Advogada de Deolane é investigada pela PCDF por golpe com "Jogo do Tigrinho"

Além de representar Deolane, Adélia Soares ficou famosa ao participar do BBB -  (crédito: Reprodução/Instagram/WhatsApp) Advogada da influenciadora Deolane Bezerra, a ex-BBB Adélia Soares é citada em um relatório investigativo da Polícia Civil do Distrito Federal, ao qual o Correio teve acesso, por suposta participação em um esquema criminoso chinês. A facção operava cassinos ilegais no Brasil, entre eles o famoso "Jogo do Tigrinho".

A investigação começou com um golpe financeiro aplicado em um morador do Lago Norte, em Brasília. No curso das apurações, a polícia desvendou um esquema chinês de empresas que usavam CNPJs de companhias brasileiras para acessar o sistema financeiro do país sem autorização do Banco Central. Os valores conquistados pelo sistema eram enviados para paraísos fiscais.

De acordo com a Polícia Civil, os jogos ilegais promovidos pelo grupo utilizam algoritmos manipulados para que os jogadores "percam mais".

Adélia Soares se apresentou aos investigadores como advogada da empresa OKPAYMENTS, banco que possibilitava a ação de uma das companhias criminosas no país. Em seguida, ela negou conhecer os donos da empresa. Adélia também consta como administradora de uma outra companhia, nomeada PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda, criada em 11 de julho.

Aos policiais, Adélia negou ser dona da PlayFlow e parou de responder os contatos dos agentes, mesmo sob intimação.

  • Diálogo de Adélia Santos com os investigadores
  • Diálogo de Adélia Santos com os investigadores
  • Diálogo de Adélia Santos com os investigadores

"As claras falsidades da advogada Adélia de Jesus Soares, seu desaparecimento após os questionamentos e seu nome como administradora da PlayFlow demonstram inquestionavelmente que ela também foi cooptada a abrir empresas de fachada para o grupo criminoso chinês. A empresa PlayFlow foi aberta de maneira totalmente irregular, tendo sido juntado um pdf inválido em inglês de supostos atos constitutivos de uma empresa sediada na Ilhas Virgens Inglesas e a Playflow foi criada na JUC-SP como sendo uma representante dessa empresa internacional chamada PEACH BLOSSOM RIVER TECHNOLOGY LTD", diz o relatório.

Ademais, o documento reafirma que Adélia Soares é advogada "e não pode alegar desconhecimento da lei e do tramite para constituição de uma empresa estrangeira no Brasil".

Em nota à colunista Mariana Moraes, do Correio Braziliense, a defesa de Adélia informou que ela está "plenamente ciente dos fatos mencionados e já tomou todas as providências legais cabíveis", entre elas o registro de boletins de ocorrência para "proteger sua identidade e reputação". 

“As acusações feitas contra ela são infundadas e resultam de um golpe praticado por terceiros, que utilizaram seu nome de forma indevida e criminosa. A Doutora Adélia informa que está colaborando ativamente com as autoridades para esclarecer os fatos e responsabilizar os verdadeiros culpados, uma vez que apenas prestou suporte administrativo para a empresa em questão", completou.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2024/09/6941144-advogada-de-deolane-e-acusada-de-envolvimento-em-faccao-do-jogo-do-tigrinho.html

Depoimento de Anielle revela detalhes da acusação contra Silvio Almeida

e0916 Anielle Franco escolheu um restaurante reservado, relativamente afastado da região mais movimentada de Brasília, para uma conversa que deveria ser definitiva. Desde que assumiu o comando do Ministério da Igualdade Racial, no início de 2023, ela vinha sendo alvo de constrangimentos e importunações por parte de um colega, o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Os dois se conheceram durante o período de transição de governo e se aproximaram muito depois da posse. Aos poucos, as conversas descontraídas do início da relação foram dando lugar a investidas de conotação sexual. O ministro mirava Anielle com olhares enviesados, fazia “elogios” inconvenientes, sussurrava fantasias eróticas nos ouvidos dela e, na mais ousada das incursões, chegou a repousar a mão entre as pernas da ministra. O encontro no restaurante foi a última tentativa de Anielle de colocar um ponto-final em uma situação “insustentável”, que já havia chegado ao conhecimento de outros ministros, de assessores importantes do Palácio do Planalto e do próprio presidente da República. Ela tentou evitar que o caso se transformasse em um escândalo, mas, segundo seu relato, não deu certo.

