sobre os Centros de Atenção Psicossocial, Paulo diz que, “o caminho dos CAPS é correto, o que precisa é ter mais unidades, mais cobertura, mais ampliação, profissionais, qualidade, mais profissionais contratados, mais CAPS públicos e não terceirizados, para que isso de estabilidade e atenção ao sistema”.

Além disso, o especialista destaca a importância de reforçar os centros de convivência para essa população. Bem como a lei garante, “o tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio” (Lei Federal 10.216, Art. 4o. § 1o).

Logo, Paulo Amarante explica que é necessário um maior investimento para a ampliação dos serviços de cultura, esporte, assistência social e educação para inclusão social desses indivíduos. “A rede precisaria ser reforçada, qualificada e ampliada em outros serviços além da saúde”, finaliza.

Advogada e sua mãe são agredidas por PMs em estacionamento de mercado

n A advogada Aline Borges da Silva e sua mãe, servidora do MP/SC, foram agredidas por policiais militares no estacionamento de um supermercado em Içara, no Sul de Santa Catarina, na noite de sábado, 9. Imagens registradas por testemunhas mostram a advogada sendo imobilizada no chão e, em seguida, colocada no porta-malas de uma viatura policial, enquanto sua mãe, ao tentar intervir, recebeu um tapa no rosto.

Diante do ocorrido, a seccional catarinense da OAB solicitou o afastamento dos policiais envolvidos para que a responsabilidade seja apurada e ofereceu apoio à advogada.

A ocorrência teve início após um chamado à Polícia Militar para atender uma denúncia de injúria ou comunicação falsa de crime, relacionada a um suposto desentendimento entre um cliente e uma funcionária do supermercado. Segundo a PM, a advogada se aproximou da cena para observar a abordagem policial, exercício previsto nas prerrogativas dos advogados.

Conforme relatado pela advogada, ao ser questionada sobre sua presença, ela informou sua atuação como advogada, mas foi imobilizada e teve gás de pimenta aplicado em seu rosto. Ela também afirmou ter sido chutada e pressionada ao chão, com um dos policiais colocando o joelho sobre seu pescoço, o que teria causado ferimentos.

A mãe da advogada também relatou ter sofrido agressões ao tentar intervir em defesa da filha. A senhora afirmou ter recebido um choque elétrico e empurrões dos policiais presentes, além de um tapa no rosto.

A advogada realizou exame de corpo de delito no dia seguinte e, na delegacia, foi registrado um termo circunstanciado por resistência e suposto desacato aos policiais.

Em nota, a Polícia Militar declarou que as ações dos policiais estão sendo investigadas internamente e que um Inquérito Policial Militar foi instaurado pelo Comando do 29º Batalhão para esclarecer os fatos.

A OAB/SC, por sua vez, emitiu uma nota de solidariedade à advogada, classificando o episódio como violação das prerrogativas profissionais e destacando a necessidade de uma apuração rigorosa dos fatos. Cláudia Prudêncio, presidente da seccional catarinense, afirmou que a entidade está dando todo o suporte jurídico e institucional necessário e pediu o afastamento dos policiais envolvidos para garantir a imparcialidade da investigação.

Nota da PM

1. Na noite deste sábado, 9, guarnições da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) do 29° Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Içara, foram acionadas para atendimento a uma ocorrência de injúria ou comunicação falsa de crime em um estacionamento de um supermercado, onde a princípio uma funcionária de um supermercado e um cliente haviam se desentendido. Este estaria supostamente injuriando a trabalhadora.

2. As atitudes dos policiais estão sendo investigadas ao deterem duas mulheres que se envolveram durante o atendimento da primeira ocorrência. Elas acabaram sendo conduzidas à Delegacia de Polícia Civil, juntamente com as outras partes da primeira ocorrência.

3. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado pelo Comando do 29º BPM para apuração dos fatos.

Nota da OAB

A OAB Santa Catarina e a Subseção de Criciúma, por meio da Comissão Estadual de Prerrogativas e Defesa de Honorários manifesta solidariedade e apoio à advogada gaúcha Aline Borges da Silva, que teve suas prerrogativas violadas e foi agredida, na noite de ontem, sábado (9), em Içara, no exercício de sua profissão.

A presidente da Seccional, Cláudia Prudêncio, entrou em contato com o Comandante do Batalhão da Polícia Militar, Aurélio Pelozato, e solicitou o afastamento dos policiais militares envolvidos, para que a responsabilidade seja devidamente apurada e os envolvidos responsabilizados, além da apuração completa de todos os fatos. Desde o conhecimento do ocorrido, a OAB/SC e a OAB Criciúma tem prestado todo o suporte necessário à profissional, providenciando assistência jurídica e institucional.

