Bolsas para universidades foram desviadas para herdeiros bilionários

d0721 A Polícia Civil de Santa Catarina desvendou um esquema que coloca em xeque a credibilidade do Universidade Gratuita, programa estadual criado para garantir bolsas de estudo a alunos de baixa renda. Ao menos 130 estudantes, ligados a famílias com patrimônio milionário, foram identificados como beneficiários irregulares.

A descoberta amplia um levantamento anterior do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), que apontou mais de 18 mil cadastros suspeitos.

O delegado-geral Ulisses Gabriel confirmou, nessa quinta-feira (17/7), que há indícios de ocultação de bens e declarações de renda manipuladas para driblar os critérios de concessão das bolsas.

Para aprofundar a apuração, foram solicitados mandados de busca e apreensão. “Não basta olhar os documentos enviados às universidades. É necessário ir até os suspeitos e confrontar as informações. Há sinais claros de fraude”, afirmou o delegado.

Fraude

A investigação começou após um relatório do TCE-SC revelar inconsistências gritantes nas inscrições do programa. Entre os 18.383 casos suspeitos, 4.430 apresentavam renda incompatível com o limite exigido. Outros 15 mil tinham divergências patrimoniais, como imóveis, veículos de luxo e empresas que não foram informados no cadastro.

Em um dos casos mais extremos, um aluno de direito declarou renda bruta familiar de R$ 3,8 mil mensais. Mas a família é dona de um conglomerado com patrimônio estimado em quase R$ 1 bilhão. Há ainda estudantes cujas famílias têm imóveis avaliados em mais de R$ 30 milhões, empresas com capital social superior a R$ 10 milhões, lanchas e carros avaliados em mais de meio milhão de reais.

O relatório do Tribunal de Contas estima que as fraudes possam ter causado um rombo de R$ 324 milhões aos cofres públicos.

As irregularidades são mais frequentes em cursos de alto custo, como medicina e direito. Para essas áreas, o programa permite renda familiar per capita de até oito salários mínimos – um teto mais alto do que para outras graduações. Isso ampliou a atratividade para grupos com maior poder aquisitivo que, mesmo sem necessidade, buscaram se beneficiar do subsídio.

A reação do governo

O governo de Jorginho Mello afirma que adotou um novo sistema de checagem de dados, desenvolvido pela Controladoria-Geral do Estado, capaz de cruzar informações patrimoniais em menos de 24 horas. A tecnologia passou a ser utilizada nas inscrições do segundo semestre de 2025.

A Secretaria de Educação informou ainda que já acionou as universidades para revisão imediata das matrículas de cerca de 700 estudantes com indícios mais graves de fraude. Se confirmada a irregularidade, as bolsas serão canceladas e os valores terão de ser devolvidos ao Estado.

Além das medidas administrativas, a Polícia Civil investiga se há responsabilidade criminal por falsidade ideológica, estelionato e formação de associação criminosa. Os envolvidos poderão responder judicialmente e perder o benefício.

O TCE-SC também recomendou que os casos suspeitos sejam enviados ao Ministério Público e à Receita Federal para rastrear a origem do patrimônio omitido.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/mirelle-pinheiro/bolsas-para-universidades-foram-desviadas-para-herdeiros-bilionarios

Pessoas mantidas em cárcere eram torturadas em clínica de reabilitação

d0714 Uma clínica de reabilitação, localizada no Bairro Queiroz, em Mateus Leme, Região Central de Minas Gerais, foi interditada nessa segunda-feira (7/7) após denúncias de tortura contra 45 pessoas mantidas em condições degradantes.

No local, foram encontrate.

Além das prisões, as investigações continuam para localizar outras pessoas responsáveis pela gestão do estabelecimento, que não estavam presentes no dia da interdição.

Cerca de 45 vítimas, em sua maioria usuárias de drogas, também foram encaminhadas à delegacia para prestar depoimento. Segundo a Polícia Civil (PCMG), elas eram mantidas em cárcere privado e em condições insalubres. Diego Nolasco, delegado de Mateus Leme, afirmou que os relatos são chocantes: “As vítimas eram retiradas à força de suas casas. Há indícios de tortura contra essas pessoas”, disse.

