Homem é preso suspeito de furtar armas enquanto trabalhava em núcleo de criminalística da polícia e vender para traficante

oc0616 Segundo investigação, homem de 20 anos trabalhou no núcleo de Gurupi e desviou pelo menos 15 armas. Outro homem foi preso na mesma ação da polícia, suspeito de tráfico.Um homem 20 anos foi preso suspeito de furtar armas de fogo do Núcleo de Criminalística de Gurupi, no sul do estado. O suspeito, segundo investigação da Polícia Civil, vendeu as armas para outro homem, que é investigado por tráfico de drogas e também foi preso. Na mesma ação, a polícia apreendeu drogas e cerca de R$ 8 mil.

O Núcleo de Criminalística é um órgão da Polícia Científica, ligado à Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO) e à Polícia Civil.

As prisões aconteceram nesta quarta-feira (11). Os nomes não foram informados pela polícia, e o g1 não conseguiu contato com a defesa dos investigados.

Segundo a Polícia Civil, as equipes realizaram uma operação durante a manhã para cumprir mandados de prisão preventiva e de busca domiciliar contra o jovem de 20 anos. Conforme a investigação, ele teria furtado pelo menos 15 armas enquanto trabalhava no setor administrativo do Núcleo, em 2025.

Ao ser localizado, o investigado informou que havia vendido as armas para um suposto traficante, de 22 anos. Ele também indicou aos policiais o local onde o segundo suspeito morava, no Setor Canaã.

Conforme o delegado-chefe da 8ª Divisão de Combate ao Crime Organizado (8ª DEIC - Gurupi), Rafael Falcão, as equipes foram até a casa do suposto traficante, com o apoio da 7ª Delegacia Regional, e conseguiram prendê-lo.

Na casa, a polícia encontrou porções de maconha e cocaína embaladas, 171 comprimidos de ecstasy, insumos utilizados na preparação de drogas, R$ 7.660,00 e 20 euros em espécie. Também foram apreendidos um veículo e aparelhos celulares.

"A operação foi extremamente exitosa, pois, inicialmente, nosso objetivo era efetuar a prisão do autor da subtração de armas do Núcleo de Criminalística. Contudo, com o avanço das investigações, também conseguimos prender um traficante e apreender grande quantidade de drogas e dinheiro, promovendo mais segurança para a comunidade de Gurupi", disse o delegado.

Os dois suspeitos e os materiais apreendidos foram levados para a 12ª Central de Atendimento da Polícia Civil. O jovem de 20 anos foi preso preventivamente e vai responder pelo crime de peculato-furto. O segundo suspeito foi preso em flagrante por tráfico de drogas.

Os dois foram levados para Unidade Penal Regional de Gurupi, e estão à disposição da Justiça.

 

Homem foge de cadeia, furta viatura da Polícia Civil com armas e abandona veículo a 150 km de distância no PR

Advogada é presa enquanto tentava entregar cocaína a detento na Penitenciária de Montenegro

oc0606 Uma advogada virou foco de investigação após ter sido flagrada com cocaína dentro da Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro, no Vale do Caí, na última quinta-feira. De acordo com a Polícia Penal, o entorpecente seria entregue a um apenado. Esta foi a segunda prisão em flagrante da mulher com ilícitos em uma casa prisional.

Nesta manhã, o presidente da OAB/RS, Leonardo Lamachia, conversou com a reportagem e disse que as medidas cabíveis já foram adotadas.

“Assim que tomei conhecimento dos fatos, no dia da prisão, mandei abrir processo ético, o qual foi aberto naquele dia mesmo e já marcada sessão do Tribunal de Ética visando a suspensão preventiva da advogada”, garantiu o presidente da OAB/RS.

O flagra em Montenegro ocorreu graças ao trabalho dos policiais penais da unidade, que suspeitaram do comportamento atípico da jurista enquanto ela estava no parlatório. No contexto prisional, o espaço é destinado para que advogados façam o atendimento de clientes, porém, ao invés de prestar serviços jurídicos, a profissional tentava entregar porções de narcóticos a um detento.

Na estimativa dos agentes penitenciários, cerca de um quilo de cocaína foi apreendido na ocasião. A droga estava distribuída em papelotes e embalagens, algumas escondidas por debaixo das vestes da advogada e atadas junto ao seu corpo.

Além disso, conforme a Polícia Civil, ainda foram encontrados aproximadamente R$ 10 mil em espécie no interior de um automóvel que seria da mulher e que estava no entorno da penitenciária. Não é descartado que o montante seja oriundo do tráfico de drogas.

A advogada foi detida em flagrante e encaminhada ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. No dia seguinte, em audiência de custódia, a prisão dela foi mantida.

Há menos de quatro anos, em 27 de outubro de 2021, a advogada protagonizou outra situação do tipo. O caso ocorreu na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC), quando ela foi presa com 21 telefones celulares, 15 carregadores, 17 cabos USBs, 16 fones de ouvido, um estilete e uma chave de fenda, no banheiro do lugar.

Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/pol%C3%ADcia/advogada-%C3%A9-presa-enquanto-tentava-entregar-coca%C3%ADna-a-detento-na-penitenci%C3%A1ria-de-montenegro-1.1614589

A ligação entre delegado que investigou atentado no aeroporto e o general de trama golpista

oc0602 Na madrugada do dia 24 de dezembro de 2022, véspera de Natal, por pouco, muito pouco, Brasília não foi alvo de um terrível atentado. Nas imediações do aeroporto, um caminhão-tanque estava estacionado num local estratégico, próximo aos imensos reservatórios de combustível. Debaixo dele, acoplado em um dos eixos do veículo, havia uma caixa de papelão, com algumas bananas de dinamite dentro, ligadas a um detonador. O artefato foi colocado por dois autoproclamados apoiadores de Jair Bolsonaro, imaginando que a explosão provocaria uma convulsão popular que obrigaria o presidente da República a recorrer às Forças Armadas para restabelecer a ordem e a anunciar medidas extremas para, entre outras coisas, impedir a posse do presidente Lula. O caminhão-bomba continha mais de 60 000 litros de querosene de aviação. A bomba, que certamente provocaria uma tragédia sem precedentes, não explodiu porque o detonador falhou. Na sequência, a polícia foi acionada e os criminosos, presos.

No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Jair Bolsonaro réu por tentativa de golpe, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, apresentou um vídeo com uma sequência de imagens dos distúrbios ocorridos em Brasília após as eleições de 2022. Algumas das cenas eram relativas ao caminhão-tanque e à atuação dos investigadores no local. “Se explodisse a bomba, centenas — se não milhares — de pessoas morreriam”, destacou o magistrado. Nos próximos dias, o delegado que investigou o atentado e prendeu o responsável pela confecção da bomba deve ser colocado frente a frente com Moraes. Marcelo Fernandes será intimado a depor no processo que tramita no STF, arrolado como testemunha de defesa de um dos acusados, o general Mario Fernandes, peça-chave da trama que teria sido orquestrada para subverter a democracia. Por uma dessas ironias do destino, o delegado que evitou a tragédia do carro-bomba em Brasília é irmão do general acusado de participar ativamente da mesma aventura golpista.

Mario Fernandes era próximo de Jair Bolsonaro, ocupou um posto importante no Palácio do Planalto na reta final do governo do ex-capitão e foi autor de um suposto plano para “neutralizar” o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Acusado de conspirar contra a democracia, o militar está detido preventivamente numa sala de um Batalhão do Exército desde novembro. Se condenado, pode pegar até quarenta anos de prisão. A defesa do general acredita que o depoimento do delegado vai ajudar a mostrar que a conspiração não existiu — ou, se existiu, que o militar não participou dela. Segundo a Procuradoria-Geral da República, Mario Fernandes redigiu o plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo” no computador da sala que ocupava no Palácio do Planalto. Depois, imprimiu uma cópia do documento no mesmo dia em que teve uma reunião com o presidente no Alvorada. Os investigadores acreditam que a cópia foi entregue a Bolsonaro.

PERIGO - O caso do carro-bomba: o delegado Marcelo Fernandes localizou o caminhão e prendeu o mentor do atentado, que tinha um verdadeiro arsenal em seu apartamento
PERIGO - O caso do carro-bomba: o delegado Marcelo Fernandes localizou o caminhão e prendeu o mentor do atentado, que tinha um verdadeiro arsenal em seu apartamento (Fotos/Reprodução)

O general ainda não expôs publicamente sua versão sobre a acusação. Sabe-se, no entanto, que ele nega ter apresentado o plano golpista ao presidente. A reunião no Alvorada no mesmo dia da impressão do documento teria sido uma coincidência. Em relação ao “Punhal Verde e Amarelo”, justifica que era apenas uma avaliação de cenário para o caso de um conflito — análise, segundo ele, que é praxe no meio militar. A defesa de Mario Fernandes avalia que o depoimento do irmão vai ajudar a desmantelar a tese de que o general é um extremista. Como os dois são muito próximos, não haveria lógica em considerar que um deles planejou o golpe enquanto o outro agiu para evitar que o pior acontecesse. No dia 24 de dezembro, Marcelo foi acionado diante de um alerta de bomba no aeroporto, encontrou a caixa com os explosivos, localizou o caminhão suspeito e prendeu o autor do atentado fracassado, o gerente de posto de gasolina George Washington de Sousa, que guardava com ele um arsenal.

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Alexandre de Moraes já recusou o pedido de libertação feito pela defesa de Mario Fernandes, que se diz injustiçado. “Ele jamais atuou para colocar a vida de quem quer que seja em risco”, afirma o advogado Marcus Vinícius Figueiredo. Preso há quase 200 dias, o general recebe pouquíssimas visitas — basicamente de familiares. Marcelo, por sua vez, assumiu a chefia da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais. É uma repartição da Polícia Civil responsável por investigar casos de estelionato e golpes — financeiros, diga-se. Nada parecido nem tão grave quanto o que aconteceu na véspera do Natal de 2022.

Publicado em VEJA de 30 de maio de 2025, edição nº 2946

 
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