Fonte: https://www.migalhas.com.br/quentes/419895/advogada-e-sua-mae-sao-agredidas-por-pms-em-estacionamento-de-mercado

Operação mira policiais da PRF e PM que transportavam drogas para facção

n A Polícia Federal deflagrou operação nesta quinta-feira, 7, para apurar a participação de policiais rodoviários federais da PRF e policiais militares de Rondônia e da Bahia em um grupo criminoso responsável por esquema de tráfico interestadual de drogas. Ao todo 120 agentes cumprem 30 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão preventiva em cidades dos estados do Ceará, Pará, Rio Grande do Norte e São Paulo, além do Distrito Federal, Bahia e Rondônia. A operação foi batizada de Puritas.

Os mandados estão sendo cumpridos em Porto Velho (RO), Vilhena (RO), Ji-Paraná (RO), Cascavel (CE), Santa Maria (DF), Ourilândia do Norte (PA), Natal (RN), Piracicaba (SP), Santa Luz (BA), Gandu (BA), Feira de Santana (BA) e Fortaleza (CE).

As autorizações foram expedidas pela 2ª Vara de Delitos de Tóxicos de Porto Velho (RO). Além das prisões, foram realizadas as apreensões de sequestros de veículos que teriam sido usados nos crimes, e foram lavrados sete flagrantes por porte e posse de arma de fogo de grosso calibre.

De acordo com as investigações, os policiais rodoviários federais, além de integrantes da Polícia Militar da Bahia e de Rondônia eram responsáveis pelo transporte de toneladas de drogas destinadas principalmente ao estado do Ceará.

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Os investigadores identificaram que um carregamento de aproximadamente 500 quilos de cloridrato de cocaína apreendido na cidade de Vilhena (RO), outro de 500 quilos na cidade de Canarana (MT) e outro de 200 quilos na cidade de Peritoró (MA), estavam vinculados ao grupo criminoso.

Além disso, a Polícia Federal identificou 26 investigados no esquema criminoso, que poderão responder por tráfico interestadual de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A operação tem a colaboração da Corregedoria Geral da Polícia Rodoviária Federal.

Plano de Lula

O envolvimento de agentes da PRF com quadrilhas de traficantes vem exatamente no momento em que o governo Lula quer mudar o nome da corporação para Polícia Ostensiva Federal (POF) exatamente para ampliar as suas atribuições e permitir que ela faça o enfrentamento direto de facções criminosas.

Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/operacao-mira-policiais-da-prf-e-pm-que-transportavam-drogas-para-faccao

Golpe: marmitas tinham 1 uva-passa no arroz e 1 calabresa na feijoada

n Investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) suspeita de aplicar uma série de golpes, entre eles a venda de franquias de marmitas congeladas, Cirlene de Souza Ferreira, 44 anos, quando entregava as encomendas, oferecia kits de péssima qualidade. Um das vítimas fez queixas relatando que “morreu de vergonha” quando resolveu divulgar a franquia.

Segundo a cliente, ela e o marido decidiram entrar no negócio e comprar a representação. “Compramos a franquia e o freezer, com muito sacrifício, pois estava desempregada e seria uma renda extra. Mas o sonho se tornou pesadelo”, disse. A mulher explicou que abriu uma das marmitas para experimentar uma feijoada e só havia “três lascas de calabresa”.

Em outro teste, a cliente identificou que uma marmita de arroz à grega tinha apenas uma uva-passa e uma lasca de cenoura. “Todas as franqueadas estavam ao mesmo tempo reclamando das marmitas. Eu me recusei a vender, pois estavam fora dos padrões. A proprietária da franquia pediu para que eu fizesse doação das marmitas ou jogasse fora, pois iria me enviar outras dentro dos padrões de qualidade”, pontuou.

Sem devolução

Em um terceira marmita, em que deveria estar uma galinhada, a cliente ressaltou ter encontrado apenas uma “carcaça” de frango. “Foi quando resolvi sair da franquia. Tudo o que foi prometido não foi cumprido, nem o cardápio atualizado recebi para trabalhar. Desde então estou solicitando meu dinheiro investido na franquia de volta, e é sempre uma enrolação, uma desculpa.”

De acordo com a cliente, a proprietária da franquia se comprometeu e fez um acordo de parcelamento em que o primeiro pagamento seria feito em 25 de setembro. Porém, mais uma vez, o trato não foi cumprido. “Fui enganada. Quero meu dinheiro de volta”, desabafou.

Cirlene figura como autora de estelionato nas delegacias do Lago Sul, do Núcleo Bandeirante (duas vezes), da Asa Norte e do Gama. As vítimas a acusam de golpes que vão desde a venda fraudulenta de franquias até estelionatos envolvendo o financiamento de veículos em nome de terceiros, e calotes em empréstimos e aluguéis de estabelecimentos comerciais.