arte conversa whatsapp

Na sexta-feira 6, Silvio Almeida foi demitido depois que o site Metrópoles revelou que a ONG Me Too Brasil havia recebido denúncias de assédio sexual contra ele e que Anielle seria uma das vítimas. Pouco antes de perder o cargo, o ministro negou as acusações, se disse vítima de perseguição, exibiu um conjunto de mensagens que atestariam que mantinha apenas uma relação cordial com a ministra e citou o encontro no restaurante como prova de sua inocência. O que Almeida não sabia é que Anielle já havia dado um detalhado depoimento sobre o caso, inclusive sua versão para o encontro no restaurante. Diante dos ministros Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-­Geral da União), Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), Anielle confirmou que era assediada “há vários meses”, relatou diferentes episódios em que o colega se dirigia a ela com palavras de “lascívia” e descreveu cenas em que teve os ombros e as costas apalpadas de forma abso­luta­mente inapropriada. Confirmou também ter ficado totalmente “desconcertada” num dia em que Almeida tocou suas partes íntimas por baixo da mesa, durante uma reunião de trabalho e na presença de várias autoridades.

NO MINISTÉRIO - Importunação: ministra disse que teve as partes íntimas tocadas durante uma reunião
NO MINISTÉRIO - Importunação: ministra disse que teve as partes íntimas tocadas durante uma reunião (Thayane Alves/.)

No depoimento, a ministra descreveu as diversas agressões de que era alvo e explicou o contexto em que aceitou jantar com o colega, mesmo depois de tudo que ele já havia feito. Conta que o convite partiu dela e o obje­ti­vo era tentar convencer o colega a mudar o comportamento e evitar um escândalo que poderia comprometer a carreira de ambos. Foi, de fato, um jantar cordial, como disse o ministro em sua versão. A certa altura da conversa, Almeida reconheceu ter passado do ponto e até lamentou. Na saída do restaurante, porém, o ministro teria se aproximado de Anielle e, como se nada tivesse acontecido, sussurrado no ouvido dela um desejo — uma expressão impublicável. No relato que fez aos colegas de ministério, Anielle ressaltou que, mesmo sofrendo importunações sexuais de maneira recorrente havia mais de um ano, não tinha formalizado a denúncia por medo de ser desacreditada e perder o cargo por não ter como comprovar as acusações — um problema enfrentado pela grande maioria das vítimas de assédio. “Como são crimes que quase sempre não deixam vestígios materiais, temos a palavra de um contra a palavra do outro”, ressalta a ex-promotora Gabriela Manssur, especialista em defesa dos direitos das mulheres.

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Silvio Almeida negou todas as acusações e se disse vítima de uma armação política. Antes de ser demitido, ele também foi ouvido pelos colegas do governo. O ministro relatou que havia uma disputa por protagonismo com Anielle em relação à luta contra o racismo, mas que isso, embora tenha gerado algumas rusgas, nunca atrapalhou a boa relação entre eles. Pelo contrário. Os dois conversavam com frequência, tinham certa intimidade e projetos comuns. Para provar o que dizia, Almeida selecionou um conjunto de mensagens que ele trocou com a ministra de novembro de 2022 a março de 2024. Os diálogos, segundo ele, mostram uma relação que seria incompatível entre uma vítima de assédio e seu pretenso algoz. Há juras de fidelidade, demonstrações de carinho e elogios mútuos. “Quero ser seu parceiro, a pessoa em que você pode confiar. Eu não estava bêbado quando conversamos ontem no avião do PR…”, escreveu ele em agosto do ano passado. Os dois haviam acabado de voltar de uma viagem oficial fora do país. “Minha admiração por você é imensa. A última coisa que eu quero é que a gente se dê mal”, respondeu Anielle. Na ocasião, eles combinaram um jantar para “afinar os ponteiros”. “Eu quero recomeçar com você”, ressalta Almeida. “Eu também”, responde Anielle. Dias depois, a ministra envia uma foto de ambos. O ministro comenta: “Somos lindos, Anielle!”. E acrescenta: “Esse seu vestido é deslumbrante”. “Ficou muito f. né!?”, ela concorda, sugerindo uma legenda para a imagem: “Lindos, negros, competentes e ainda ministros”. No dia em que a ministra afirma ter sido surpreendida pela mão boba do ministro, há o registro de uma ligação não atendida dela para ele após a reunião.