Segundo relatos, os internos eram dopados e levados para a unidade: “Quando tentavam fugir, eram agredidos e até ameaçados. Os familiares acabavam pagando uma quantia mensal que chegava a R$ 2 mil por pessoa”, afirma. 

Na clínica, não foram encontrados prontuários médicos nem havia médico ou enfermeiro responsável pelo acompanhamento dos internos, que apresentavam confusão mental e fraqueza física. Eles dormiam em quartos com cerca de sete pessoas cada, e alguns estavam em beliches instalados na varanda da casa. Nos banheiros e em alguns cômodos, havia fezes e urina no chão e nos colchões.

O delegado Nolasco afirmou que existia um grupo de atendimento formado pelos próprios internos, chamado Grupo de Apoio ao Interno (GAP), nomeado para vigiar os demais e impedir fugas. As ligações para familiares não podiam ultrapassar dez minutos, uma vez por semana. Esses mesmos nomeados fiscalizavam o conteúdo das conversas e puniam quem descumprisse as regras impostas. 

“Os internos também lavavam suas roupas, faziam comida própria, faziam suas necessidades no chão e na cama, e eles mesmos tinham que limpar, pois não havia funcionários para isso, o que demonstra a total precariedade desse estabelecimento”, relata o delegado.

Os suspeitos haviam chegado recentemente, vindos de outra clínica, localizada no Bairro Serra Azul, também pertencente ao mesmo dono. A antiga unidade estava com o alvará vencido, o que motivou a transferência. Ela também foi fechada. 

Segundo Nolasco, a Prefeitura de Mateus Leme está sendo investigada, já que os responsáveis pela gestão conseguiram obter o alvará de funcionamento. “Muitas vezes, essas pessoas maquiam o local. Quando algum órgão fiscalizador vai avaliar o lugar, eles tentam arrumar o estabelecimento de forma que possa atender a alguns requisitos”, destaca.

O delegado disse que casos anteriores envolvendo instalações de clínicas clandestinas como essa já funcionavam de forma irregular no município: “não é novidade, porque já foram desencadeadas operações anteriores em que os crimes se assemelham até em sua mecânica, na forma como eram praticados”, diz.

Os três homens vão responder por cárcere privado, maus-tratos, posse ilegal de arma e outros crimes. Somadas, as penas podem chegar a cerca de 27 anos de detenção. Um deles já havia sido preso por praticar os mesmos atos em outra clínica clandestina.

A operação foi realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Vigilância Sanitária Municipal e pela Polícia Civil de Contagem. 

Fonte: https://www.em.com.br/gerais/2025/07/7197437-pessoas-mantidas-em-carcere-eram-torturadas-em-clinica-de-reabilitacao.html#google_vignette

Arsenal é apreendido no Paraná em operação contra o tráfico de armas

d0711 Uma operação da Polícia Federal (PF) apreendeu, na manhã desta sexta-feira (4), mais de 40 armas de fogo, além de carregadores e acessórios em Londrina e Loanda, no norte do Paraná. Os mandados da operação também foram cumpridos em Maringá, na mesma região do estado, e em Fortaleza, no Ceará.

De acordo com a PF, a ação foi realizada para combater o tráfico internacional de armas de fogo. O delegado da PF Hugo Leonardo Mariano Mendonça detalhou que a apreensão inclui pistolas, fuzis, submetralhadora, revólveres e munições.

Até a última atualização desta reportagem, não foi divulgado o balanço final da operação .

O delegado explicou que algumas armas possuem registro legal. Entretanto, todo armamento encontrado foi recolhido para que passe por análise.

No total, sete mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal de Maringá.

A identidade do alvo dos mandados não foi divulgada. Em um dos locais, um homem se apresentou como caseiro e foi preso em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.

Aproximadamente 40 policiais federais participaram da operação desta sexta.

