Policiais de folga fazem vigilância irregular para 30 milhões de pessoas, estima pesquisa

A imagem mostra uma cabine azul em um ambiente urbano. Dentro da cabine, há um homem vestido com uma camiseta vermelha e um celular na mão próximo à boca. Do lado de fora, um homem de camisa cinza está apoiado na janela da cabine. Ao fundo, há uma parede clara e uma cerca viva com plantas. Há uma placa com desenhos de olhos, de uma câmera de segurança e o aviso "monitorada 24 horas".
 O serviço de vigilância particular prestado por policiais de folga, que é proibido expressamente na maior parte dos estados, alcança as vizinhanças de 18% dos brasileiros. Isso equivale a mais de 30 milhões de pessoas, segundo pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha.

Essa estimativa foi feita a partir de entrevistas com 2.508 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Brasil, entre os dias 11 e 17 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O serviço, que costuma ser proibido no regulamento interno das polícias, pode ser ainda mais disseminada no país. Isso porque Datafolha perguntou especificamente sobre "a oferta de serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga", e é provável que boa parte dos entrevistados não saiba se os vigilantes em seus bairros são policiais do serviço ativo ou não.

A imagem mostra uma cabine azul em um ambiente urbano. Dentro da cabine, há um homem vestido com uma camiseta vermelha e um celular na mão próximo à boca. Do lado de fora, um homem de camisa cinza está apoiado na janela da cabine. Ao fundo, há uma parede clara e uma cerca viva com plantas. Há uma placa com desenhos de olhos, de uma câmera de segurança e o aviso "monitorada 24 horas".
Vigilantes particulares em São Paulo; emprego de policiais de folga na atividade é proibido por corporações - Karime Xavier - 26.ago.2022/Folhapress

"Não há dúvida que essa é uma estimativa conservadora", escreve o cientista político Cleber Lopes, professor da Universidade Estadual de Londrina e pesquisador do Fórum, que analisou os números da pesquisa em um artigo. "Como o bico na segurança é uma atividade irregular, os policiais prestam serviços de maneira velada, isto é, sem uniforme e com a arma encoberta, o que cria dificuldades para a sua identificação pelas pessoas."

Os dados do Datafolha apontam que essa situação é mais comum nas regiões metropolitanas, especialmente cidades a partir de 200 mil habitantes em todo o país. No interior, 16% dos moradores dizem que em seus bairros há essa atividade, contra 21% nas metrópoles.

Segundo a pesquisa, entrevistados que moram em bairros com vigilância particular feita por policiais também relatam com mais frequência terem presenciado violência policial. Nos bairros com vigilantes, 19% relatam ter visto abordagens violentas nos últimos meses. Entre os demais, 14% dizem o mesmo.

  Em 2022, um estudo de Lopes para o Anuário Brasileiro de Segurança Pública estimou o número de seguranças particulares que trabalham de forma clandestina, sem supervisão da Polícia Federal, em cerca de 600 mil pessoas. Somados àqueles que estavam registrados de forma lícita, a mão-de-obra empregada pelo mercado de segurança privada chegava a 1,1 milhão de pessoas.

É mais do que a soma de todas as forças de segurança pública do país, que somavam 796.180 profissionais no ano passado, segundo levantamento do Fórum. É de conhecimento público que parte deles trabalham ao mesmo tempo na segurança particular.

Essa dupla jornada leva a preocupações com a saúde mental dos policiais e suas consequências para a segurança pública. "O bico policial na segurança privada compromete a qualidade dos serviços de segurança pública, criando conflitos de interesse, aumentando o estresse do policial e sua chance de vitimização", escreve Lopes.

 Quando trabalham como vigilantes particulares, diz o professor, os policiais estão sem a retaguarda de colegas que o acompanham no patrulhamento formal, sem a farda e muitas vezes sem equipamentos adequados. Dessa forma, mais policiais morrem quando estão de folga do que em serviço formal, apontam dados do Fórum.

"É um estressor adicional que impacta diretamente a vitimização por suicídio, que em 2023 foi a principal causa de morte de policiais no Brasil, superando as mortes por confronto na folga e por confronto no serviço", afirma.

