Os Estados Unidos estão oferecendo uma recompensa de até US$ 10 milhões (cerca de R$ 56 milhões a R$ 60 milhões, dependendo da cotação) por informações que ajudem a desarticular as redes financeiras do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira, que abrange Argentina, Brasil e Paraguai.
A iniciativa faz parte do programa "Recompensas por Justiça" (Rewards for Justice) do Departamento de Estado norte-americano, que visa combater o financiamento do grupo libanês. As informações úteis incluem dados sobre as fontes de renda, canais de financiamento, empresas e investimentos ligados direta ou indiretamente ao Hezbollah, empresas de fachada que compram tecnologia de uso civil e militar para o grupo, e esquemas que gerem lucro para a organização envolvendo seus integrantes ou apoiadores. Denúncias podem ser feitas anonimamente por canais como Signal, Telegram e WhatsApp.
Os EUA designaram o Hezbollah como organização "terrorista" em 1997 e "terrorista global" em 2001. O programa "Recompensas por Justiça" já pagou mais de US$ 250 milhões desde 1984 por informações que ajudaram a proteger a segurança nacional norte-americana.
A presença do Hezbollah na região é investigada, com o grupo obtendo receitas de atividades comerciais aparentemente legítimas, como construção civil, importação e exportação, e vendas de imóveis. Investigações da Polícia Federal (PF) no Brasil também indicam atividades de recrutamento ligadas ao grupo, como a Operação Trapiche, deflagrada em 2023 para evitar atos terroristas. A organização é considerada terrorista por diversos países além dos EUA.