O motim começou por volta de 10h30. Imagens do GloboCop registraram detentos colocando fogo em lençóis e colchões no pátio da penitenciária.
Três detentos ficaram feridos e foram encaminhados a um hospital próximo, segundo nota da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Já quatro presos inalaram fumaça e foram atendidos na enfermaria localizada dentro da unidade prisional.
Em nota, a pasta explicou que a situação ocorreu em dois pavilhões e está totalmente controlada. "As visitas estão suspensas neste domingo (21). A motivação do motim será investigada pela SAP e devidamente informada. Uma apuração disciplinar foi aberta e todos os responsáveis irão responder criminalmente", comunicou.
Segundo informações do site da SAP, a penitenciária de Franco da Rocha tem capacidade para 914 detentos, mas possui 1.926 presos em regime fechado, ou seja, mais que o dobro da capacidade. O local também tem capacidade para 108 detentos em regime semi aberto, mas recebe 265 presos.
A polícia começou a dispersar os detentos por volta de 13h40. Um grupo ficou em cima do telhado da penitenciária atuando para reprimir o motim.
Os presos foram encurralados em um dos pátios da penitenciária. Eles foram enfileirados e colocados nus, sentados de costas.
Em nota, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado São Paulo (SIFUSPESP) afirmou que a rebelião em Franco da Rocha “é uma tragédia anunciada há anos” e que desde 2022 alerta o governo de São Paulo sobre o sucateamento de unidades prisionais e o déficit de policiais penais.
Ainda segundo o sindicato, esta é a primeira rebelião em quatro anos, mas foram 18 fugas do regime semiaberto somente entre dezembro de 2023 e maio de 2024, enquanto nos primeiros cinco meses de 2024, foram registradas 203 agressões a policiais penais, um aumento de 276% em relação ao mesmo período do ano passado.
“O número de assassinatos dentro das unidades prisionais quase triplicou no mesmo período, saltando de 5 para 14, evidenciando a perda do controle do Estado dentro de seus presídios”, alertou o sindicato, afirmando que “é preciso recompor o efetivo de policiais penais, investir em infraestrutura e equipamentos de segurança, além de promover políticas públicas que possibilitem a reinserção social dos presos”.
Em nota, a SAP afirmou que "atual gestão fará, neste ano, um concurso para a contratação de 1.100 policiais".