 

“Justiça express”: juízes emitiam sentença e sacavam propina em 18 min

e0816 Nesta quarta-feira (14/8), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação 18 Minutos para desarticular esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A operação ganhou este nome por causa da rapidez impressionante para a tomada de decisões, a expedição de alvarás e o saque dos recursos desviados: apenas 18 minutos.

A ação tem como alvo quatro desembargadores e dois juízes do TJ do Maranhão, todos suspeitos de fazer parte de um esquema fraudulento para desviar recursos de instituições como o Banco do Nordeste.

Entre os investigados, estão a desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, que é cunhada do ex-presidente José Sarney, e os desembargadores Marcelino Everton Chaves, Luiz Gonzaga Almeida Filho, e Antônio Pacheco Guerreiro Júnior. A juíza Alice de Sousa Rocha e o juiz Cristiano Simas de Sousa também estão sob investigação, assim como o ex-juiz Sidney Cardoso Ramos.

Segundo a Polícia Federal, o esquema é complexo e envolve três núcleos de atuação, dos quais participam ex-servidores do banco, advogados e magistrados.

  

Uma das decisões judiciais investigadas é acusada de desviar R$ 14 milhões. Esse caso é apenas um exemplo de como o grupo operava dentro do sistema judiciário do estado.

A operação, ordenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou no bloqueio de bens e no afastamento de vários envolvidos de suas funções públicas. Advogados e ex-juízes também estão sendo investigados por seu papel no esquema.

Em resposta, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) declarou em nota que está cooperando com a Polícia Federal, conforme as determinações do STJ, e destacou o compromisso com a transparência e governança na investigação.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/justica-express-juizes-emitiam-sentenca-e-sacavam-propina-em-18-min

Policiais militares são suspeitos de ligação com matadores de aluguel que agem para o jogo do bicho; dois PMs e um oficial da Marinha estão presos

e0812 Treze policiais militares suspeitos de ligação com uma quadrilha de matadores de aluguel que presta serviços para o jogo do bicho e a máfia de cigarros falsificados estão sendo investigados pela Polícia Civil. O bando teria envolvimento com uma série de assassinatos, como o do comerciante Antônio Gaspaziane Mesquita Chaves, em 9 de junho, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, e o do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em 26 de fevereiro, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro da cidade.

Imagens mostram momento que tiros são disparados contra comerciante

Ontem, policiais da Delegacia de Homicídios da Capita (DHC) e agentes da Corregedoria da PM fizeram uma operação para cumprir um mandado de prisão e 32 outros de busca e apreensão — 13 deles envolvendo policiais militares. Na ação, dois PMs acabaram presos em flagrante por porte ilegal de arma. Com um deles, foram apreendidos, além de uma pistola, capuzes, celulares, dinheiro e um par de luvas. Outro estava com um fuzil.

 

Também foram presos um oficial da Marinha e Ryan Patrick Barboza de Oliveira, alvo do único mandado de prisão. Segundo a DHC, ele foi o responsável por monitorar os passos do comerciante Gaspaziane, que teria sido morto por ter desviado dinheiro das máquinas caça-níqueis instaladas em seus bares, que pertenciam a bicheiros.

Segundo as investigações, Ryan aparece em imagens registradas por câmeras de segurança no local do assassinato. Ele teria seguido Gaspaziane em sua motocicleta a partir do centro do Rio, desde as primeiras horas do dia 9 de junho, um domingo, data em que o crime foi cometido.

Ryan é acusado de ter repassado instruções para os executores pelo celular. No momento em que a vítima saiu do bar Parada Obrigatória e entrou em seu carro, que estava parado na Rua Souza Franco, na esquina com o Boulevard Vinte e Oito de Setembro, Ryan deu sinal para os assassinos entrarem em ação. Gaspaziane teve o veículo interceptado por um Polo, do qual desceram os atiradores. Foram cerca de 20 disparos.

Na época, a principal linha de investigação apontava para uma disputa por pontos do jogo de bicho, travada pelos bicheiros Rogério Andrade e Adilson da Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Bernardo Bello, que acabou perdendo toda a região da Tijuca e da Zona Sul.

