Governo de Minas demite delegado condenado por pedir propina em transferências de veículos

n0616 O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), demitiu do cargo de delegado da Polícia Civil o ex-agente Alexandre Avelar Franco da Rosa, condenado pela Justiça por improbidade administrativa. Assinado em 5 de junho, o ato oficializando a demissão de Rosa foi publicado no Diário Oficial nessa terça-feira (10).

A condenação por improbidade foi definida após a análise de atos de Rosa à frente da Delegacia de Carmópolis de Minas, no Oeste do estado, entre 2011 e 2012. A decisão judicial, proferida em agosto de 2020 e transitada em julgado em novembro do ano retrasado, decorre de denúncia apresentada pelo Ministério Público do estado (MPMG). A peça acusa Rosa de exigir pagamentos indevidos a um despachante local a fim de agilizar processos de transferência de posse de automóveis.

Segundo o MP, o ex-delegado, em parceria com o policial Antônio Ferreira da Silva, já falecido, pedia R$ 18 a um despachante por cada procedimento veicular a ser acelerado. O esquema gerava ganhos semanais que variavam entre R$ 400 e R$ 500.

Com a interrupção dos repasses por parte do despachante, o delegado teria ordenado mudanças no atendimento. As alterações teriam gerado demora deliberada na tramitação de documentos e a criação de um carimbo com a inscrição “em análise de legalidade”, sem respaldo real.

Testemunhas ouvidas ao longo do processo informaram que servidores da delegacia alertavam usuários de que os documentos vinculados ao despachante poderiam enfrentar entraves.

A defesa do delegado negou todas as acusações, alegando que Rosa não atuava no setor de trânsito, apenas assinando documentos já finalizados. Ainda conforme a defesa, não houve qualquer comprovação de recebimento de vantagens indevidas. Segundo os advogados, Rosa nunca conversou com o despachante.

Na sentença, o juiz Guilherme Luiz Brasil Silva, da Comarca de Carmópolis de Minas, afastou os argumentos da defesa. Para ele, o réu não conseguiu justificar contradições em seus próprios depoimentos e tampouco desconstituir o conjunto probatório.

“É esperado que uma exigência dessa estirpe não fosse feita às claras, na presença de testemunhas. Aliás, estranho seria se fosse o contrário — exigência de propina realizada em meio aberto”, escreveu.

A decisão incluiu as seguintes penalidades:

  • multa civil de 20 salários mínimos (posteriormente fixada em R$ 3 mil, com atualização para R$ 3.850,58);
  • proibição de contratar com o Poder Público pelo período de dez anos.

O ex-delegado recorreu, sob alegação de ausência de provas e nulidades no processo, mas teve as apelações rejeitadas em todas as instâncias, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Jogo do bicho

Alexandre foi alvo de outra investigação em 2013. À ocasião, foi preso pela Corregedoria da Polícia Civil sob suspeita de envolvimento no vazamento de informações sigilosas relacionadas a uma operação contra o jogo do bicho, em Varginha, no Sul de Minas.

Ele e um inspetor tiveram a detenção temporária decretada sob a acusação de repassarem, mediante pagamento, dados sigilosos da investigação. O material teria sido entregue em um pendrive desaparecido da mesa do delegado responsável pelo inquérito, em 2009. O caso segue em tramitação na Justiça, ainda sem sentença definitiva.

Fonte: https://ofator.com.br/informacao/governo-de-minas-demite-delegado-condenado-por-pedir-propina-em-transferencias-de-veiculos/

Advogado de Heleno pede adiamento de sessão do STF para se alimentar e Moraes ironiza: 'Imagine eu'

 

Como empresário de SC usou nome falso por 20 anos para jogar futebol e sumiu com verdadeira identidade

n0609 Homem jogou em vários times profissionais, abriu empresas, casou e teve filhos com nome 'criado'. Condenado, terá que alterar documentos novamente, disse a Polícia Civil.

O empresário que usou nome falso por 20 anos e escondeu a identidade verdadeira até da esposa e filhos em Santa Catarina, falsificou os documentos em 1998 para continuar jogando futebol profissionalmente, disse a Polícia Civil. O caso foi revelado em fevereiro de 2024, mas agora o delegado Odair Rogério Sobreira deu detalhes sobre a motivação do crime.

No início de 2024, quando o caso veio à tona, o homem foi preso preventivamente em Brusque, no Vale do Itajaí. Mais de um ano depois, na sexta-feira (6), o responsável pelo inquérito na época, afirmou que o suspeito foi condenado pela falsificação desses documentos.