NO RESTAURANTE - Jantar: outra investida ao tentar convencer o colega a mudar o comportamento
NO RESTAURANTE – Jantar: outra investida ao tentar convencer o colega a mudar o comportamento (@brasiliapalace/Instagram)

Os rumores sobre o assédio à titular da Igualdade Racial já circulavam por vários gabinetes importantes de Brasília, incluindo o do presidente da República. Alguns ministros sabiam de detalhes. Porém, como a acusação de assédio não havia sido formalizada, auxiliares de Lula tentaram contornar o problema para evitar os danos políticos que a denúncia certamente provocaria. Amiga de Anielle Franco, a primeira-dama, Janja da Silva, entrou no circuito e ouviu da própria ministra detalhes das importunações sexuais. Anielle, porém, não estava disposta a levar o caso adiante, e pela versão de Almeida nada tinha acontecido, portanto, melhor deixar como estava. Nas últimas semanas, os dois nem se cumprimentavam mais. Um dia antes da eclosão do escândalo, eles compareceram a um evento oficial. Sequer se olharam, e Anielle deixou o local antes de o ministro discursar. Uma dificuldade comum em investigações de crimes de assédio e importunação sexual é a produção de provas. As abordagens normalmente são feitas quando a vítima está sozinha ou longe de ambientes públicos. As falsas acusações são raras, mas também existem.

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CASO ENCERRADO - Lula e Macaé, a nova ministra dos Direitos Humanos: rumores circulavam pelo Planalto havia meses
CASO ENCERRADO - Lula e Macaé, a nova ministra dos Direitos Humanos: rumores circulavam pelo Planalto havia meses (Ricardo Stuckert/PR)

A denúncia contra o ministro foi publicada na noite da quinta-feira 5. Horas depois, ainda durante a noite, ele foi instado a prestar esclarecimentos. Em seu depoimento, relatou aos ministros Vinícius Marques de Carvalho, Jorge Messias e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) que as acusações, além de infundadas, eram fruto de uma disputa política entre militantes de pautas identitárias e fariam parte de um movimento para desacreditá-lo, orquestrado por um advogado ligado ao Grupo Prerrogativas. Durante a madrugada, Almeida procurou amigos para se aconselhar. A dois deles disse que estava propenso a tirar a própria vida. Não parecia blefe. Desorientado, repetia que a vida pessoal e a carreira profissional estavam arruinadas. Um advogado indicou um psiquiatra e outro o aconselhou a deixar o cargo para se dedicar a preparar sua defesa e evitar constrangimentos ao governo. Mais calmo, ainda na madrugada, ele ligou para um assessor do presidente da República para comunicar a decisão. Era tudo que o Planalto queria.

SOLIDARIEDADE - Janja: primeira-dama ouviu o relato direto de Anielle
SOLIDARIEDADE - Janja: primeira-dama ouviu o relato direto de Anielle (@janjalula/Instagram)

Lula não precisaria assumir o desgaste de demitir o ministro e apagaria o incêndio em poucas horas. Ficou acertado que Almeida iria conversar com o presidente ainda naquele dia e anunciaria sua demissão. O ministro, porém, mudou de ideia. Antes do encontro com o presidente, ele divulgou uma nota afirmando que as acusações contra ele eram “ilações absurdas”, acusou o grupo Me Too de ter tentado interferir em uma licitação e informou que pediria que o Ministério Público e órgãos do governo fizessem uma “apuração rigorosa” do caso. Na audiência com Lula, disse que não pediria demissão, reafirmou a inocência e tentou mostrar as provas de que dispunha: o vídeo do tal jantar com Anielle e as mensagens de WhatsApp trocadas com a ministra. Lula ouviu as explicações, mas já tinha o veredicto. A nova ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, vai tomar posse na próxima semana. Para o Planalto, o caso está encerrado.

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Coronel que chamou comandante da Marinha de “prostituta” é condenado

e0906 A primeira instância da Justiça Militar da União (JMU), em Brasília, condenou um coronel da reserva do Exército por ofensas contra o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen (foto em destaque).

O militar foi condenado pelo Conselho Especial de Justiça, formado por uma juíza federal da Justiça Militar e mais quatro generais de brigada do Exército, que, por unanimidade, o consideraram culpado e o condenaram a quatro meses de detenção.

