Uma rede de agiotas ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) é investigada por suspeita de ter financiado duas manifestações de familiares de presos em Brasília para reivindicar melhorias aos detentos recolhidos em penitenciárias federais.
Sete agiotas foram presos em junho deste ano, durante a Operação Khalifa, deflagrada pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) e pela Polícia Militar no Alto Tietê, região metropolitana de São Paulo. Todos tiveram a prisão preventiva decretada.
Os celulares dos suspeitos foram apreendidos e, segundo o MP-SP, no aparelho de Luiz Carlos Rodrigues Garcia, 40, conhecido como Paraíba, havia várias trocas de mensagens comprovando a participação dos agiotas na organização e financiamento das manifestações.
As manifestações de familiares de presos em Brasília ocorreram em 3 de dezembro de 2022 e 13 de dezembro de 2023. As investigações do Gaeco apontaram que Paraíba esteve presente nos dois eventos e coordenou toda a logística.
Os dados analisados - diz o Gaeco - indicaram que "o PCC convocou as manifestações e bancou as despesas de transporte, alimentação e hospedagem dos simpatizantes e familiares de presos, impedindo ainda que pessoas com antecedentes criminais participassem dos atos".
No telefone celular de Paraíba, aparece a imagem da reserva de sete diárias no Hotel Plaza Manhattan, em Brasília, no período de 7 a 14 de dezembro de 2023. Foram pagos R$ 5.879,50 pelas despesas. Houve negociações também para reserva de uma suíte no Kubitschek Plaza Hotel.
Em uma mensagem de WhatsApp no dia 2 de dezembro de 2023, Paraíba conversa com uma mulher sobre o evento e diz que encontrou um local para até 790 pessoas. E avisa que pediu orçamento. No dia 8 de dezembro, ele fala sobre a locação de um espaço com 70 camas e mesas.
Na mesma mensagem, Paraíba afirma que as pessoas iriam chegar na madrugada do dia 13 para o evento e iriam tomar café antes de seguirem para a manifestação, e depois retornariam, tomariam banho e iriam embora para suas cidades.