O homem, no entanto, está solto e deve cumprir pena em regime aberto. A data em que o julgamento ocorreu, assim como outros detalhes do processo, incluindo o nome do homem, não foram informados pela Polícia Civil e nem pelo Judiciário (entenda mais abaixo os detalhes).

Motivo

Conforme o investigador, o homem condenado tinha 17 anos quando falsificou o documento com um familiar. Na investigação, a polícia não esclareceu por qual razão o empresário mudou de identidade. Sobreira afirmou, porém, que o homem jogou em vários times profissionais.

"Um familiar já falecido ajudou ele nessa falsificação. Desde lá, ele usa esse nome falso e abandonou sua verdadeira identidade. Agora ele terá que alterar todos os documentos, perante Detran, Receita Federal, Polícia Federal, município, polícia, Justiça e registros familiares", comentou Sobreira.

Mesmo condenado, conforme o delegado, ele não está mais preso e deve cumprir a pena em regime aberto. O g1 pediu detalhes da sentença ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

'Sumiu com a pessoa que era'

As investigações começaram após a Polícia Científica compartilhar informações aos policiais civis sobre possível uso de documento falso pelo suspeito em 2024. Na época, o delegado afirmou que o homem "sumiu com a pessoa que era" e passou a viver uma vida normal com os registros adulterados.

As investigações mostraram que o empresário fez título de eleitor, abriu contas bancárias, conseguiu alvarás, casou e teve dois filhos registrados com o nome falso. Segundo Sobreira, ele escondeu até de esposa e filhos a identidade verdadeira.

Com o caso em investigação, a Polícia Civil conseguiu o mandado de prisão com base nos crimes de uso de documento falso, falsificação de documento e falsidade ideológica. À época, o suspeito foi interrogado, mas escolheu permanecer em silêncio.

O delegado detalha que na época das investigações, o homem "sumiu com a pessoa que era" e passou a viver uma vida normal com os registros adulterados.

"Ele passou a ser uma nova pessoa com esse novo nome, essa nova identidade. Ele tirou habilitação, abriu empresas, tirou o CPF. Ele votava, teve dois filhos, relacionamentos conjugais", disse o investigador.

Léo Lins é condenado a mais de 8 anos de prisão por discurso de ódio contra minorias

n0606 Léo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão por divulgar, em um especial de comédia, conteúdo considerado discriminatório contra diversos grupos sociais. A decisão foi proferida pela juíza Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, e atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que entrou com ação em 2023. Além da pena, o humorista terá que pagar uma multa correspondente a 1.170 salários mínimos da época e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A defesa ainda pode recorrer.

pessoas, em Curitiba, e publicado em uma plataforma de vídeo, onde chegou a acumular mais de 3 milhões de visualizações até ser retirado do ar por decisão judicial em agosto de 2023. No material, o humorista faz piadas envolvendo negros, indígenas, nordestinos, idosos, pessoas com deficiência, homossexuais, judeus, evangélicos, obesos e pessoas vivendo com HIV.

Segundo a sentença, o alcance da publicação e a diversidade dos grupos ofendidos agravaram a pena. A Justiça entendeu ainda que o contexto de descontração em que as declarações foram feitas reforça a gravidade do conteúdo. Para a juíza, a atividade artística não exime o autor de responsabilidades legais.

“O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância e expondo-se às restrições que emergem da própria lei”, afirmou a magistrada na decisão. “No caso de confronto entre o preceito fundamental de liberdade de expressão e os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica, devem prevalecer os últimos”, completou.

A decisão também cita que apresentações como a de Léo Lins fomentam a intolerância e incentivam a propagação de violência verbal. Em maio de 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo já havia determinado a remoção do especial do YouTube, medida que foi cumprida.

Fonte: https://br.jetss.com/2025/06/04/leo-lins-e-condenado-a-mais-de-8-anos-de-prisao-por-discurso-de-odio-contra-minorias/

General diz ao STF que maioria em acampamento no QG do Exército era de moradores de rua

n0602 Em depoimento prestado nesta sexta-feira 30 à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, o general da reserva Gustavo Henrique Dutra afirmou que, na véspera dos ataques golpistas de 8 de Janeiro, a mobilização em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, era composta em sua maioria por pessoas em situação de rua.

O general relatou que esteve com o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, em 6 de janeiro, dois dias antes da invasão às sedes dos Três Poderes. 