O oficial do Exército, José Placídio Matias dos Santos, integrante da tropa de elite Forças Especiais, foi denunciado pelo Ministério Público Militar (MPM) pelos crimes de “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, com a causa de aumento de pena de ter a conduta sido praticada contra superior hierárquico, no exercício de função de natureza militar, por meio que facilite a divulgação da injúria”.

Na denúncia, o MPM informou que o coronel, irresignado com o resultado das eleições presidenciais de 2022, publicou em seu Twitter, em 6 de janeiro de 2023, uma postagem com os seguintes dizeres a respeito do recém-empossado comandante da Marinha: “Marinha do Brasil!! Sai um herói patriota, entra uma prostituta do ladrão, com o devido respeito a elas. Venha me punir, Almirante, e me distinga em definitivo da sua estirpe”.

A vítima, almirante de esquadra e comandante da Marinha, afirmou em juízo que tomou conhecimento das ofensas por meio das publicações na mídia e afirmou ter havido prejuízo à sua pessoa, conforme constou na sua manifestação durante o processo, em que descreveu o impacto que as publicações tiveram sobre a sua honra e reputação.

Julgamento e negativa de autoria

Durante o julgamento, no entanto, o réu negou a autoria da publicação. O coronel afirmou que a sua conta no Twitter foi invadida e que o texto ofensivo não partiu dele.

O militar reconheceu como sua a conta, mas não soube provar se ela foi hackeada.

O réu afirmou ainda que, após isso, começou a apagar todas as postagens, mesmo sem ver o conteúdo, por meio do botão “apagar tudo”, e que a conta no Twitter foi encerrada.

A plataforma, ao ser indagada sobre a possível invasão da conta, respondeu que tanto o login quanto as postagens e o pedido de cancelamento somente poderiam ter sido realizados pelo titular da conta, não registrando qualquer comunicação de uso indevido por terceiros não autorizados naquele domínio. O Twitter também informou que a conta foi cancelada pelo próprio usuário.

O advogado de defesa, durante a sessão de julgamento, insistiu na tese de negativa de autoria, ratificando o fato de não ter sido juntada ao processo a publicação original da mensagem, sendo esta uma obrigação do Twitter. No entanto, seus argumentos não foram suficientes para convencer os juízes do Conselho Especial de Justiça.

Crime contra a honra

Na fundamentação da sentença, a Juíza Federal da Justiça Militar Flávia Ximenes Aguiar de Sousa afirmou que a injúria é um crime contra a honra de terceiros e exige dolo específico, ou seja, a vontade livre e consciente de ofender a honra alheia. Tal requisito restou claramente atendido.

A postagem realizada pelo acusado em sua conta no Twitter revelou a intenção inequívoca de ofender a honra e a dignidade do recém-nomeado comandante da Marinha.

A magistrada afirmou ainda que o conteúdo da publicação, marcado por termos depreciativos e insultos diretos, demonstra que o réu agiu com a deliberada intenção de desonrar e menosprezar a vítima, levando em conta, ainda, o contexto de polarização política que o país atravessava e do qual ainda tenta se recuperar.

“Embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, ela não é absoluta e deve ser limitada quando esbarra na garantia constitucional da proteção à honra e/ou à intimidade individual de terceiro”, afirmou.

Após a condenação, foi concedida ao réu a suspensão condicional da pena, pelo prazo de dois anos, com a obrigação de comparecimento bimestral na sede do Juízo, na fase executória. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal Militar (STM).

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/coronel-que-chamou-comandante-da-marinha-de-prostituta-e-condenado

Policiais de folga fazem vigilância irregular para 30 milhões de pessoas, estima pesquisa

A imagem mostra uma cabine azul em um ambiente urbano. Dentro da cabine, há um homem vestido com uma camiseta vermelha e um celular na mão próximo à boca. Do lado de fora, um homem de camisa cinza está apoiado na janela da cabine. Ao fundo, há uma parede clara e uma cerca viva com plantas. Há uma placa com desenhos de olhos, de uma câmera de segurança e o aviso "monitorada 24 horas".
 O serviço de vigilância particular prestado por policiais de folga, que é proibido expressamente na maior parte dos estados, alcança as vizinhanças de 18% dos brasileiros. Isso equivale a mais de 30 milhões de pessoas, segundo pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha.

