Deputado articula esquema de corrupção em colégios militares; denúncia

cf0819 Oficial reformado da Polícia Militar e ex-chefe da Casa Militar de Goiás, o deputado Coronel Adailton articulou um esquema de corrupção, com propina e tráfico de influência, nos colégios militares do estado. É o que aponta uma investigação sigilosa obtida com exclusividade pela coluna. De acordo com o relatório de inteligência, Adailton Florentino do Nascimento e sua esposa e colega de farda, a capitã Elizete Jacinto, influenciaram promoções de agentes nessas instituições de ensino.

A divisão de Inteligência da PM destaca que Coronel Adailton (Solidariedade) cobrou aproximadamente R$ 5 mil de oficiais para que fossem nomeados diretores dessas escolas. Empossados nos cargos, os militares retribuíam a indicação e faziam doações eleitorais para a campanha do político à Assembleia Legislativa de Goiás.

Os investigadores não especificaram quanto o deputado teria embolsado ao todo, mas mapearam sua influência em pelo menos 19 colégios militares. Essas unidades ficam em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Goianápolis, Pirenópolis, Goianésia, Senador Canedo e Jaraguá.

“A interferência do deputado Coronel Adailton e de sua esposa, capitã Elizete, é muito grande. Não se consegue movimentar diretores e há, inclusive, articulação nas vagas de novos alunos oferecidas essas unidades escolares. A escolha dos diretores dos colégios militares passava sempre pelo crivo do deputado estadual”, informa trecho do relatório.

Segundo os investigadores, Adailton exerceu influência nos colégios militares através do tenente-coronel Luciano Souza Magalhães. Comandante de Ensino da Polícia Militar de 2021 até abril deste ano, Magalhães foi exonerado por Ronaldo Caiado um mês antes de o documento produzido pela Inteligência chegar oficialmente ao gabinete do governador.

Ainda de acordo com o relatório, o deputado recebeu doações eleitorais dos agentes apadrinhados com cargos. Luciano, promovido a tenente coronel em 2022, doou R$ 20 mil à campanha de Adailton, que concorreu à reeleição naquele ano.

“Em 2018, logo que o então tenente-coronel Luciano assumiu a direção do colégio Militar Cezar Toledo em Anápolis, (realizou-se) de maneira expressiva várias solenidades militares que envolviam esses colégios, o que facilitava ainda mais a interferência política do Coronel Adailton e sua esposa Capitão Elizete”, apontaram os investigadores.

A influência política de Adailton cresceu quando ele foi nomeado chefe da Casa Militar em 2013, no o governo de José Eliton. O coronel reformado permaneceu no cargo até 2017. No ano seguinte, foi eleito deputado estadual pelo PP, com 11.616 votos.

Em 2022, o deputado conseguiu renovar seu mandato, pelo PRTB, com 25,6 mil votos. Desde que entrou na Assembleia Legislativa de Goiás, Adailton atuou em defesa dos colégios militares.

“Hoje nós temos 76 unidades, cada uma dentro da sua performance trabalha para o engrandecimento do nosso sistema, que é o melhor sistema de ensino do Brasil, eu quero parabenizar todos que participaram e que nos trouxeram até aqui”, disse Adailton em sessão solene que celebrou a criação do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG).

Deputado fica em silêncio

Procurada, a assessoria de Coronel Adailton afirmou que, como o deputado “desconhece o teor do relatório”, não irá se pronunciar no momento.

A Polícia Militar de Goiás afirmou à coluna que foi instaurado um inquérito policial para apuração dos fatos. A corporação disse ainda que tem “compromisso com a legalidade” e “não tolera qualquer desvio de conduta por parte de seus membros”.

O “boom” dos colégios militares ocorreu no início do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2019, o governo federal lançou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, encarado como prioridade do Ministério da Educação na gestão passada.