Investigação

As investigações começaram após a apreensão, em 15 de dezembro de 2021, de objetos postais que tinham acessórios de armas de fogo no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. As encomendas, enviadas por um residente dos Estados Unidos, tinham como destinatário um morador de Londrina, de acordo com a Polícia Federal.

A apuração descobriu que os investigados, com a possível participação de empresas, realizaram o tráfico e comércio ilegal de armas de fogo e acessórios repetidas vezes.

"A nossa investigação trata sobre o o comércio ilegal. Se vem de outros países para cá, sem registro", disse o delegado.
Fonte: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2025/07/04/armas-apreendidas-operacao-policia-federal-parana.ghtml

Lewandowski pune PRFs condenados por receber propina durante 10 anos

d0630 Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski demitiu e cassou a aposentadoria de dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) condenados por receber propina de motoristas durante 10 anos. Sílvio César Vasconcelos Brígido e José Roque da Silva Filho foram presos em 2017 no âmbito da Operação Domiciano, deflagrada pela Corregedoria da PRF, com apoio da Polícia Federal (PF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF).

As investigações começaram a partir de denúncias contra 15 agentes que atuavam em Minas Gerais. O esquema funcionava mediante cobrança de suborno a motoristas de ônibus, caminhões e carros de passeio que trafegavam pelas rodovias federais do Triângulo Mineiro. Os veículos eram liberados sem aplicação de multa ou realização de fiscalização.

Silvio Brígido, adente demitido da PRF, foi filmado recebendo propina de motorista de ônibus

Lewandowski decretou a perda do cargo de agente da PRF filmado cobrando propina

Câmeras instaladas com autorização judicial flagraram ação de agentes

Durante as apurações, os agentes envolvidos foram filmados recebendo a propina e tiveram conversas sobre a divisão do dinheiro gravadas pela PF. Sílvio Brígido aparece em um dos vídeos, na traseira de um ônibus, recebendo dinheiro das mãos do motorista. O veículo é liberado em seguida, sem passar por vistoria.

Além do suborno, os agentes recebiam ainda uma “comissão” de empresários que atuavam com seguros, guincho e pátios, priorizados na indicação de recolhimento em casos de apreensão, acidentes e outras ocorrências. Alguns servidores também realizavam testes de bafômetro em si mesmos para atingir metas estabelecidas pela PRF.

“A prática de corrupção era tão sistemática e disseminada que cerca de 1/4 do efetivo total da unidade acabou sendo objeto de ampla e sigilosa investigação no primeiro semestre de 2017”, destacou o MPF.

As acusações contra o grupo incluíam os crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação e violação de sigilo funcional.

Em 2019, Sílvio César Vasconcelos Brígido, demitido por Lewandowski, foi condenado a 18 anos de prisão por três crimes de corrupção. José Roque da Silva Filho, que teve a aposentadoria cassada, recebeu pena de 5 anos e 4 meses de reclusão.

Gravações

Em setembro de 2024, Ricardo Lewandowski determinou a perda do cargo público de outro agente da PRF que aparece nas gravações. Gisdelson Mário de Oliveira foi flagrado recebendo dinheiro e discutindo a partilha da propina com o parceiro, Alexandre Mesquita Ciuffa. A dupla cobrava suborno de outro motorista de ônibus.

“Vamos fiscalizar tudo, mesmo? Hãm? Vamos olhar tudo mesmo… A documentação?”, diz Oliveira ao motorista. “Mas o que o senhor quer, as passagens?”, questiona o motorista. “O documento, rapaz”, responde o colega de Oliveira, identificado como Alexandre Mesquita Ciuffa. O motorista retorna ao veículo e volta com uma prancheta e dinheiro em espécie. “Filho da put4 tá andando com dinheiro na mão”, reclama Oliveira ao parceiro.

A gravação também mostra o momento em que os agentes discutem a divisão do dinheiro, cogitando a possibilidade de rasgar uma nota ao meio. “Rasgar?”, pergunta Oliveira. “É, no meio”, responde Ciuffa. “Fod4-se se errar a medida. Você sabe que isso aí só tem validade se for maior que 50% do tamanho inteiro. Essa nota pouquinho rasgadinha tem valor do mesmo jeito”, diz Oliveira.

