Em cerimônia realizada nesta quinta-feira, 18, no Rio de Janeiro, foi criada a Academia Brasileira de Letras do Cárcere, formada por detentos do sistema prisional brasileiro. Ao todo, seis detentos foram escolhidos para se tornarem “imortais” e um dos critérios para assumir o posto era ter pelo menos um livro publicado, embora a qualidade da obra não tenha sido avaliada para a escolha. A academia terá 20 cadeiras, mas nem todas foram preenchidas ainda.
O detento escolhido para ocupar a simbólica cadeira número 1 “Graciliano Ramos”, foi Marcio Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes de uma facção criminosa do Rio de Janeiro. Marcinho está preso desde 1996.
Segundo um texto publicado para apresentar a entidade, o objetivo da ABLC surge como uma “iniciativa pioneira destinada a reconhecer e valorizar as obras de escritores que produzem literatura mesmo estando privados de liberdade. Seu principal propósito é oferecer uma plataforma para que esses autores expressem suas vozes e compartilhem suas histórias, contribuindo assim para a diversidade e a riqueza da literatura nacional”.
A criação da ABLC é uma ideia do desembargador aposentado Siro Darlan, que justificou a criação a partir da constatação que a leitura é um hábito que os presos têm nas celas. O hábito também ajuda a reduzir a pena. Presos que leem nas celas, segundo a Lei de Execuções Penais permite que a pena seja reduzida em quatro dias se o detento ler e resenhar uma obra da biblioteca. Pela legislação, o preso pode reduzir até 48 dias da pena por ano, já que existe um limite de livros a serem resenhados de 12 por ano.
Conheça os escolhidos para a ABLC
- Marcinho VP
- Fábio da Hora Serra, o Sagat
- André Borges
- Edilberto José Soares
- Emerson Franco
- Paulo Henrique Milhan