Três já estavam presos

A polícia também já identificou Cézar Daniel Mondego de Souza e Leandro Machado da Silva, como suspeitos de integrar esse grupo de matadores de aluguel. Os dois estão presos acusados de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo. Leandro, que é policial militar, teria sido o responsável pela parte logística do crime, como o aluguel de carro. Um terceiro suspeito, Eduardo Sobreira Moraes, preso sob a acusação de ter seguido os passos da vítima nos dias anteriores e no próprio dia da execução.

Na operação desta quinta-feira, as equipes também cumpriram mandados de busca e apreensão relacionados à investigação que apura as mortes de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e Alexsandro José da Silva, em novembro de 2022, em Del Castilho, na Zona Norte. Catiri trabalhava para o bicheiro Bernardo Bello e foi executado quando deixava uma academia de ginástica.

Procurada, a PM informou que está colaborando com as investigações e que os agentes suspeitos de envolvimento nos crimes vão responder a procedimentos disciplinares que poderão resultar na exclusão dos militares da corporação.

Fonte: Policiais militares são suspeitos de ligação com matadores de aluguel que agem para o jogo do bicho; dois PMs e um oficial da Marinha estão presos (globo.com)

Padrinho, cartilha e juramento do crime: como é o 'batismo' do PCC

e0725 Criada no sistema prisional paulista, o PCC (Primeiro Comando da Capital) se expandiu pelo Brasil afora ao longo de seus 30 anos. Com mais de 100 mil membros em todos os estados, segundo o MPSP (Ministério Público de São Paulo), a facção adotou um procedimento padrão para novos filiados: o batismo.

Embora a nomenclatura "batismo" tenha referência a uma espécie de ritual, hoje em dia a prática é bem simples dentro do PCC. O termo se popularizou dentro da facção devido ao processo de "conversão" dos novos integrantes às regras da facção.

De acordo com o pesquisador Bruno Paes Manso, do NEV (Núcleo de Estudos de Violência) da USP, apesar da mística que cerca o batismo, o acontecimento é importante, mas "não tem nada muito simbólico".

"É um procedimento mais para pessoa se comprometer e receber o estatuto do PCC, além de responder às regras e respeitá-la", afirmou o pesquisador, autor do livro "A guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil", em conjunto com Camila Dias Nunes.

O que é o batismo do PCC?

Na prática, o batismo é o momento em que o novo integrante tem formalizada a sua entrada no PCC. Nas cadeias dominadas pela facção, um preso que não faz parte da organização criminosa é chamado de "primo" e tem o seu comportamento observado pelos integrantes da organização criminosa.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/07/22/padrinho-cartilha-e-juramento-do-crime-como-e-o-batismo-do-pcc.htm

 

Quando algum primo se destaca dos demais — seja pela maneira como conduz situações conflituosas, por oratória ou postura — os membros do PCC o enxergam como potencial convidado para um batismo. Isto é, como mais um "irmão", mostra o livro "Junto e misturado: uma etnografia do PCC", de Karina Biondi.

Para se tornar um irmão, contudo, não basta o primo querer e mostrar postura. É preciso de um convite de pelo menos dois padrinhos, que são membros do PCC. Se a proposta for aceita pelo primo após ter conhecimento do funcionamento da facção e de suas regras, o batismo é sacramentado.

 

Vídeo mostra quando policial é morto a tiros com a própria arma após agredir irmão

eee O crime aconteceu na última quinta-feira (11). Ao g1, a defesa do suspeito disse que se trata de uma tragédia que não reflete a personalidade dele. O advogado Martiniano Neto informou que pediu um habeas corpus após a prisão de seu cliente ser mantida pela Justiça. A defesa argumentou ainda que o suspeito está abalado emocionalmente e ferido fisicamente por conta da briga com o PM.

“Foi uma tragédia após uma festa de família. Porém, não reflete a personalidade e o comportamento do acusado. Ele tinha no irmão a segurança de uma figura paterna. Eram bastante ligados”, detalhou o advogado Martiniano Neto.

O delegado Sandro Costa explicou que os irmãos estavam reunidos com a família e discutiram. Durante a briga, o policial começou a agredir o irmão. As imagens mostram que crianças que estão na comemoração tentam impedir as agressões.

A câmera registra que, após ser agredido, o irmão de Tiago entrou na casa, pegou a arma, voltou para a área externa e atirou contra o soldado, que foi baleado.