Em julho de 2023, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) o decreto que revoga a iniciativa de Bolsonaro. Governador de Goiás, Ronaldo Caiado anunciou que transformaria os Colégios Cívico-Militares em colégios militares, para evitar que as unidades fossem fechadas ou integradas ao sistema regular de ensino.

“Esse processo já foi decidido por nós, porque sabemos a eficiência dos colégios. Então, não muda nada, está tudo resolvido. Goiás sai na frente”, afirmou Caiado após a decisão do governo Lula.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/colegios-militares-deputado-propina

Juiz tinha método para tomar heranças milionárias de mortos, diz MP

cf0812 Uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo no último dia 1º de agosto mirou uma suposta organização criminosa formada por juízes e advogados, suspeita de fraudar processos judiciais para aplicar golpes em espólios e tomar valores de heranças deixadas por pessoas falecidas.

Dois juízes foram alvos da Operação Follow The Money, como a ação do MP capixaba foi batizada: Bruno Fritoli, que foi preso por ordem do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES); e Maurício Camatta Rangel, que está usando tornozeleira eletrônica.

Por decisão do desembargador Sérgio Ricardo de Souza, a operação cumpriu no total sete mandados de prisão preventiva, 30 mandados de busca e apreensão, dois mandados de afastamento funcional de agentes públicos e 13 mandados de suspensão do exercício da atividade profissional.

A coluna teve acesso a documentos das investigações do Ministério Público sobre o juiz Maurício Camatta Rangel.

Ao pedir à Justiça que Camatta fosse incluído na apuração, em 26 de julho, o procurador-geral de Justiça do Espírito Santo, Francisco Martínez Berdeal, delineou como ocorriam as supostas fraudes processuais com envolvimento do magistrado. “Percebe-se a existência de um padrão utilizado pelos investigados para o ajuizamento de lides simuladas”, anotou Berdeal.

No mesmo dia que o MP apresentou o pedido, o desembargador Sérgio Ricardo de Souza autorizou que o juiz e mais cinco pessoas passassem a ser investigados.

Como era o “padrão” apontado pelo MP

Segundo o chefe do Ministério Público capixaba, advogados investigados no esquema apresentavam ações de cobrança ou execuções na Justiça contra pessoas falecidas, que tivessem valores expressivos em contas bancárias. Esses processos apresentavam contratos indicando as dívidas, nos quais a comarca de Vitória, onde Camatta atuava na 4ª Vara Cível, era apontada como foro para resolução de conflitos.

Para garantir que as ações fossem direcionadas ao juiz, afirma o MP, os processos eram apresentados com falhas formais, a exemplo de falta de documentos e de pagamento de custas processuais e até ausência de petição inicial. Se os casos fossem direcionados ao magistrado, os erros eram corrigidos para que as ações prosseguissem. Se as ações fossem distribuídas a outro juiz, as falhas não eram corrigidas, para que o processo fosse extinto sem resolução.

Antes mesmo que os alvos das ações fossem intimados nesses processos, os advogados informavam ao juiz fraudulentamente a formalização de um acordo entre as partes. Diante dessas informações, segundo o MP, o magistrado homologava o acordo em sentenças assinadas em curtíssimo espaço de tempo. Em seguida, o juiz atendia a pedidos de urgência de indisponibilidade de ativos ou por indisponibilidade por descumprimento do suposto acordo fechado e mandava bloquear valores nas contas das pessoas falecidas ou seus espólios.

A manifestação do procurador-geral de Justiça do Espírito Santo citou alguns processos em que teria havido atuação criminosa do juiz Maurício Camatta Rangel.

Segundo Francisco Martínez Berdeal, as ações indicam “diversas infrações penais graves”, como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude processual, falsificação de documento público, falsificação de documento particular e falsidade ideológica.

No pedido para que o juiz fosse incluído na investigação, o procurador-geral de Justiça do Espírito Santo disse que quebras de sigilo no curso das apurações prévias sobre o esquema identificaram casualmente transferências bancárias entre o juiz e seu genro, Bernardo Azoury Nassur, e um dos investigados, Luam Fernando Giuberti Marques. O magistrado transferiu R$ 250 mil a uma conta de Marques em novembro de 2023.