Essa estimativa foi feita a partir de entrevistas com 2.508 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Brasil, entre os dias 11 e 17 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O serviço, que costuma ser proibido no regulamento interno das polícias, pode ser ainda mais disseminada no país. Isso porque Datafolha perguntou especificamente sobre "a oferta de serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga", e é provável que boa parte dos entrevistados não saiba se os vigilantes em seus bairros são policiais do serviço ativo ou não.

A imagem mostra uma cabine azul em um ambiente urbano. Dentro da cabine, há um homem vestido com uma camiseta vermelha e um celular na mão próximo à boca. Do lado de fora, um homem de camisa cinza está apoiado na janela da cabine. Ao fundo, há uma parede clara e uma cerca viva com plantas. Há uma placa com desenhos de olhos, de uma câmera de segurança e o aviso "monitorada 24 horas".
Vigilantes particulares em São Paulo; emprego de policiais de folga na atividade é proibido por corporações - Karime Xavier - 26.ago.2022/Folhapress

"Não há dúvida que essa é uma estimativa conservadora", escreve o cientista político Cleber Lopes, professor da Universidade Estadual de Londrina e pesquisador do Fórum, que analisou os números da pesquisa em um artigo. "Como o bico na segurança é uma atividade irregular, os policiais prestam serviços de maneira velada, isto é, sem uniforme e com a arma encoberta, o que cria dificuldades para a sua identificação pelas pessoas."

Os dados do Datafolha apontam que essa situação é mais comum nas regiões metropolitanas, especialmente cidades a partir de 200 mil habitantes em todo o país. No interior, 16% dos moradores dizem que em seus bairros há essa atividade, contra 21% nas metrópoles.

Segundo a pesquisa, entrevistados que moram em bairros com vigilância particular feita por policiais também relatam com mais frequência terem presenciado violência policial. Nos bairros com vigilantes, 19% relatam ter visto abordagens violentas nos últimos meses. Entre os demais, 14% dizem o mesmo.

  Em 2022, um estudo de Lopes para o Anuário Brasileiro de Segurança Pública estimou o número de seguranças particulares que trabalham de forma clandestina, sem supervisão da Polícia Federal, em cerca de 600 mil pessoas. Somados àqueles que estavam registrados de forma lícita, a mão-de-obra empregada pelo mercado de segurança privada chegava a 1,1 milhão de pessoas.

É mais do que a soma de todas as forças de segurança pública do país, que somavam 796.180 profissionais no ano passado, segundo levantamento do Fórum. É de conhecimento público que parte deles trabalham ao mesmo tempo na segurança particular.

Essa dupla jornada leva a preocupações com a saúde mental dos policiais e suas consequências para a segurança pública. "O bico policial na segurança privada compromete a qualidade dos serviços de segurança pública, criando conflitos de interesse, aumentando o estresse do policial e sua chance de vitimização", escreve Lopes.

 Quando trabalham como vigilantes particulares, diz o professor, os policiais estão sem a retaguarda de colegas que o acompanham no patrulhamento formal, sem a farda e muitas vezes sem equipamentos adequados. Dessa forma, mais policiais morrem quando estão de folga do que em serviço formal, apontam dados do Fórum.

"É um estressor adicional que impacta diretamente a vitimização por suicídio, que em 2023 foi a principal causa de morte de policiais no Brasil, superando as mortes por confronto na folga e por confronto no serviço", afirma.

 

“Justiça express”: juízes emitiam sentença e sacavam propina em 18 min

e0816 Nesta quarta-feira (14/8), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação 18 Minutos para desarticular esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A operação ganhou este nome por causa da rapidez impressionante para a tomada de decisões, a expedição de alvarás e o saque dos recursos desviados: apenas 18 minutos.

A ação tem como alvo quatro desembargadores e dois juízes do TJ do Maranhão, todos suspeitos de fazer parte de um esquema fraudulento para desviar recursos de instituições como o Banco do Nordeste.

Entre os investigados, estão a desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, que é cunhada do ex-presidente José Sarney, e os desembargadores Marcelino Everton Chaves, Luiz Gonzaga Almeida Filho, e Antônio Pacheco Guerreiro Júnior. A juíza Alice de Sousa Rocha e o juiz Cristiano Simas de Sousa também estão sob investigação, assim como o ex-juiz Sidney Cardoso Ramos.