Oliveira foi demitido do cargo em 2019, em procedimento disciplinar aberto pela PRF. A perda do cargo decretada por Lewandowski considerou decisão da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da Seção Judiciária de Uberlândia. A medida encerrou o vínculo jurídico-administrativo entre o ex-servidor e a União.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/lewandowski-pune-prfs-condenados-por-receber-propina-durante-10-anos

Com 7 vítimas em um ano, maior matador da PM de São Paulo é afastado das ruas

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Depois de uma reportagem do Metrópoles revelar o histórico do 2º tenente Ian Lopes, de 26 anos, na primeira quinzena de junho o PM foi afastado das ruas e transferido para um setor administrativo da polícia. Os dois casos mais recentes de mortes em ocorrências nas quais Ian estava envolvido foram em março deste ano.

Policial penal é afastado após ser preso em flagrante por tráfico de drogas no Presídio de Igarassu

O servidor, identificado como Eluilson Gomes Nunes da Silva, de 52 anos, foi detido no dia 13 de junho, depois que outros agentes da unidade encontraram 165 gramas de maconha com um detento do presídio durante uma revista pessoal, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

Ainda segundo o órgão, o presidiário confirmou em depoimento que recebeu a droga de um policial penal. A secretaria informou também que, ao verificar imagens do circuito interno, comprovou a ocorrência do crime, encaminhando os dois para o Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. O g1 tenta contato com a defesa de Eluilson Gomes Nunes da Silva.

No dia seguinte, os envolvidos no caso passaram por audiência de custódia. A juíza Naiana Lima Cunha Bhering, da Vara Criminal de Igarassu, converteu a prisão em flagrante para preventiva.

A decisão de afastar o servidor foi publicada no Diário Oficial deste sábado (21). A portaria, assinada pelo secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), Paulo Paes de Araújo, determina a suspensão do policial penal até a conclusão do processo criminal e o materiais e instrumentos de trabalho, incluindo armas, que estavam em posse dele.

Outras apreensões

Polícia apreende maconha escondida em ovos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife

Polícia apreende maconha escondida em ovos no Presídio de Igarassu, no Grande Recife

Em menos de um mês, foram registradas, ao menos, três apreensões de drogas dentro do Presídio de Igarassu:

Resort do crime

  • O esquema de corrupção foi desarticulado pela Operação La Catedral, deflagrada pela Polícia Federal no fim de fevereiro.
  • As investigações começaram depois que a polícia identificou que um detento comandava diversos crimes de dentro da cadeia, com o apoio de servidores do sistema prisional.
  • Além das regalias para os presos, foram constatados outros crimes dentro do presídio, como o uso de drogas e também a produção de pasta base de cocaína dentro do Espaço Cultural da unidade.
  • Na primeira fase, foram presos o ex-diretor do presídio e quatro policiais penais. Na segunda fase, deflagrada em abril, o ex-secretário foi o alvo. Além de preso, ele também foi alvo de busca e apreensão.
  • Na casa dele, no bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife, foram apreendidos arma funcional, aparelhos celulares e um veículo.
  • Entre os crimes investigados, estão corrupção ativa e passiva, prevaricação, facilitação de entrada de objetos ilícitos na prisão, tráfico de drogas e organização criminosa.
  • De acordo com inquérito da Polícia Federal, o dinheiro da propina seria um pagamento que os presos, na figura dos chaveiros, repassavam para o diretor Charles Belarmino.
  • As investigações também apontaram que o ex-secretário André de Araújo Albuquerque teria recebido parte do dinheiro.
  • As investigações da PF e da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) continuam, e o inquérito segue em segredo de Justiça.

Fonte: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/06/21/policial-penal-e-afastado-apos-ser-preso-em-flagrante-por-trafico-de-drogas-no-presidio-de-igarassu.ghtml

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