Cobrança milionária a aposentado de MG morto em 2020

Um processo citado pelo Ministério Público do Espírito Santo como exemplo de atuação ilícita do magistrado foi uma ação apresentada em 24 de maio de 2021 para cobrar R$ 2,2 milhões de um servidor público aposentado de Caratinga (MG), que havia morrido em dezembro de 2020.

O processo tratava de um empréstimo de R$ 850 mil, supostamente firmado em 2015, e foi protocolado pelo advogado Ricardo Nunes de Souza. O MP atribui a Nunes de Souza “posição central para perpetração de diversos crimes” da suposta organização criminosa.

O Ministério Público narrou que, três dias depois de o processo ser apresentado por Nunes, o juiz Camatta Rangel acatou um pedido de indisponibilidade de ativos financeiros do réu, até o limite do crédito apontado na ação.

Em 9 de junho de 2021, antes mesmo que uma citação ao alvo da ação fosse feita, o advogado disse ter entrado em acordo com o suposto advogado da vítima. Foi apresentado, então, um pedido para que os valores fossem depositados em uma conta corrente do escritório de Nunes, o Ricardo Nunes de Souza Sociedade Individual de Advocacia.

No mesmo dia, conforme o Ministério Público, o juiz Maurício Camatta Rangel homologou a sentença do acordo. “Houve o decurso de apenas 16 (dezesseis) dias entre a data da distribuição da ação (24/05/2021) e da sentença de homologação do suposto acordo (09/06/2021)”, salientou o chefe do MP capixaba.

Na semana seguinte à homologação, o espólio do aposentado falecido entrou no processo por meio de outros advogados, dizendo ter sido informado pelo Banco do Brasil sobre o bloqueio de bens. A defesa do espólio ressaltou que ele morreu em dezembro de 2020, muito antes do suposto “acordo”, classificado como “fraudulento”. Os familiares também disseram desconhecer que o aposentado tivesse assinado qualquer procuração antes de morrer e apontaram outros indícios de fraude na documentação da ação.

O MP narrou que o juiz, então, determinou que discussões sobre o acordo fossem feitas em outra ação. Os inventariantes protocolaram uma ação anulatória e conseguiram, por meio de um acordo, reaver R$ 2,4 milhões.

A coluna entrou em contato com o escritório de advocacia que defende o juiz Maurício Camatta Rangel nessa quinta-feira (8/8), mas não teve retorno dos advogados. O espaço está aberto a manifestações.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/juiz-tinha-metodo-para-tomar-heranca-de-mortos-diz-mp

“Abin paralela”: ao menos 4 deputados contratam empresa de alvo da PF

cf Um dos alvos da operação da Polícia Federal desta quinta-feira (11/7) no caso “Abin paralela”, José Mateus Gomes prestou serviços para ao menos quatro deputados federais em 2024 por meio de sua empresa: a “Mellon Comunicação e Marketing Ltda”.

Levantamento feito pela coluna no portal da transparência da Câmara apontaque a empresa de José Mateus foi contratada pelos deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Allan Garcês (PP-MA), Daniela Reinehr (PL-SC) e Robinson Faria (PL-RN) ao longo deste ano.

Os parlamentares contrataram “Mellon Comunicação e Marketing Ltda” com recursos públicos da “cota parlamentar” da Câmara. No total, a Mellon Comunicação recebeu R$ 103,6 mil dos quatro deputados entre janeiro e maio, último dado disponível até agora.