Segundo a Polícia Federal, o esquema é complexo e envolve três núcleos de atuação, dos quais participam ex-servidores do banco, advogados e magistrados.

  

Uma das decisões judiciais investigadas é acusada de desviar R$ 14 milhões. Esse caso é apenas um exemplo de como o grupo operava dentro do sistema judiciário do estado.

A operação, ordenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou no bloqueio de bens e no afastamento de vários envolvidos de suas funções públicas. Advogados e ex-juízes também estão sendo investigados por seu papel no esquema.

Em resposta, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) declarou em nota que está cooperando com a Polícia Federal, conforme as determinações do STJ, e destacou o compromisso com a transparência e governança na investigação.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/justica-express-juizes-emitiam-sentenca-e-sacavam-propina-em-18-min

Policiais militares são suspeitos de ligação com matadores de aluguel que agem para o jogo do bicho; dois PMs e um oficial da Marinha estão presos

e0812 Treze policiais militares suspeitos de ligação com uma quadrilha de matadores de aluguel que presta serviços para o jogo do bicho e a máfia de cigarros falsificados estão sendo investigados pela Polícia Civil. O bando teria envolvimento com uma série de assassinatos, como o do comerciante Antônio Gaspaziane Mesquita Chaves, em 9 de junho, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, e o do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em 26 de fevereiro, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro da cidade.

Imagens mostram momento que tiros são disparados contra comerciante

Ontem, policiais da Delegacia de Homicídios da Capita (DHC) e agentes da Corregedoria da PM fizeram uma operação para cumprir um mandado de prisão e 32 outros de busca e apreensão — 13 deles envolvendo policiais militares. Na ação, dois PMs acabaram presos em flagrante por porte ilegal de arma. Com um deles, foram apreendidos, além de uma pistola, capuzes, celulares, dinheiro e um par de luvas. Outro estava com um fuzil.

 

Também foram presos um oficial da Marinha e Ryan Patrick Barboza de Oliveira, alvo do único mandado de prisão. Segundo a DHC, ele foi o responsável por monitorar os passos do comerciante Gaspaziane, que teria sido morto por ter desviado dinheiro das máquinas caça-níqueis instaladas em seus bares, que pertenciam a bicheiros.

Segundo as investigações, Ryan aparece em imagens registradas por câmeras de segurança no local do assassinato. Ele teria seguido Gaspaziane em sua motocicleta a partir do centro do Rio, desde as primeiras horas do dia 9 de junho, um domingo, data em que o crime foi cometido.

Ryan é acusado de ter repassado instruções para os executores pelo celular. No momento em que a vítima saiu do bar Parada Obrigatória e entrou em seu carro, que estava parado na Rua Souza Franco, na esquina com o Boulevard Vinte e Oito de Setembro, Ryan deu sinal para os assassinos entrarem em ação. Gaspaziane teve o veículo interceptado por um Polo, do qual desceram os atiradores. Foram cerca de 20 disparos.

Na época, a principal linha de investigação apontava para uma disputa por pontos do jogo de bicho, travada pelos bicheiros Rogério Andrade e Adilson da Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Bernardo Bello, que acabou perdendo toda a região da Tijuca e da Zona Sul.

Três já estavam presos

A polícia também já identificou Cézar Daniel Mondego de Souza e Leandro Machado da Silva, como suspeitos de integrar esse grupo de matadores de aluguel. Os dois estão presos acusados de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo. Leandro, que é policial militar, teria sido o responsável pela parte logística do crime, como o aluguel de carro. Um terceiro suspeito, Eduardo Sobreira Moraes, preso sob a acusação de ter seguido os passos da vítima nos dias anteriores e no próprio dia da execução.

Na operação desta quinta-feira, as equipes também cumpriram mandados de busca e apreensão relacionados à investigação que apura as mortes de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e Alexsandro José da Silva, em novembro de 2022, em Del Castilho, na Zona Norte. Catiri trabalhava para o bicheiro Bernardo Bello e foi executado quando deixava uma academia de ginástica.

Procurada, a PM informou que está colaborando com as investigações e que os agentes suspeitos de envolvimento nos crimes vão responder a procedimentos disciplinares que poderão resultar na exclusão dos militares da corporação.

Fonte: Policiais militares são suspeitos de ligação com matadores de aluguel que agem para o jogo do bicho; dois PMs e um oficial da Marinha estão presos (globo.com)

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