Os investigadores suspeitam que o advogado tenha negociado outras decisões com interlocutores do desembargador, que está afastado das funções por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF e a PGR identificaram pagamentos feitos por Luiz Pires a um posto de combustível supostamente usado para lavar dinheiro de propina ao magistrado. As transações aconteceram dias antes de Ivo de Almeida colocar em prisão domiciliar um cliente do advogado condenado por roubo e estelionato.
Os advogados Átila Machado e Luiz Augusto Sartori de Castro, que representam o desembargador Ivo de Almeida, afirmam que ele é inocente."A investigação capitaneada pela Polícia Federal já tem fortes elementos indicando que, à revelia do desembargador Ivo de Almeida, pessoas vendiam, ilegalmente, ilusões em seu nome e, bem por isso, é importante reiterar que o magistrado jamais proferiu qualquer decisão visando beneficiar quem quer que seja, muito menos mediante o recebimento de valores", diz a defesa (leia a íntegra da nota ao final da matéria).
A manifestação se refere ao depoimento do guarda civil Wilson Vital de Menezes Júnior, apontado como intermediário do suposto esquema. Ele declarou à PF que "nunca entrou nesse assunto" com o desembargador e que o grupo "estava vendendo ilusões em nome de Ivo de Almeida", sem que ele soubesse de nada.
Além da suspeita de venda de decisões judiciais, a Polícia Federal investiga se Ivo de Almeida operou um esquema de rachadinha em seu gabinete no Tribunal de Justiça de São Paulo. A PF chegou a pedir a prisão preventiva do desembargador, mas a Procuradoria-Geral da República foi contra.