Segundo ele, o encontro teve caráter informal e foi descrito como um “cafezinho de cortesia”. Dutra declarou que, na ocasião, apresentou a situação do acampamento a Torres e levou fotos para mostrar a desmobilização.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Ele também acionou a secretária de Desenvolvimento Social do DF, Ana Paula Marra, para tratar do atendimento aos “indivíduos vulneráveis” que ainda permaneciam no local. “Mostrei que o acampamento estava bem esvaziado e que a maior parte das pessoas ali eram em situação de rua”, disse o general em sua oitiva.

O depoimento buscou reforçar a versão da defesa de Anderson Torres, que tenta demonstrar que não havia sinais evidentes de risco na data da viagem do ex-secretário, ocorrida ainda em 6 de janeiro.

No entanto, outros testemunhos colhidos pelo STF indicam que, além da presença de moradores de rua, havia movimentações para retomar os protestos, com ônibus chegando a Brasília na madrugada do dia 7.

A reunião entre Dutra e Torres não teve registro formal. Ainda assim, o general insistiu que a intenção foi meramente tratar de questões sociais envolvendo o acampamento. A secretária Ana Paula Marra, também ouvida no processo, confirmou que foi chamada para tratar do acolhimento das pessoas no local, mas acrescentou que houve discussão sobre possíveis mandados de prisão contra líderes do acampamento.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/politica/general-diz-ao-stf-que-maioria-em-acampamento-no-qg-do-exercito-era-de-moradores-de-rua/

Saiba quem é a juíza aposentada por favorecer escritório de advocacia

n0530 Juíza de processo bilionário de falência foi aposentada compulsoriamente por beneficiar escritório dos filhos de promotor do caso.

Aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), a juíza Emanuela Bianca Oliveira Porangaba estava afastada das funções desde junho de 2024. Na época da decisão da Corregedoria-Geral de Justiça, ela integrava o colegiado de magistrados responsáveis pelo processo bilionário de falência da Laginha Agroindustrial, que pertencia ao empresário João Lyra, ex-deputado federal e pai de Tereza Collor.

Emanuela Porangaba ingressou na magistratura em 2008, foi titular da 21ª Vara Cível da Capital e atuou como juíza substituta e plantonista em Maceió e no interior do estado entre 2022 e 2023. Foi nesse período que ocorreram as irregularidades apontadas pelo corregedor-geral de Justiça, desembargador Domingos de Araújo Lima Neto.

De acordo com o relatório da Corregedoria, a magistrada ignorou inconsistências e erros em petições iniciais, autorizou transferências de titularidade de veículos sem a devida comprovação documental e direcionou processos para comarcas onde atuava como substituta. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 1,7 milhão a instituições financeiras.

Os casos não tinham relação direta com o processo de falência da Laginha Agroindustrial, mas as decisões beneficiavam principalmente o escritório de advocacia de Carlos Henrique Costa Mousinho e Diego Aurélio Costa Mousinho, filhos do promotor de Justiça responsável pela ação bilionária, Marcus Aurélio Gomes Mousinho. O irmão do promotor, Marcello Mousinho Júnior, também foi citado pela Corregedoria por envolvimento no esquema.

Segundo o relatório, advogados ligados ao escritório Mousinho & Mousinho Advogados Associados chegaram a inventar endereços falsos para dar entrada em ações que seriam analisadas pela magistrada. Emanuela Porangaba ignorava a ausência de comprovantes de residência e proferia decisões favoráveis aos requerentes, principalmente com a exclusão de gravames registrados na documentação de veículos adquiridos pelos clientes do escritório.

“A mera prática reiterada de falta de prudência e os fortes indícios de favorecimento consciente às partes por meio de decisão judicial já são suficientes para a consumação das infrações disciplinares, sendo irrelevante se a eventual conduta da magistrada chegou a causar efetivos prejuízos financeiros”, anotou o corregedor.

Falência

Avaliada em R$ 3 bilhões e com dívidas fiscais e trabalhistas de aproximadamente R$ 4 bilhões, a massa falida da Laginha Agroindustrial reúne três usinas de açúcar e etanol. O processo de falência se arrasta há 20 anos na Justiça alagoana e, em maio, 13 dos 17 desembargadores do TJAL se declararam impedidos de julgar o caso. Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o processo deve ser julgado pelo próprio TJAL.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/saiba-quem-e-a-juiza-aposentada-por-favorecer-escritorio-de-advocacia

 
Copyright © Impakto Penitenciário / Design by MPC info