  • Alexandre Ramagem
    Janeiro – R$ 7 mil
    Fevereiro – R$ 7 mil
    Março – R$ 6 mil
    Abril – R$ 6 mil
  • Allan Garcês
    Janeiro -R$ 4,6 mil
    Fevereiro – R$ 4 mil
    Março – R$ 4 mR$ 4 milil
    Abril – R$ 4 mil
    Maio – R$ 4 mil
  • Daniela Reinehr
    Abril – R$ 18 mil
    Maio – R$ 9 mil
  • Robinson Faria
    Janeiro – R$ 6 mil
    Fevereiro – R$ 6 mil
    Março – R$ 6 mil
    Abril – R$ 6 mil
    Maio – R$ 6 mil

Em 2023, a empresa de José Mateus também prestou serviços a deputados. Conforme noticiou a coluna Guilherme Amado, de janeiro a novembro do ano passado, agência recebeu cerca de R$ 60 mil da Câmara por serviços prestados a três parlamentares.

Alvo da PF é próximo a Carlos Bolsonaro

José Mateus é próximo ao vereador Carlos Bolsonaro (PL), em cujo gabinete na Câmara Municipal do Rio o ex-assessor chegou a trabalhar. No governo Bolsonaro, ele trabalhou no Palácio do Planalto e foi apontado como um dos responsáveis pelo chamado “Gabinete do Ódio”. 

Nesta quinta, José Mateus foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A medida foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que apura um suposto esquema de monitoramento ilegal de autoridades públicas durante a gestão Bolsonaro.

Outro lado

Em nota, a Mellon diz ressalta que “serviços mencionados na matéria são de natureza pública”. Afirma ainda que os “sócios da empresa negam as acusações de espionagem ilegal”.

“A respeito da matéria publicada no Metrópoles, gostaríamos de esclarecer que a Agência Mellon é uma empresa que realiza um trabalho de comunicação sério, técnico e transparente. Todos os serviços mencionados na matéria são de natureza pública por se tratarem de parlamentares, que são as pessoas mais públicas do país. O teor do trabalho pode ser acompanhado através das redes sociais parlamentares, com seus gastos disponíveis no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados. Os sócios da empresa negam as acusações de espionagem ilegal, afirmando que nunca foram envolvidos e que têm total desconhecimento de qualquer informação vinda por parte da Abin. Reforçamos nosso compromisso com a ética e a responsabilidade, e agradecemos a confiança de nossos clientes, garantindo a qualidade e a integridade em todas as nossas ações”, afirma a empresa.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/abin-paralela-ao-menos-4-deputados-contratam-empresa-de-alvo-da-pf

Ética: de ameaça a agressão, denúncias contra deputados explodem

imagem colorida mostra ccj da câmara dos deputados - Metrópoles O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vive uma explosão de denúncias contra os parlamentares. Na atual legislatura, que engloba todo o ano de 2023 e o primeiro semestre de 2024, já são 34 representações com instauração de procedimento disciplinar para apurar descumprimento de decoro parlamentar. O número é maior do que em três legislaturas completas, entre 2007 e 2019. Na última, houve aumento de 200% das denúncias em relação ao período entre 2011 e 2015.

As representações no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar são denúncias variadas: há agressões físicas dentro do Congresso, ameaças, ofensas e até acusação de ordem para assassinato, caso do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), atualmente preso. Os dados sobre os processos abertos no Conselho apontam um cenário singular a partir de 2019.

A legislatura entre 2019 e 2023 alcançou 60 representações contra a ética de deputados, sendo que não houve denúncia em 2020, início da pandemia de Covid-19. O número é maior do que a soma das três legislaturas anteriores: 2015 – 2019 (28 representações), 2011 – 2015 (20 representações), 2007 – 2011 (10 representações).

Entre 2023 e 2024, até o momento, contando somente processos instaurados, também há mais apurações no Conselho do que em cada uma dessas legislaturas. O número vai subir após a abertura de investigação de casos já adiantados por deputados nas últimas semanas, como o pedido de Erika Kokay (PT) para punir o sargento Fahur (PSD-PR) por ter dado dedo para manifestantes contra o PL do Aborto.

Para Rubens Beçak, doutor em Direito Constitucional e professor da Universidade de São Paulo (USP), o aumento do uso das redes sociais na política é um dos fatores que pode explicar a recorrência de casos contra o decoro parlamentar.