Mais golpes

Em um dos casos, a vítima – que preferiu não se identificar – contou que, ao conhecer Cirlene, lhe foi oferecido um modelo de negócio envolvendo a franquia Ultra Sabor, supostamente de sua propriedade. Para transparecer veracidade, a golpista das marmitas costumava dizer que a empresa fornecia alimentação para hospitais e grandes construtoras do DF.

A cliente que levou o golpe de R$ 80 mil abriria a loja em um ponto no Jardim Botânico para vender as marmitas congeladas, supostamente de alta qualidade. No entanto, Cirlene teria passado 20 dias com a então vítima fazendo marmitas e vendendo por aplicativo. Depois, desapareceu.

A surpresa maior viria semanas depois, quando a cliente se lembrou de que havia emprestado cartões de crédito para Cirlene. A mulher já havia conseguido aumentar os limites e torrar cerca de R$ 80 mil.

O outro lado

Procurada, a defesa da suposta empresária afirmou que todas as denúncias são infundadas e não condizem com a verdade.

Leia a nota na íntegra:

“Em relação às recentes acusações dirigidas contra nossa cliente, Cirlene de Souza Ferreira, gostaríamos de esclarecer que as alegações são infundadas e não condizem com os fatos. Cirlene é uma cidadã íntegra, com uma reputação construída ao longo de anos de conduta ilibada e responsabilidade.

As acusações foram levantadas sem uma base concreta e têm trazido danos profundos à sua imagem pessoal e profissional. Até o momento, nenhuma evidência confiável foi apresentada para corroborar as alegações, e seguimos confiantes de que a verdade prevalecerá.

Estamos colaborando plenamente com as autoridades para que tudo seja elucidado com a maior celeridade possível. Reiteramos o compromisso da nossoma cliente com a transparência e a Justiça e agradecemos o apoio e a compreensão de todos neste momento. O escritório está tomando as devidas providências jurídicas quanto às alegações infundadas”.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/golpe-marmitas-tinham-1-uva-passa-no-arroz-e-1-calabresa-na-feijoada

Agiotas do PCC bancaram manifestação de parentes de presos no DF, diz Gaeco

n Uma rede de agiotas ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) é investigada por suspeita de ter financiado duas manifestações de familiares de presos em Brasília para reivindicar melhorias aos detentos recolhidos em penitenciárias federais.

Sete agiotas foram presos em junho deste ano, durante a Operação Khalifa, deflagrada pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) e pela Polícia Militar no Alto Tietê, região metropolitana de São Paulo. Todos tiveram a prisão preventiva decretada.

Os celulares dos suspeitos foram apreendidos e, segundo o MP-SP, no aparelho de Luiz Carlos Rodrigues Garcia, 40, conhecido como Paraíba, havia várias trocas de mensagens comprovando a participação dos agiotas na organização e financiamento das manifestações.

As manifestações de familiares de presos em Brasília ocorreram em 3 de dezembro de 2022 e 13 de dezembro de 2023. As investigações do Gaeco apontaram que Paraíba esteve presente nos dois eventos e coordenou toda a logística.

Os dados analisados - diz o Gaeco - indicaram que "o PCC convocou as manifestações e bancou as despesas de transporte, alimentação e hospedagem dos simpatizantes e familiares de presos, impedindo ainda que pessoas com antecedentes criminais participassem dos atos".

No telefone celular de Paraíba, aparece a imagem da reserva de sete diárias no Hotel Plaza Manhattan, em Brasília, no período de 7 a 14 de dezembro de 2023. Foram pagos R$ 5.879,50 pelas despesas. Houve negociações também para reserva de uma suíte no Kubitschek Plaza Hotel.

Em uma mensagem de WhatsApp no dia 2 de dezembro de 2023, Paraíba conversa com uma mulher sobre o evento e diz que encontrou um local para até 790 pessoas. E avisa que pediu orçamento. No dia 8 de dezembro, ele fala sobre a locação de um espaço com 70 camas e mesas.

Na mesma mensagem, Paraíba afirma que as pessoas iriam chegar na madrugada do dia 13 para o evento e iriam tomar café antes de seguirem para a manifestação, e depois retornariam, tomariam banho e iriam embora para suas cidades.

Advogado e cliente tentam enganar juiz e homem se esconde embaixo de mesa em audiência

Um homem e o seu advogado tentaram enganar um juiz durante audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região. Durante a sessão, é possível ver o momento em que o cliente se esconde embaixo de uma mesa para fingir que não estava na mesma sala que o advogado durante o depoimento de uma testemunha.

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