À PM, o irmão de Tiago admitiu que utilizou a arma institucional do soldado, que estava guardada no quarto dele, para atingi-lo. 

Discussão

O delegado explicou que os irmãos sempre se deram bem, mas acabaram se desentendendo durante a reunião da família.

"Não entendi que houve motivo fútil, uma vez que após a discussão inicial, a vítima agrediu severamente o autor, o que constitui o real motivo", argumentou o delegado.

Conforme apurado pela polícia, durante a briga, o suspeito ficou inconsciente e cambaleante por alguns minutos. Após retomar a consciência, ele foi ao quarto para pegar a arma institucional do soldado, que estava guardada, segundo a investigação.

Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/07/15/video-mostra-quando-irmao-e-espancado-pega-arma-de-policial-e-o-mata-durante-comemoracao-de-aniversario.ghtml

ONGs que receberam meio bilhão de parlamentares são suspeitas de desvio de dinheiro

e Parlamentares enviaram quase meio bilhão de reais, via emendas, para uma rede de ONGs com fortes indícios de desvio de dinheiro. A apuração é do portal UOL. 

A rede de ONGs investigada pelo portal é formada pelo Instituto Realizando o Futuro, Instituto FairPlay, Con-Tato, Promacom e o Instituto Carioca de Atividades, todas localizadas no Rio de Janeiro

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Ao todo, segundo a publicação, 32 deputados e um senador realizaram repasses para a rede de ONGs. Na lista, há integrantes de todos os espectros ideológicos, com maior número de políticos de direita e de centro. 

Foram destinados ao menos 455 milhões de reais para os projetos suspeitos de irregularidades, entre os anos de 2021 e 2023. 

Entre os parlamentares que destinarem repasse as ONGs estão o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada evangélica; o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (sem partido); e o atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT). 

Outros repasses tiveram como autores figuras relevantes do bolsonarismo, como o ex-deputado Daniel Silveira (sem partido), o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) e o senador Carlos Portinho (PL-RJ). 

Além deles, a lista ainda conta com o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), braço direito do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD); e parlamentares como Chiquinho Brazão (sem partido), denunciado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco. 

Segundo a apuração do UOL, o esquema de desvio de recursos públicos envolvia fraude a licitação, serviços não comprovados e compras superfaturadas. 

A verba pública destinada pelos parlamentares foi injetada em projetos que envolviam esportes e qualificação profissional que custaram muito mais do que deveriam. 

Entre os indícios de fraude estão a compra de 11 mil medalhas para a premiação de campeonatos. Os itens seriam suficientes para premiar dez vezes cada aluno inscrito no projeto. 

Em outro episódio, foi identificada a compra de 1.320 bolas de futsal por uma ONG que não oferece aulas dessa atividade. Houve também o investimento na compra de 1.600 quimonos, o suficiente para entregar 14 itens por aluno. 

A rede de instituições ainda gastou 3 milhões de reais para a realização de 225 seminários. No entanto, somente oito foram realizados. 

A reportagem apurou também que todas as ONGs que formavam a rede compravam materiais e serviços de apoio das mesmas 20 empresas. Dez delas, de propriedade de dirigentes ou representantes das mesmas organizações. Essas empresas receberam ao longo dos anos mais de 40 milhões de reais relacionados a serviços prestados às instituições. 

Apesar de indícios de desvio de verba pública, os serviços prestados pelas ONGs vêm sendo aprovados sem ressalvas pela Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pelo Ministério do Esporte, responsáveis pelo acompanhamento das emendas, conforme mostrou o UOL. 

Apenas um dos projetos suspeitos foi analisado pelo Tribunal de Contas da União, que determinou a suspensão dos repasses a uma entidade suspeita de atos semelhantes ao apurado pelo portal. 

Sobre as suspeitas, a Unirio informou que vai investigar os indícios de irregularidades. O Ministério do Esporte afirmou não ser o responsável pela escolha das instituições que recebem as verbas, mas que fiscaliza a “execução”. 

Já os parlamentares que destinaram as emendas às ONGs dizem que os projetos foram realizados com sucesso e que não cabe a lei fazer a análise da execução financeira. 

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/politica/ongs-que-receberam-meio-bilhao-de-reais-de-parlamentares-e-suspeita-de-desvio-de-dinheiro-diz-portal/

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