“Muitas vezes, o parlamentar fala para a câmera. Então, as agressões e os xingamentos estão sendo filmados ali. Não é o repórter que está filmando, é o próprio parlamentar, um colega ou alguém da equipe que está filmando. E ele coloca isso na rede, ou em detração ao outro ou até mostrando como ele é valente. Não podemos desconsiderar esse fator das mídias sociais no incremento desse comportamento não desejável”, avalia.

“Veado”, “bandido”, soco e mais

A maior parte das acusações contra a ética de deputados acaba sendo filmada e compartilhada nas redes sociais. Uma confusão na Comissão de Trabalho entre Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Dionilso Marcon (PT-RS) em 2023, por exemplo, viralizou.

O petista disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia levado uma facada “fake”, fazendo referência ao crime de Adélio Bispo. Eduardo partiu para cima de Marcon, o chamou de “veado” e “filho da put*”, e precisou ser contido. A representação do PT contra o deputado do PL acabou arquivada naquele mesmo ano.

Já o partido de Bolsonaro representou contra Sâmia Bomfim (PSol-SP) em 2023, após a deputada ter chamado o general Girão (PL-RN) de “bandido”, “terrorista” e “fascista”. Outra representação, dessa vez do PSol contra Girão, tentava a punição do deputado conservador por ele ter dito que ia “levantar e dar um soco” em Glauber Braga (PSol-RJ). Ambas foram arquivadas.

Também não prosperou, mas gerou abertura de processo, uma fala de Fernanda Melchionna (PSol-RS) contra a família Bolsonaro, que ela chamou de “familícia”, e uma acusação de Lindbergh Farias (PT-RJ) contra Carla Zambelli (PL-SP), em que ele chama a parlamentar de “terrorista”.

Atualmente, entre os processos em tramitação, há a representação contra Glauber Braga por expulsar com empurrões e chutes um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) de dentro da Câmara dos Deputados, em 16 de abril deste ano.

Denúncias

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar foi criado em 2001 e é composto por 21 membros titulares e 21 suplentes, com mandato de dois anos. Há atuação do grupo quando a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados solicita a instauração de processo disciplinar.

Qualquer pessoa pode pedir uma apuração contra qualquer deputado federal, seja parlamentar ou cidadão. Os trabalhos do Conselho são regidos por um regulamento próprio, de acordo com o Código de Ética e o Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/etica-de-ameaca-a-agressao-denuncias-contra-deputados-aumentam-200

Eurípedes Junior é transferido para penitenciária da Papuda, no DF

1 Eurípedes Gomes Júnior, presidente licenciado do Solidariedade, foi transferido para a penitenciária da Papuda, no Distrito Federal, na noite dessa terça-feira (18/6). Ele se entregou à Polícia Federal (PF), em Brasília, onde estava desde a manhã do último sábado (15/6), após ser considerado foragido.

O presidente licenciado do Solidariedade é alvo da operação que apura supostos desvios de recursos do fundo partidário nas eleições de 2022. Segundo a GloboNews, Eurípedes deve prestar depoimento na quinta-feira (20/6).

A defesa dele afirmou que será provado à Justiça “a insubsistência dos motivos” para a prisão e a “total inocência” de Eurípedes.

O dirigente solicitou ao Solidariedade licença da presidência por prazo indeterminado. O partido foi assumido pelo deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Operação da PF

As investigações começaram a partir de uma denúncia feita por um ex-dirigente do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), hoje integrado ao Solidariedade, que acusou o Eurípedes de desviar cerca de R$ 36 milhões dos recursos do fundo partidário nas eleições de 2022 e culminou na Operação Fundo do Poço.

O grupo criminoso seria responsável por desviar recursos do fundo partidário e eleitoral, bem como de se apropriar das verbas, “utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido”.

Na última quarta-feira (12/6), agentes da PF procuram por Eurípides na casa dele e no aeroporto de Brasília, mas a busca acabou sem sucesso. Ele chegou a entrar na lista de mais procurados da Interpol.

Os policiais buscaram bloquear R$ 36 milhões e 33 imóveis do grupo.

Além de Eurípedes, foram alvos dos mandados de prisão: Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade, que está presa, e Alessandro, o Sandro do Pros, que também está preso.

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/euripedes-junior-e-transferido-para-penitenciaria-da-papuda-no-df

PF faz operação contra desvios nos fundos partidário e eleitoral nas eleições de 2022

1 A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (12) uma operação contra desvios de recursos, nas eleições de 2022, dos fundos partidário e eleitoral do partido PROS – que foi incorporado pelo Solidariedade em 2023.

Eurípedes Gomes Júnior, atual presidente nacional do Solidariedade, foi um dos alvos dos mandados de prisão da operação.

Agentes foram às ruas cumprir sete mandados de prisão preventiva e 46 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal.

De acordo com a Polícia Federal, seis mandados de prisão preventiva foram cumpridos, cinco no Distrito Federal e um no Paraná.

Além de Eurípedes Gomes Júnior, também foram alvos de mandado de prisão:

  • Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade. Ela foi presa
  • Alessandro, o Sandro do PROS, que foi candidato a deputado federal. Também foi preso
  • Berinaldo da Ponte, ex-deputado distrital

Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.

As apurações começaram a partir de uma denúncia feita por Marcus Vinicius Chaves de Holanda, que foi presidente do PROS. Ele acusou o ex-dirigente do partido Eurípedes Júnior de desviar cerca de R$ 36 milhões.

Na operação desta quarta, os policiais tentam bloquear e indisponibilizar R$ 36 milhões e 33 imóveis do grupo.

Agentes da PF apreenderam R$ 26 mil em espécie durante cumprimento de mandado em Goiás — Foto: Divulgação/PF

Os mandados foram autorizados pela Justiça Eleitoral do Distrito Federal. Em Goiás, a PF apreendeu R$ 26 mil em espécie (veja na imagem acima).

Também foi apreendido, em Goiânia, um helicóptero registrado em nome do PROS. A aeronave teria sido adquirida com recursos públicos desviados dos fundos do partido. O helicóptero teria custado R$ 2,4 milhões (veja na imagem abaixo).

A aeronave, modelo R66, estaria sendo usada somente pra fins particulares do presidente do Solidariedade, Eurípedes Junior. Ele também emprestava o helicóptero para amigos e familiares, segundo os investigadores.

PF apreendeu em Goiânia helicóptero que teria sido comprado com dinheiro público desviado de fundos do PROS — Foto: Divulgação/PF

Em nota, o partido Solidariedade disse que os fatos ocorreram antes do que chamou de "união" do PROS com a legenda.

"Esses são fatos ocorridos antes da união do PROS com o Solidariedade, estamos tomando pé da situação e ainda não temos uma posição sobre os fatos", disse o partido Solidariedade.

O g1 tenta contato com as defesas dos citados nesta reportagem.

Candidatos laranjas

Agentes da PF cumprem mandados na casa do presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior, em Planaltina (DF) — Foto: Divulgação/PF

Investigadores da Polícia Federal identificaram indícios de que o grupo criminoso agiu com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos dos fundos partidário e eleitoral por meio de candidaturas laranjas em diferentes estados do país.

O grupo também é suspeito de superfaturar serviços contratados junto a consultorias jurídicas e também de desviar verbas destinadas à Fundação de Ordem Social, ligada ao PROS, que foi incorporado ao Solidariedade.

O grupo teria lavado o dinheiro desviado a partir da criação de empresas de fachada, compra de imóveis por intermediários e superfaturamento de serviços prestados aos laranjas e ao próprio partido.

Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/06/12/pf-faz-operacao-contra-desvios-nos-fundos-partidario-e-eleitoral-nas-eleicoes-de-2022.ghtml

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